A Estação Espacial Internacional (ISS) liberou na quinta-feira (11) um palete carregado com baterias usadas que se tornou o maior pedaço de lixo espacial já dispensado pelo laboratório orbital. A carga tem um peso estimado em 2,9 toneladas, segundo a NASA.
Denominado “Exposed Pallet 9” (EP9), o objeto recém-descartado chegou por lá em 2020, a bordo de um veículo de transferência japonês HTV, levando mais componentes para auxiliar na substituição das antigas baterias de níquel-hidrogênio da estação pelas versões de íon-lítio. O processo de troca exigiu várias caminhadas espaciais ao longo dos últimos cinco anos.
Seguindo o mesmo caminho de outros modelos de HTV, este foi deixado em órbita após cumprir sua missão, carregando o material descartado. A diferença é que, desta vez, ele transporta uma carga mais pesada, cujo tamanho se compara ao de um SUV, conforme a agência espacial americana.
A carga deve ficar em órbita de dois a quatro anos.Fonte: Twitter/Mike Hopkins
Os comandos para a liberação do palete com as baterias velhas foram dados pelos controladores no Johnson Space Center, em Houston (EUA). O braço robótico da ISS, que tem 17,9 metros de comprimento, colocou o EP9 a uma distância segura da estação.
Sem riscos para o planeta
Após o descarte, o lixo espacial deve permanecer em órbita ao longo de um período com duração prevista entre dois e quatro anos, antes de cair de volta à Terra. Ele se juntará a outros 34 mil objetos e destroços com pelo menos 10 centímetros de diâmetro que circulam ao redor do planeta, segundo os cálculos da Agência Espacial Europeia (ESA).
Devido ao seu tamanho e peso, o EP9 gerou preocupação, mas a NASA afirma que o objeto não oferece qualquer risco para as pessoas em solo, pois queimará “inofensivamente na atmosfera”. E caso reste algum pedaço, ele cairá no Oceano Pacífico.
A liberação do palete vista pela janela da Crew Dragon.Fonte: Twitter/Mike Hopkins
Porém, alguns especialistas não estão totalmente convencidos da falta de perigo em relação à queda do palete. Para o astrônomo e escritor Phil Plait, o tamanho e a densidade da carga podem fazer com que ela não queime completamente ao passar pela atmosfera.
A mesma preocupação é compartilhada pelo astrônomo do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics Jonathan McDowell, que comparou o objeto atual ao Tiangong-1, apesar do peso e do tamanho inferiores. Primeiro protótipo de estação espacial da China, a nave pesava 7,5 toneladas e caiu de forma descontrolada na Terra em abril de 2018, em uma área ao sul do Oceano Pacífico.
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