Uma pesquisa feita pelo Facebook com usuários brasileiros mostra que os conteúdos políticos postados na rede social são considerados a principal fonte de desinformação no país. Os dados do levantamento estão em documentos internos da companhia obtidos pelo Estadão e revelados nesta terça-feira (9).
Conforme as informações incluídas nos Facebook Papers, 60% dos brasileiros ouvidos classificaram os “conteúdos de mensagem política” como os maiores vetores de fake news no Brasil. O estudo não deixa claro o que são essas mensagens políticas, mas dá a entender que se trata de postagens feitas por personagens políticos e seus apoiadores.
Os artigos publicados em sites também foram apontados pelos participantes da pesquisa, que abrange outras plataformas da companhia, como outra grande fonte de desinformação, sendo citados por 59% deles. Na sequência, aparecem categorias como piadas (42%), publicidade (32%), contas falsas (25%), fraudes (23%) e spam (20%).
A pesquisa foi baseada nas respostas de 5 mil usuários dos apps da companhia no Brasil.Fonte: Unsplash
Em relação aos outros serviços, os resultados são um pouco diferentes. No WhatsApp, por exemplo, a maioria dos usuários apontou os artigos de sites como principal meio de distribuição de fake news, o mesmo acontecendo no Instagram. Já no Facebook Messenger, as mensagens relacionadas à política voltam a liderar.
Realidade diferente em outros países
Além do Brasil, o levantamento divulgado em um painel interno do Facebook, em julho de 2020, traz dados de mais seis países: Estados Unidos, Índia, Reino Unido, Japão, Indonésia e Colômbia. O objetivo da companhia liderada por Mark Zuckerberg era identificar as experiências negativas dos usuários nestes mercados.
Na comparação dos resultados, o maior peso das mensagens políticas é uma realidade do cenário brasileiro, de acordo com a publicação. Na Índia, por exemplo, um dos maiores mercados do Facebook, esse tipo de conteúdo foi apontado por 46% dos entrevistados, enquanto nos EUA o índice foi de 30%. Apenas a Colômbia registrou um número maior: 66%.
Em comunicado enviado ao jornal, a rede social disse que os resultados do estudo não se referem à quantidade de um tipo de conteúdo postado na plataforma nem à prevalência dele. A empresa ressaltou que o levantamento mostra somente a percepção dos usuários sobre as postagens visualizadas.
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