Cientistas de dados do Facebook avisaram há cinco meses sobre o aumento de discursos radicais dos usuários na rede social. Segundo reportagem publicada pelo The Wall Street Journal nesta terça-feira (2), os cientistas apresentaram relatórios internos em agosto do ano passado – cinco meses antes da invasão do Capitólio dos Estados Unidos – alertando que cerca de 70 dos 100 grupos mais populares do país no Facebook eram classificados como “não recomendáveis”.
Nos grupos de extrema-direita, os cientistas encontraram disseminação de notícias falsas, intimidação, assédio e encorajamento da adoção de métodos violentos em manifestações. Além disso, os participantes também compartilhavam dicas de como enganar os algoritmos do Facebook que detectavam discursos de ódio e ameaçavam expulsar membros que contestavam publicações violentas.
Os cientistas alertaram que seria preciso fazer atualizações para frear o crescimento dos grupos radicais. Como resposta, o Facebook baniu as comunidades consideradas mais problemáticas da rede social antes da eleição presidencial no dia 3 de novembro. As medidas, no entanto, não foram permanentes e os grupos voltaram a se reunir virtualmente algumas semanas após a eleição de Joe Biden. Com o resultado da votação, muitos dos membros passaram a questionar a vitória e organizar eventos em manifestação. A sequência de eventos levou à invasão ao Capitólio no dia 6 de janeiro, deixando cinco mortos e dezenas de feridos.
Alterações
Após a invasão, o Facebook está reprimindo os grupos na rede social. As mudanças começaram quando uma pesquisa do próprio Facebook descobriu que os “American Facebook Groups”, ou grupos cívicos americanos, tornaram-se um grande vetor para o partidarismo radical e para a mobilização de atos violentos.
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