Há pessoas que, além de serem inteligentes, têm a mente voltada para o futuro, aceitam mudanças com naturalidade e foram brindadas com o dom da criatividade. Outras, embora igualmente inteligentes, vivem no presente e usam suas experiências adquiridas no passado como base para projetar o futuro. Embora aceitem as mudanças com naturalidade, não são capazes de prever as mais radicais porque lhes falta justamente a criatividade para liberar as amarras da mente e deixá-la vagar livremente no rumo do futuro. Todas as colunas do TechTudo de B.Piropo Eu sou assim. Descobri, ao longo destes muitos anos de vida que, burro, não sou (ou pelo menos presumo não ser). Ao longo da vida descobri que, se me derem um problema, por difícil que seja, mas cujas ferramentas teóricas para resolvê-lo existem e se eu me dedicar à sua resolução, pode demorar mas eu acabo encontrando a solução. Porém, se depender de um pingo de criatividade para “inventar” alguma coisa nova para chegar à solução, eu empaco. Já o mesmo não acontece com meu amigo Fernando Ramos. Que há muito não vejo, mas ainda guardo na lembrança uma conversa que tivemos há talvez uns quinze anos, quando mal se começava a falar na computação em nuvem. Estávamos em San Francisco, EUA, onde fomos participar de um evento da Intel. Era uma pequena roda de três ou quatro brasileiros que conversavam após o jantar e o assunto, naturalmente, tinha a ver com computadores. saiba mais Tecnologias duras de matar Internet: o que temem os especialistas? Coluna do B. Piropo: a mulher e a máquina A Justiça existe para garantir direitos, mas suspendeu os do consumidor Era uma conversa meio sem rumo como só ia acontecer quando amigos se reúnem para trocar ideias. Lembro que, a páginas tantas, comentei algo sobre o fato de que, por maiores que fossem as capacidades de armazenamento instaladas em nossos computadores, jamais seriam suficientes já que quanto mais cresciam, mais aumentava nosso hábito de guardar porcarias desnecessárias em nossos discos rígidos. E ouvi a inesperada resposta do Fernando: “Ah, não se preocupe, logo tudo isto vai acabar e bastará uma mínima capacidade de armazenamento instalada nos computadores”. Mas como assim? Somente os sistemas operacionais necessitavam de um bocado de espaço em disco. Se agregarmos a este espaço o necessário para a instalação dos aplicativos, que vinham se tornando cada vez mais poderosos e, portanto, mais vorazes no que toca ao armazenamento, chegaríamos a uma respeitável quantidade de Gigabytes. Como guardar tudo isto em uma “capacidade mínima de armazenamento”? “Ora”, respondeu Fernando, “dentro de algum tempo você só precisará armazenar o sistema operacional e um software simples de comunicação. Os aplicativos ficarão em servidores aos quais todos teremos acesso e serão usados mediante pagamento por tempo de uso ou aluguel mensal, por exemplo. Estarão sempre atualizados e você não mais precisará se preocupar com eles. Nem será necessário armazená-los em seu computador”. Mas como? Com as taxas de transferência de dados de então, levaria um tempo enorme para baixar as rotinas executáveis dos aplicativos. Sem falar no fato de que o computador precisaria ter acesso permanente à Internet. “Ah, mas isto vai mudar. Logo, logo praticamente tudo terá acesso à Internet com ou sem fio e em ‘banda larga’. E as taxas de transferência serão muitíssimo mais altas que as atuais”, retrucou Fernando. Sim, mas mesmo que tudo isto venha a acontecer, tanta facilidade gerará uma quantidade imensa de dados. Se a capacidade de armazenamento instalada nos computadores for mínima, onde estes dados serão guardados? “Na nuvem”, respondeu Fernando, encerrando o assunto. Figura 1: Computação na nuvem Naquela noite fui dormir achando que meu amigo Fernando era não apenas um sonhador como também um incurável otimista com excesso de confiança na tecnologia. E que nada daquilo aconteceria – ao menos no curto prazo que ele imaginava. E adormeci sem a menor esperança de sobreviver até os tempos em que aqueles milagres futuristas se materializassem. Pois hoje estou aqui, ainda vivo como comprova o fato de estar batucando estas mal traçadas neste velho teclado, em um tempo em que a Microsoft oferece seu Office 365 a preços variados da ordem de R$ 17/mês a R$ 21/mês para uso doméstico e de R$ 11,50/mês a R$ 28,80/mês por usuário de pequenas ou médias empresas. E a Google oferece seu menos poderoso, porém gratuito, Google Docs para criação de documentos de texto, planilhas e apresentações. E nem um nem outro permanecem instalado nos computadores dos usuários. E o que é melhor: tanto MS quanto Google oferecem uma generosa fatia gratuita (ou acesso pago a fatias bem maiores), de espaço de armazenamento em seus OneDrive ou Google Drive, respectivamente. Que ficam onde? Ora, na nuvem como bem previu Fernando. Como na nuvem ficam meus arquivos de trabalho armazenados no Dropbox, que também poderiam se aninhar nos braços dos servidores da Amazon ou de qualquer outro fornecedor de armazenamento em nuvem. E o dispêndio de tempo para acessá-los de meu computador de mesa é mínimo com uma conexão fixa de 60 Mb/s e até mesmo com meu telefone celular e sua taxa de 10 Mb/s. Mas tudo isto vem a propósito de que? Bem, é que há três dias participei de uma entrevista coletiva promovida pela SAP . Que, para quem não sabe, é a líder mundial de aplicações de software empresarial, atendendo desde corporações gigantescas até pequenas e médias empresas, oferecendo soluções modulares que podem ser moldadas para satisfazer as necessidades tanto de umas quanto de outras. E presta serviços a mais de 260 mil clientes em todo o mundo – o que parece pouco até nos lembramos que alguns destes clientes são corporações com milhares de empregados. E qual foi o objetivo da entrevista? Foi anunciar para a imprensa especializada que, ainda este ano, a SAP investirá dezenove milhões de reais em mais um datacenter, o primeiro na América Latina, que deverá iniciar suas operações no primeiro trimestre do próximo ano em São Paulo. O objetivo é ampliar ainda mais a capacidade de armazenamento a ser oferecida a seus clientes, particularmente os do Brasil. Armazenamento, ça vá sens dire , em nuvem. A famosa nuvem a que Fernando se referia há quase duas décadas e que eu duvidei que seria implantada tão cedo. E como vai ela nos dias de hoje? Bem, segundo o comunicado à imprensa da SAP, “ A computação em nuvem é uma prioridade na estratégia global de negócios da SAP. Mais de 73 mil empresas em todo o mundo e mais de 36 milhões de pessoas usam soluções da SAP que rodam em nuvem ”. Quer dizer: apenas entre os clientes da SAP há 36 milhões de usuário que recorrem a serviços em nuvem. E a demanda deve estar crescendo, pois além do datacenter no Brasil anunciado esta semana, a SAP já anunciou este ano a implantação de três outros, um na Austrália (Sidney) e dois no Japão (Tóquio e Osaka). E planeja para breve mais três novos datacenters, no Canadá (Toronto) e na China (Xangai e Guangzhou). E mais: durante a entrevista coletiva, Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil, declarou: “ Decidimos investir em um datacenter porque entendemos que a computação em nuvem pode ajudar as empresas a acelerar os processos de inovação e simplificar a gestão dos negócios. A proposta da SAP é oferecer os recursos necessários para que os clientes no Brasil possam ter os dados corporativos disponíveis em tempo real e em qualquer lugar ” E a preocupação com os clientes no Brasil faz sentido. Pois de acordo com estudo da consultoria Frost Sullivan , até 2017 a receita estimada do mercado de computação em nuvem no país alcançará a bagatela de 1,1 bilhão de dólares americanos. O que justifica o crescimento alcançado pela SAP de 263% na venda de aplicações empresariais em nuvem no último trimestre se comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. Pois não é que o Fernando tinha razão? B. Piropo
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