Uma importante pesquisa científica publicada na revista Journal of The American Medical Association utilizou um vestível, o smartwatch Fitbit, para avaliar as alterações fisiológicas e comportamentais prolongadas seguintes à infecção da covid-19 em 875 pacientes que usam o dispositivo.
Embora os cientistas já tivessem conhecimento de que disfunções autonômicas e danos cardíacos continuavam ocorrendo por até 6 meses após o início dos sintomas da doença, ainda não havia um meio confiável de quantificar essas ocorrências. A pesquisa dá continuidade a estudos anteriores que comprovaram a eficácia dos vestíveis para melhorar a detecção em tempo real de doenças virais.
Ao contrário do chamado estudo proativo DETECT, realizado no início da pandemia, a pesquisa atual se concentra no que ocorreu com os usuários depois que foram diagnosticados com a covid-19. Entre os 875 participantes que relataram sintomas de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), 234 testaram positivo para coronavírus, mas todos continuaram sendo monitorados.
O que aconteceu com as pessoas que se curaram da covid-19?
Fonte: Klaus Vedfelt/Getty Images/ReproduçãoFonte: Klaus Vedfelt/Getty Images
O acompanhamento dos dados enviados pelos wearables revelou que os pacientes de covid-19 experimentaram uma pequena queda na frequência cardíaca, quando comparada aos níveis do início dos sintomas, seguida de uma frequência mais elevada sustentada. Esses pacientes realizaram menos atividades físicas (medidas pela contagem de passos), e dormiram menos que antes do diagnóstico.
Quando comparados com pessoas acometidas por outras infecções respiratórias, os pacientes que tiveram covid-19 demoraram mais tempo para retornar à sua frequência cardíaca original. A redução demorou, em média, 79 dias, ao passo que as atividades físicas só normalizaram em 32 dias. Quanto ao sono, foram necessários mais 24 dias para que sua qualidade fosse recuperada.
No entanto, 13,7% dos pacientes continuaram a conviver com batimentos cardíacos elevados por quase cinco meses. Esse “impacto fisiológico prolongado”, que especialistas chamam de “covid longa“, pôde ter suas origens estudadas e avaliadas por dados coletados pelos vestíveis da Fitbit, garantindo o primeiro estudo a longo prazo da espécie.
A empresa atualmente faz parte do Google, mas ainda atua desenvolvendo produtos e novas tecnologias. As soluções de saúde e esportes da Fitbit também estarão mais presentes na nova versão do Wear OS.
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