Ele pode ser adorado por alguns, odiado por outros, mas uma coisa não temos como negar: Gabe Newell é uma figura importante da indústria de games e sempre que ele aceita dar uma entrevista, vale a pena prestarmos atenção no que o chefão da Valve tem a dizer.
Pois desta vez a conversa de Newell foi com o pessoal do site IGN, e nela o sujeito tratou sobre diversos temas. Entre eles estava o Artifact, jogo de cartas lançado pela Valve no final de 2018 e que de acordo com o executivo, teve um desempenho muito inferior a o que eles esperavam.
“Nós estamos sempre preocupados com o que precisamos fazer a seguir, como estamos evoluindo e quais serão os próximos desafios. Fazemos post-mortem e análises, mas é sempre em perspectiva. Como, ‘ok, então como isso muda as coisas?’ Eu passarei um tempo pensando sobre o Artifact e no porque ele acabou sendo uma frustração, e na verdade isso é bem mais útil do que pensar sobre o impacto que tivemos na indústria. É provável que um nos ajude a tomar melhores decisões no futuro e o outro seja menos útil.”
Gabe Newell então reforçou a sua opinião afirmando que “o fracasso é mais educativo do que o sucesso”, mas não explicou exatamente quais lições eles aprenderam com o Artifact. O que ele mencionou foi a maneira como o hiato na franquia Half-Life influenciou a criação do Half-Life: Alyx, um jogo que eles esperam ser capaz de nos fazer perceber que a empresa ainda possui aquela “magia”. Além disso, o título tem sido tratado internamente como aquele que poderá fazer com que até os game designers sintam-se inspirados.
Já sobre a possibilidade de um dia vermos um Half-Life 3, Newell voltou a fazer jogo duro, dizendo que eles não lançarão um novo capítulo apenas para melhorar o desempenho financeiro do trimestre, e que a recepção ao Half-Life: Alyx servirá como um ótimo termômetro para eles saberem se estão no caminho certo.
Por fim, a entrevista ainda serviu para Gabe Newell nos dar a sua opinião sobre como iniciativas parecidas com a de Elon Musk estão nos aproximando de termos acesso a algo no estilo do que vimos no filme Matrix:
“Estamos muito mais próximos do Matrix do que as pessoas imaginam. Não será como o Matrix — Matrix é um filme e ele perde todas as sutilezas técnicas interessantes e o quão estranho será o mundo das interface cérebro-máquina — mas ela terá um impacto enorme nos tipos de experiências que poderemos criar para as pessoas.
[…] Penso que nos conectarmos ao córtex motor e ao córtex visual das pessoas será bem mais fácil do que elas esperam […] Ler e escrever no córtex motor de alguém é um problema muito mais tratável do que fazer as pessoas sentirem frio e você nunca imaginaria isso. Eu nunca poderia imaginar isso até entrar nisso. Mas acontece que o seu cérebro é uma ótima interface para algumas coisas e uma interface realmente muito mal projetada para outras.”
Mas Newell foi além, chegando a dizer que o futuro dos videogames reside na interface cérebro-máquina e que as empresas que não estiverem pensando nisso agora estão fadadas à extinção. Confesso que eu nunca tinha parado para pensar nesta possibilidade e se alguns ainda acreditam que seria a realidade virtual que levaria os games a outro patamar, parece que a coisa poderá será bem mais imersiva e interessante.
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