O Google bem que tentou, mas finalmente jogou a toalha e desistiu do mercado de tablets. Informações sobre a desistência circulavam desde o início da semana internamente e começaram a vazar, culminando na confirmação oficial nesta quinta-feira (20).
Entretanto, diferente de alguns veículos que andaram anunciando o “tabletpocalipse” e a vitória do iPad, tal medida diz respeito apenas ao hardware do próprio Google e não ao suporte de software a terceiros.
O informe oficial foi divulgado em primeira mão pelo site Computer World, que recebeu a notícia diretamente do Google. Na nota, a companhia informa que não mais produzirá tablets, ou seja, produtos de tela touch de grandes dimensões, com teclados destacáveis ou que não possuem o periférico (ainda que possam usar acessórios sem fio). Assim, laptops 2 um 1 como o Pixelbook continuam nos panos da gigante das buscas, bem como a linha Pixel de smartphones.
Ainda assim, allguns veículos entenderam a mensagem como uma total desistência do Google do mercado de tablets, tanto na produção de hardware quanto no suporte de software para produtos próprios e de terceiros, o que acabaria por matar a categoria de dispositivos Android e Chrome OS de parceiros comerciais e indiretamente, daria a vitória à linha iPad da Apple por W.O.
Para encerrar a confusão Rick Osterloh, vice-presidente sênior da divisão de Hardware do Google foi ao Twitter e esclareceu o que será feito de agora em diante:
Some articles have made this a bit unclear so wanted to clarify. And of course we will fully support Pixel Slate for the long-term as well.
— Rick Osterloh (@rosterloh) 20 de junho de 2019
A divisão irá de fato se focar em laptops mas manterá normalmente o suporte a tablets tanto de seus produtos já lançados, como o Pixel Sate, quanto de OEMs em todos os setores (comercial, corporativo e educacional), independente de rodarem Android ou Chrome OS. Portanto, não jogue fora o seu Galaxy Tab S5e novinho. No que tange a smartphones, obviamente nada muda.
Fontes próximas ao Google informam que a empresa estava desenvolvendo dois novos modelos de tablets, mas após uma reunião na última quarta-feira (19) foi decidido cancelar ambos e remanejar a equipe para outros setores; parte dos funcionários teriam sido migrados para a divisão de laptops.
Embora o Brasil tenha sido bem-servido de tablets Android de diversos fabricantes, o mesmo não pode ser dito pelo Google: o único produto lançado oficialmente pela empresa no país foi o ASUS Nexus 7, em uma trapalhada que nunca foi explicada direito: lotes que seriam destinados a clientes corporativos caíram sabe-se lá como nas mãos de redes varejistas, que venderam os aparelhos ao público final; a ASUS se viu forçada a “lançar oficialmente” o tablet por R$ 999, mas findo o estoque, o aparelho não foi reposto.
A desistência do Google é compreensível: as vendas de tablets caem ano após ano (nem o iPad vende mais como outrora), e hoje apenas Apple e Samsung levam o setor a sério; as demais ensaiam um ou outro lançamento vez ou outra mas no geral, ninguém fora as duas citadas possuem maiores aspirações em vender tablets.
O Pixel Slate, o último tablet de Mountain View foi lançado em outubro de 2018 (três anos após o Pixel C) com uma tela de 12,3 polegadas de 3.000 x 2.000 pixels, rodava Chrome OS com interface para toque, executava apps de Android e Linux e tinha preço sugerido a partir de US$ 599.
Com informações: The Next Web, Computer World.
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