A forma como o Google trata as funcionárias negras é alvo de uma nova investigação aberta contra a companhia nos Estados Unidos. Conforme relatou a Reuters na sexta-feira (17), o órgão regulador de direitos civis da Califórnia foi acionado após denúncias de casos de assédio e discriminação no local de trabalho.
Documentos vistos pela agência de notícias indicam que representantes do Departamento de Emprego e Moradia Justa da Califórnia (DFEH) entrevistaram as funcionárias da Alphabet, controladora da Google, que apresentaram as queixas formais. Elas foram questionadas a respeito de suas experiências, falando sob a condição de anonimato.
Outros colaboradores que trabalham na mesma unidade californiana da big tech também foram entrevistados, embora não tenham feito parte das denúncias. Analistas e advogados do regulador estavam em busca de mais exemplos de situações que representassem possíveis casos de assédios como os denunciados.
Funcionários que reclamaram de racismo e sexismo na empresa teriam sido orientados a tirar licença.Fonte: Unsplash
Essas investigações teriam sido iniciadas em novembro, mas o DFEH não forneceu maiores detalhes a respeito do andamento. Já a gigante das buscas afirmou estar focada em “construir uma equidade sustentável” para todos os trabalhadores negros, tomando medidas para garantir um ambiente cada vez mais inclusivo.
Discriminação na indústria tecnológica
Há pouco mais de um ano, a cientista da computação Timnit Gebru foi demitida da Google após acusar a empresa de racismo e censura, enquanto a companhia de Mountain View negou as alegações. Na época, a pesquisadora afirmou que o “racismo institucional” não é limitado à sua antiga empregadora.
Em entrevista à BBC, Gebru afirmou que a indústria da tecnologia é “institucionalmente racista”. Um exemplo disso seria a desconfiança sobre trabalhadores negros do setor, muitas vezes questionados por seguranças e colegas se eram mesmo funcionários das empresas onde estavam.
No momento, o DEFH está atuando em investigações semelhantes contra as companhias Tencent, Riot Games e Activision Blizzard, apurando denúncias de assédio e discriminação generalizada.
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