O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) está investigando a Google Brasil por exibir trechos de notícias no site de busca. São os chamados snippets, uma “caixinha” que destaca o resumo daquilo que o usuário pesquisou. O box pode ser encontrado na aba “Notícias” do buscador e a pessoa consegue ler um trecho importante da matéria.
Até agora, o Conselho já ouviu as versões da Google, da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e outros veículos jornalísticos para entender se o gigante das buscas utiliza partes do texto indevidamente.
Os snippets mostram um trecho da notícia, logo abaixo do título
O processo está em andamento desde 2019, mas o assunto já é pauta desde 2018, quando o Buscapé afirmou que o Google copiava preços do site e incluía no Google Shopping. Segundo a empresa, a ação desencorajava que mais usuários entrassem no site. O caso foi arquivado por falta de provas, mas pouco tempo depois, foi notado que o mesmo podia estar ocorrendo com a exibição de notícias.
A ANJ, que representa diversos veículos do país, afirmou que, se for provado que o site de buscas desestimula que os leitores cliquem na matéria original, o Google deve pagar pelos conteúdos. Atualmente, os jornais geram receita por meio de assinaturas e, principalmente, anúncios nos sites.
A Google, por outro lado, afirmou que está cooperando com as investigações, mas deixa claro que todos os sites decidem se querem aparecer na opção “Google Notícias“. Segundo a empresa, o Google ajuda a direcionar mais de 24 bilhões de acessos todos os meses a sites jornalísticos, além de ter adicionado uma ferramenta “Assine com o Google”, que facilita a assinatura em jornais.
A ANJ afirma que as medidas não são suficientes, já que “o valor pago é meramente simbólico”. A Associação exige que todos os veículos sejam pagos de forma igualitária e que a Google haja com mais “transparência e objetividade nas negociações”.
Lei australiana
A investigação segue uma onda de reivindicações do meio jornalístico ao redor do mundo. Em fevereiro, o Parlamento da Austrália aprovou a lei que obrigas empresas como Google e Facebook a pagarem por notícias que exibem em suas plataformas. O país afirma que o objetivo da decisão é garantir que as companhias de tecnologia que se beneficiam deste conteúdo, remunerem os veículos e “ajudem a sustentar o jornalismo de interesso público na Austrália”.
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