Energia é, certamente, um dos assuntos mais importantes do século 21. Várias pesquisas têm buscado alternativas para melhorar o armazenamento e a longevidade de baterias para equipamentos eletrônicos. Em paralelo, cada vez mais se fala sobre formas de ampliar a qualidade e velocidade da transmissão de dados e Internet. A descoberta e pesquisa sobre o grafeno, cuja matéria-prima é 200 vezes mais resistente que o aço, chegou para expandir as possibilidades nestes e demais setores tecnológicos. O que é grafeno e por que ele pode revolucionar os eletrônicos? Mas o que há de tão especial no grafeno? Derivado do grafite, este material é uma estrutura bem simples, porém extremamente forte e resistente, mais que o diamante – inclusive. Além disso, é um excelente condutor de eletricidade, praticamente transparente, totalmente impermeável e flexível. Grafeno sendo processado em seu estado líquido no MackGraph (Foto: Divulgação/Mackenzie) Poucos ainda são os centros de pesquisa no mundo especializados em grafeno. Atualmente, ainda não há uma resposta exata sobre quais produtos poderão se beneficiar com a nova tecnologia no futuro, mas o alcance das possibilidades é surpreendente. Estudos já estão sendo feitos em áreas tanto das telecomunicações como em eletrônicos, abrangendo computadores, smartphones, tablets, TVs de ultradefinição, telas flexíveis e etc. Até mesmo uma tinta a base de grafeno está sendo pesquisada em substituição a placas de circuitos – o que pode tornar alguns equipamentos eletrônicos mais leves e baratos. No Brasil, o Instituto Presbiteriano Mackenzie inaugurou, no último dia 2 de março, o MackGraphe – o primeiro centro de pesquisas avançadas em grafeno da América Latina. No local, serão desenvolvidos estudos tanto em grafeno quanto em outros materiais bidimensionais. Download grátis do app do TechTudo: receba dicas e notícias de tecnologia no Android ou iPhone O grafeno é um condutor de energia muito superior ao cobre (Foto: Divulgação/Mackenzie) O físico russo e Prêmio Nobel de Física 2010, Sir Andre Geim, que descobriu o grafeno, esteve na inauguração do centro e afirmou que o material tem propriedades que possibilitam, sozinho ou em conjunto com outros elementos, o desenvolvimento de “inúmeras aplicações que ainda estão sendo exploradas pelos cientistas. Novas baterias estão em processo de estudo, por exemplo. No futuro, baterias para aparelhos eletrônicos, a base de grafeno, com maior capacidade de armazenamento de energia e durabilidade podem sim ser uma realidade”, conta. Grafeno e Internet Recentes avanços em pesquisas demonstraram vantagens da aplicação do grafeno em fibras óticas, para melhorar a qualidade da transmissão de dados e ampliar a banda da Internet. O material, que é um ótimo condutor de energia – superior ao cobre, provou-se bem mais eficiente que os métodos atuais. Estudos teóricos prevêem transmissões ultra-rápidas em limites superiores a centenas de GHz. No entanto, como as pesquisas ainda são iniciais, ainda é prematuro afirmar quando esta nova tecnologia estará disponível. Laboratório do MackGraph já realiza pesquisas sobre o grafeno na fibra ótica (Foto: Viviane Werneck/TechTudo) Baterias mais poderosas e menos poluentes Com o esgotamento das fontes de combustíveis fósseis e problemas ambientais relacionados ao seu manuseio, tem-se desenvolvido uma consciência maior sobre o uso consciente de energia e pela busca de fontes renováveis e “limpas”. Em paralelo, o armazenamento desta energia também vêm recebendo preocupação mundial – principalmente devido a maioria das baterias comerciais possuírem materiais pesados em sua composição e apresentarem um tempo de vida cada vez menor. Qual é o melhor celular com bateria de longa duração ? Descubra no Fórum do TechTudo Neste cenário, a busca por novos materiais que possam ser usados, de forma mais eficiente, em dispositivos de armazenamento de energia (como as baterias) é de extrema necessidade. O grafeno, bem como outros materiais bidimensionais, mostrou-se ideal para o emprego no desenvolvimento de tais baterias, devido suas propriedades diferenciadas já citadas, como elevada condutividade elétrica, flexibilidade, leveza e grande área superficial. A Professora Cecília de Carvalho acredita no uso do grafeno como forma de ‘energia limpa’ (Foto: Divulgação/Mackenzie) A Professora Cecília de Carvalho Castro e Silva, pesquisadora de energia do MackGraph, lidera um grupo de pesquisa que estuda a aplicação desses novos materiais na criação de baterias mais duráveis e menos poluentes. “O grande objetivo deste grupo de pesquisa é a miniaturização e integração destes dispositivos em plataformas flexíveis, extremamente finas e de baixo custo, buscando alcançar o conceito de ‘vestíveis’ e portáteis”, explica a Professora. “Baterias de grafeno podem ser também uma estratégia para aplicação em carros elétricos e substituindo, assim, os combustíveis fósseis”. saiba mais Nokia pode fazer celulares de grafeno, ‘o material mais resistente do mundo’ Painel solar feito de grafeno pode baratear a ‘energia limpa’ Bateria smart se desconecta e evita acidentes quando super aquecida
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