Horizon Forbidden West, Sony e a quebra de promessas

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Que a Sony faz de tudo para arrancar mais dinheiro dos gamers, é um fato, mas a empresa ao menos cumpria promessas feitas anteriormente… até agora. Com a confirmação de que Horizon Forbidden West foi adiado para 18 de fevereiro de 2022, veio também o anúncio dos preços das edições e como funcionaria o upgrade entre as versões do PS4 e PS5.

Contrariando informações oficiais divulgadas em setembro de 2020, em que a companhia afirmou que o processo seria gratuito, a Sony diz agora que as edições Standard e Special, as mais baratas, não terão direito ao upgrade para o PS5. Para ter o “direito duplo” de acesso a ambas versões, será preciso gastar a partir de R$ 399,50.

Horizon Forbidden West (Crédito: Divulgação/Guerrilla Games/PlayStation Studios)

Horizon Forbidden West (Crédito: Divulgação/Guerrilla Games/PlayStation Studios)

Quando a Sony revelou os preços oficiais do PS5, Jim Ryan, CEO da Sony Interactive Entertainment, explicou na postagem do PlayStation Blog como seria feita a transição do PS4 para o novo sistema, com o devido suporte a retrocompatibilidade, uma antiga promessa.

Na ocasião, o executivo revelou que alguns títulos futuros seriam lançados para ambas plataformas, mas que quem ainda estivesse no console antigo e migrasse depois, teria a opção de fazer o upgrade destes gratuitamente. Ryan citou especificamente três jogos, sendo eles Marvel’s Spider-Man: Miles Morales, Sackboy: Uma Grande Aventura e Horizon Forbidden West.

O recurso de upgrade entre gerações não é imposto pelos fabricantes a desenvolvedoras externas, e cada uma é livre para agir como bem entender; de fato, a Activision Blizzard cobrou pelo recurso com Call of Duty: Black Ops Cold War, e a Kojima Productions está fazendo o mesmo com o upgrade de Death Stranding para a versão Director’s Cut no PS5. Já a Hello Games ofereceu a atualização de No Man’s Sky de forma gratuita, bem como serão as de Cyberpunk 2077 e The Witcher III: Wild Hunt, quando a CD Projekt Red lançá-las.

Já com jogos first-party, desenvolvidos por estúdios da própria Sony e Microsoft (que hoje formam a PlayStation Studios e a Xbox Game Studios, respectivamente), ficou subentendido que os upgrades entre gerações de consoles seriam gratuitos. Ao menos, é assim que acontece na plataforma Xbox.

Sony prometeu que Horizon Forbidden West teria upgrade gratuito do PS4 para PS5 (Crédito: Reprodução/Sony)

Sony prometeu que Horizon Forbidden West teria upgrade gratuito do PS4 para PS5 (Crédito: Reprodução/Sony)

Com a Sony, entretanto, as coisas são diferentes. Quando o processo movido pela Epic Games contra a Apple revelou que a Sony cobra os estúdios pela ativação do recurso de cross-play no PS5 e PS4, sempre que a receita mensal das compras ingame em seus consoles for inferior a 85%, no somatório entre todos os sistemas habilitados (uma marca dificílima de atingir, logo, todo mundo paga), ficou claro que a gigante japonesa visa o lucro a todo custo.

Exatamente por esse motivo, a companhia se recusou por anos a fio a implementar a retrocompatibilidade em seus consoles, pois era muito mais vantajoso relançar um mesmo game a cada nova geração, pois os jogadores eventualmente acabam comprando de novo. Vide Shadow of the Colossus, com um port para PS3 e um remake para PS4, e The Last of Us, cuja versão Remastered saiu apenas um ano depois da original.

Porém, como a Microsoft acabou por definir um novo padrão no suporte a consoles legados, a Sony foi meio que forçada a adotar o recurso com o PS5, dando suporte aos jogos legados do PS4, enquanto definia como abordaria a questão dos upgrades de jogos entre gerações, algo que a Microsoft já havia anunciado e o faria de graça, com os jogos de seus próprios estúdios.

Em um primeiro momento, a Sony prometeu que donos de certos jogos teriam acesso às versões do PS5 sem custos adicionais, o que realmente aconteceu com Marvel’s Spider-Man: Miles Morales e Sackboy: Uma Grande Aventura. Só que quando a Sucker Punch Productions anunciou a versão Director’s Cut de Ghost of Tsushima, o bolo desandou.

Preço do upgrade de Ghost of Tsushima: Director's Cut varia conforme a versão que o jogador possui (Crédito: Reprodução/Sucker Punch Productions/PlayStation Studios)

Preço do upgrade de Ghost of Tsushima: Director’s Cut varia conforme a versão que o jogador possui (Crédito: Reprodução/Sucker Punch Productions/PlayStation Studios)

A versão revista do game, que foi lançada para PS4 e PS5, é considerada um “upgrade” pago, ao invés de uma migração do jogo original. Há uma nova área, uma nova missão de história e mais conteúdo a ser desbloqueado, e baseado nesse argumento, a Sony justificou a cobrança de um valor adicional para quem comprou o game no PS4.

Para quem ainda está na geração anterior o upgrade custa R$ 55,90, mas quem trocou de console e quer levar seu progresso para a versão expandida do PS5, terá que desembolsar R$ 159,90. Com isso, o upgrade pago para jogos first-party são mais caros do que as ofertas dos terceiros, e o sistema também é mais confuso.

Voltando a Horizon Forbidden West, todo mundo acreditou na palavra deJim Ryan, por este ter garantido que o upgrade do novo jogo, para quem ainda está no PS4 e no futuro compre o PS5, seria gratuito. Afinal, se o CEO falou, quem vai contrariá-lo?

Pois nesta semana, a Sony voltou atrás e decidiu que não haverão opções de upgrade, de nenhuma forma. Ao invés disso, a segunda aventura de Aloy terá o que a gigante japonesa chamou de “dual entitlement” ou “direito duplo” , basicamente edições do game que vem com as versões de ambos consoles.

Quem optar pela edição Padrão, digital ou física (R$ 299,90 no PS4 e R$ 349,90 no PS5), ou a Especial, que vem em um Steelbook, terá que decidir antecipadamente em qual console irá jogar, se no PS4 ou PS5, e comprar a versão correspondente. Estas não terão direito a upgrades futuros, algo para o qual a Sony já afirmou que não tem planos.

As versões que oferecem o “direito duplo” são a Digital Deluxe, que traz itens cosméticos, trilha sonora, artbook e quadrinhos digitais, que custa R$ 399,50 no Brasil, e as luxuosas Collector’s (US$ 200) e Regalla Edition (US$ 260), que vem com estatuetas da Aloy e da máquina Tremortusk, além de outros itens.

A Regalla Edition custa US$ 260 (Crédito: Divulgação/Guerrilla Games/PlayStation Studios)

A Regalla Edition custa US$ 260 (Crédito: Divulgação/Guerrilla Games/PlayStation Studios)

A recepção da mudança de planos acerca do lançamento de Horizon Forbidden West não foi das melhores, principalmente porque a Sony retirou um compromisso anterior, puramente para lucrar mais com quem planeja mudar de console depois do lançamento. Claro que muitos preferem esperar para comprar games após o período de lançamento, para pagar menos, mas nem todos fazem isso.

Em comparação ao Smart Delivery, focando especificamente em jogos desenvolvidos por estúdios de ambas fabricantes de consoles, a Microsoft apresenta uma aproximação mais clara e mais amigável para o jogador. Já do lado da Sony, fica evidente que as regras podem e irão variar de jogo para jogo, sem considerar os third-parties.

O Xbox Smart Delivery é gratuito para jogos first-party (Crédito: Divulgação/Microsoft)

O Xbox Smart Delivery é gratuito para jogos first-party (Crédito: Divulgação/Microsoft)

Claro, mesmo que a aproximação da Sony para os upgrades entre gerações seja menos do que o ideal quando comparada à concorrência, mudar de ideia e quebrar promessas ainda é algo muito, muito feio.

Fonte: Sony, PlayStation Blog

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