Impostor cria jornalista falso com deepfake

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Um suposto estudante da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, jornalista e amante de café não é bem o que parece. Oliver Taylor, como foi batizado, é um personagem criado com fotos geradas por deepfake, biografia e currículo mentirosos, mas já teve artigos publicados em veículos internacionais.

O perfil chamou atenção da Reuters no fim de 2018, quando o acadêmico Mazen Masri e a esposa foram categorizados como “simpatizantes de terroristas” em um artigo de opinião de Taylor para o jornal The Algemeiner. Em investigação sobre a identidade do suposto estudante, o site constatou que ele havia sido “fabricado”.

Além de a universidade não ter qualquer registro de Oliver Taylor, o telefone informado para os editores do The Jerusalem Post e do The Times of Israel responde com uma mensagem automática de erro. Nem mesmo os e-mails enviados para o endereço do suposto homem foram respondidos.

Mapa de calor revela sinais de edição na foto de perfil de Oliver Taylor.Mapa de calor revela sinais de edição na foto de perfil de Oliver Taylor.Fonte:  Reuters/Reprodução 

Em investigação mais profunda, a Reuters não conseguiu traçar o rastro digital de Taylor. A única plataforma que registrou a passagem do estudante foi a Quora, na qual ele permaneceu ativo por apenas 2 dias em março. Já suspeitando da autenticidade do perfil, o site acionou especialistas forenses para analisarem a foto de Taylor, e softwares especiais indicaram que ela foi forjada, como um deepfake — algo próximo das imagens geradas pela rede neural do site This person does not exist.

A identidade do impostor ainda é um mistério, e as investigações devem continuar. Contudo, a relevância que Oliver Taylor adquiriu cria um sinal de alerta: notícias podem ser falsificadas com muitos detalhes. Para leitores comuns, a foto de Taylor e seu perfil descrevem um estudante comum e têm um poder devastador para o meio jornalístico e a sociedade.

Para Miriam Herschlag, editora do jornal The Times of Israel, “é momento de escancarar esses impostores e levantar a defesa”. Entretanto, é um desafio complicado para a profissional, já que ela não deseja “interromper a atenção a novas vozes”.

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