O jornal Nikkei Asia publicou no final de semana (23) uma notícia impensável sobre tecnologia: o governo japonês está iniciando um trabalho que visa eliminar os disquetes, aqueles discos de informação criados nos anos 1960 para armazenamento de dados em computadores, cuja fabricação foi interrompida há mais de uma década pela Sony.
A ala de Meguro, uma jurisdição dentro da metrópole de Tóquio, pretende transferir os dados gravados em disquetes e outras mídias de armazenamento físico para a nuvem ainda no ano fiscal de 2021. A ala Chiyoda planeja o mesmo tipo de transição, porém nos próximos anos, enquanto Minato, também na capital japonesa, já efetuou a migração há dois anos.
O administrador de fundos públicos de Meguro, Yoichi Ono, explicou à publicação que a resistência das autoridades da capital em abandonar a tecnologia ultrapassada, que está atrasando a transição digital pretendida pelo governo central do Japão, deve-se a um conceito tradicional de que o dispositivo é “ultraconfiável”. De acordo com Ono, disquetes “quase nunca quebraram ou perderam dados”. E, para piorar a situação, os produtos ainda são reaproveitáveis.
Como o Japão pretende se livrar dos disquetes?
Fonte: magocarlosyo/Pixabay/ReproduçãoFonte: magocarlosyo/Pixabay
A decisão das autoridades de Tóquio em finalmente eliminar os disquetes pode estar relacionada mais a fatores econômicos do que a convicções pessoais. Segundo o Nikkei Asia, algumas instituições passaram a cobrar tarifas para converter os dados dos disquetes em tecnologias atuais. O Mizuho Bank da ala de Meguro, por exemplo, está cobrando 50 mil ienes japoneses, cerca de R$ 2,5 mil, para usar a mídia do século passado.
No entanto, a esperada transição pode levar anos para ser concluída por autoridades que até hoje não abrem mão dos seus inseparáveis carimbos pessoais. Em um dos principais bairros de escritórios do governo japonês, Chiyoda, na área central de Tóquio, as chefias já concordaram com uma data para eliminação definitiva dos disquetes: 2026!
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