O rover lunar chinês, Yutu 2, tirou novas imagens da superfície lunar, destacando mais detalhes do lado mais distante da Lua. A missão espacial, que conseguiu realizar o primeiro pouso bem-sucedido nesta região do nosso satélite natural, está iniciando o 24º dia lunar no local.
As informações sobre a missão são atualizadas durante o período noturno da Lua, quando as baixas temperaturas — que podem chegar a -180º Celsius — obrigam o rover a hibernar. Na mais recente atualização do diário de viagem do Yutu 2, foi divulgada uma série de fotografias, incluindo uma imagem panorâmica que mostra uma grande cratera em meio a uma paisagem desolada e a borda distante da cratera Von Kármán, local onde a nave Chang’e 4 pousou no começo de janeiro de 2019.
Imagem panorâmica de alta resolução tirado pelo rover Yutu 2. No centro, é possível ver o módulo de pouso Chang’e 4.Fonte: CNSA/Divulgação
Um dia (ou uma noite) lunar equivale a 14 dias na Terra. Entre esse período, o rover realiza suas atividades. Seu objetivo mais recente seria se aproximar de uma rocha para identificá-la durante o dia lunar e verificar se seria um alvo interessante, porém, ele não conseguiu se deslocar até o local. Por esse motivo, ele utilizou o seu espectrômetro para analisar uma outra substância encontrada em uma rocha, que já havia sido descoberta em julho, e foi descrita como “semelhante a um gel” e com uma “cor incomum”.
A equipe da Administração Espacial Nacional da China (CNSA, na sigla em inglês) tem utilizado um software que realiza um mapeamento 3D da superfície da Lua, para ajudar a traçar uma rota para o rover. Por se tratar de um terreno irregular, o Yutu 2 pode ficar preso ou sofrer acidentes durante seu deslocamento. Algumas das imagens detalham as rotas planejadas pela equipe da CNSA, para que o rover chinês possa se deslocar entre as várias crateras que podem prendê-lo.
Rotas projetadas para que o Yutu 2 possa se deslocar em segurança pela superfície lunar.Fonte: CNSA/Divulgação
Tanto o módulo de pouso Chang’e 4, quanto o rover Yutu 2 possuíam uma vida útil estimada em um ano e três meses, respectivamente. Apesar disso, ambos seguem funcionando bem, de acordo com a CNSA. Ao todo, a missão sobreviveu, até o momento, a 23 dias e noites lunares no lado mais distante da Lua, o equivalente a pouco mais de 670 dias terrestres.
Esse é o maior tempo que um equipamento construído pela humanidade ficou em atividade na superfície lunar. O recorde anterior pertencia ao rover soviético Lunokhod 1, que esteve em atividade por 321 dias, ou 10 meses, 2 semanas e 3 dias, entre os anos de 1970 e 1971.
A China espera lançar sua próxima missão lunar, Chang’e 5, ainda em 2020, no final de novembro. O objetivo será pousar no lado mais próximo do satélite natural e coletar cerca de 2 Kg de rochas.
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