A AMD apresentou a linha Ryzen 3000 de processadores para desktops durante a Computex 2019, que deverão chegar ao mercado norte-americano a partir de julho. Quando isso acontecer, alguns usuários que desejarem adquiri-los terão que trocar suas placas-mãe, já que o antigo chipset A320, compatível com as séries Ryzen 1000 e 2000 não suporta a nova geração.
Ao mesmo tempo, o novo chipset X570 não é compatível com os processadores da primeira geração, então nada de aproveitar chips antigos em placas novas.
A AMD adotou com a linha Ryzen uma política mais amigável do que a Intel, em que cada novo chipset significa um novo soquete, e consequentemente, uma troca completa do kit placa-mãe/processador, o que sempre irritou quem precisa ou faz questão de ter sempre um desktop de última geração, como a Glorious PC Gamer Master Race ou profissionais liberais, de diversas áreas.
Com as séries Ryzen 1000 e Ryzen 2000 a AMD introduziu cinco chipsets diferentes, do A320 ao X470, todos compatíveis com os processadores que foram lançados até a geração anterior, sem sequer a necessidade de uma atualização de BIOS; bastava comprar o novo chip, espetar e usar. No entanto, rumores sobre a compatibilidade da linha 3000 para desktops começaram a circular antes do anúncio dos chips, e tudo levava a crer que o A320 seria enfim posto de lado.
Nesta semana, com o anúncio oficial dos novos chips, a AMD confirmou as especulações ao divulgar a tabela completa de compatibilidade.
Vai funcionar assim: o A320 não será compatível com a linha Ryzen 3000 para desktops, e quem desejar usa-lo terá que adquirir uma placa-mãe B450 ou X470, se não quiser ter dores de cabeça. Esses são os modelos de chipsets com total compatibilidade para todas as gerações AMD Ryzen, sem a necessidade de nenhum tipo de intervenção.
A culpa seria da BIOS: as versões presentes em placas A320 não seriam capazes de suportar as instruções de micro-código da terceira geração, que estão ocupando mais espaço. Para se ter uma ideia, as BIOS nas placas B450 e X470 possuem entre 128 e 256 MB. Isso sem contar a compatibilidade com memórias RAM DDR4 de até 3.200 MHz e ao padrão PCIe 4.0, provido pelos novos chips.
Quem possui uma placa-mãe com um chipset B350 ou X370 pode até se arriscar, mas a compatibilidade será limitada a apenas alguns modelos, através de atualizações da BIOS. Embora a AMD encoraje as fabricantes parceiras a manterem seus kits atualizados, ela não pode obriga-los a fazê-lo, e há a possibilidade de que tais placas sejam simplesmente deixadas no limbo, de modo a vender novas because capitalismo.
Note que os processadores Ryzen 3000 com APUs são de fato compatíveis com o A320, mas até o momento, apenas os dedicados a laptops são equipados com chips gráficos Radeon Vega. Isso provavelmente foi levado em conta para reduzir os custos das OEMs e aumentar a participação da AMD no mercado de computadores móveis.
Por fim, há a questão do novo chipset X570. Embora ele suporte tranquilamente os processadores Ryzen 2000, ele não é compatível com os chips de primeira geração, portanto, quem pretende manter os seus Ryzen 1000 funcionando com placas-mãe novas está sem sorte. Os consumidores que não quiserem pular direto para a linha 3000 terão que adquirir um processador de segunda geração, de modo a utilizar as novas MoBos.
Para diminuir a confusão, a AMD apresentou um novo selo (acima) que virá impresso nas caixas das placas-mãe com chipsets X570, X470 e B450, informando ao consumidor que ele está adquirindo um kit “drop in”, ou seja, é só espetar o processador Ryzen 3000 e usar, sem a necessidade de nenhuma atualização de BIOS ou coisa que o valha.
No fim das contas, a AMD está depreciando as versões mais antigas de seus processadores e seu primeiro chipset para a linha Ryzen porque não tem muito mais o que fazer com eles, o que ainda é um procedimento mais amigável do que o modus operandi da Intel; ainda assim, é fato que muita gente vai reclamar.
Com informações: ExtremeTech.
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