Para algumas pessoas a Epic Games Store surgiu como um praga, uma loja que veio para tirar jogos do todo poderoso Steam e que tem limitado a nossa opção de compra. De certa forma esse pessoal tem razão, mas quando se trata do lado de lá desta equação, tem sido cada vez mais comum vermos editoras e desenvolvedoras defendendo essa a loja.
Um dos principais motivos para isso acontecer evidentemente é a maior porcentagem que a loja da Epic paga às empresas, mas ao participar recentemente de uma sessão de perguntas e respostas com os fãs, o presidente do Piranha Games, Russ Bullock, explicou porque eles tiraram o MechWarrior 5: Mercenaries do Steam, dando justificativa interessante para isso.
De acordo com o executivo, um dos maiores problemas da plataforma da Valve está na enorme quantidade de títulos disponíveis e como na Epic Games Store isso não acontece, eles acreditam que a exposição do jogo por lá será muito maior.
“[O Steam] é uma boa plataforma, mas conforme lançamos as nossas atualizações e recebemos a rodada de exposição que eles oferecem para o MechWarrior Online, o que descobrimos é que a massa crítica de outros títulos sendo lançados por lá é simplesmente muito pesada… após um patch ou algo assim… 10 horas depois estava feito e você havia sido enterrado de novo. Então, é isso o que nos preocupa e acredito que seja uma preocupação crescente para muitas desenvolvedoras menores.”
Bullock disse acreditar que o seu novo jogo permanecerá na capa da Epic Games Store por pelo menos durante todo o mês de lançamento e algo que poderá ajudar a levar mais pessoas para a loja — e consequentemente aumentar a chance dele ser vendido — é o fato do MechWarrior 5 estar previsto para ser lançado na mesma época de um gigante, o Borderlands 3 e que será temporariamente exclusivo desta loja.
Este certamente é um ponto que precisa ser considerado por qualquer empresa que esteja planejando lançar algo no PC nos próximos meses, mas como eu disse antes, há também a questão da divisão de lucro. No caso do MechWarrior 5: Mercenaries, jogo que está sendo desenvolvido na Unreal Engine, isso significa que além do estúdio ter que dar 30% das vendas para a Valve, eles ainda teriam que abrir mão de 5% para a Epic. Porém, ao vender pela loja da responsável pelo kit de desenvolvimento eles só terão que dar 12% do que lucrarem.
Só para termos uma melhor noção do que essa diferença de percentual representa, saiba que os planos do pessoal da Piranha Games é vender pelo menos um milhão de cópias, o que no fim das contas representaria algo em torno de US$ 9 milhões a mais apenas por eles terem deixado o Steam e colocado todas as fichas na Epic Games Store.
No entanto, Bullock admitiu saber que a mudança não deverá ser bem vista por muitos interessados no jogo deles, mas que pensando no futuro da franquia, eles precisavam seguir por este caminho. Para evitar maiores problemas, o estúdio tratou de reembolsar aqueles que haviam adquirido o MechWarrior 5 durante o período em que ele esteve em pré-venda e que das mais de 20.000 cópias vendidas assim, apenas 700 compradores pediram seu dinheiro de volta.
O tempo dirá se a decisão de Bullock e de vários outros estúdios que fizeram essa aposta foi acertada, mas de uma coisa eu não tenho dúvida: a Valve precisa rever essa sua política de cobrança. Isso seria bom para todos, talvez até para ela.
Fonte: Polygon.
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