Em 2009, o povo Wajarri Yamatji e a Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO) fizeram um acordo para levantar, em terras aborígenes, o Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP), o conjunto de 36 radiotelescópios que vasculham o cosmos dia e noite. A parceria tem dado frutos ao longo dos anos, mas nada como o que foi anunciado agora: um mapa de todo o Universo concluído em menos de 15 dias.
O novo atlas traz aproximadamente três milhões de galáxias – um terço delas, nunca antes registrado. Chamado de Rapid ASKAP Continuum Survey (ou Pesquisa Rápida Contínua do ASKAP), o processo gerou, segundo a CSIRO, “um Google Maps do Universo”. As imagens poderão ser acessadas por qualquer um.
O amplo campo de visão do ASKAP, erguido no interior da Austrália Ocidental, permite que ele observe, todas as noites, 83% de todo o céu, captando imagens panorâmicas incrivelmente detalhadas, o que vai permitir uma análise de grandes populações de galáxias.
“É quase como um censo cosmológico, a ser usado por astrônomos de todo o mundo para explorar o desconhecido e estudar tudo, desde a formação de estrelas até como as galáxias e seus buracos negros supermassivos evoluem e interagem”, disse o autor principal do estudo e astrônomo da CSIRO, David McConnell.
13 exabytes de dados
Os pesquisadores do ASKAP usaram apenas 903 imagens combinadas para formar o mapa completo do céu – os atlas existentes hoje necessitaram de dezenas de milhares de imagens para serem produzidos.
Esse número baixo contrasta com o volume de informações: o conjunto de radiotelescópios gerou 13,5 exabytes de dados brutos, processados pelo supercomputador Galaxy, do Pawsey Supercomputing Centre. Os resultados foram 70 bilhões de pixels e 26 terabytes de dados reunidos nas 903 imagens usadas no mapa, cujo processo de desenvolvimento foi publicado na revista Publications of the Astronomical Society of Australia.
“Esperamos encontrar dezenas de milhões de novas galáxias em pesquisas futuras”, acredita McConnell.
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