Marvel’s Guardians of the Galaxy — Adoráveis desajustados

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Marvel’s Guardians of the Galaxy é o mais novo game baseado em personagens da Marvel Comics, desta vez focado no grupo de “heróis” cósmicos da editora. A renascença dos personagens obviamente é culpa exclusivamente de James Gunn, após este ter feito bruxaria ao transformar a HQ dos Guardiões da Galáxia, um título classe Z que dava ponto de vendas, em dois sucessos de cinema.

Você conhece esses caras, então sabe o que esperar (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

Você conhece esses caras, então sabe o que esperar (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

A Eidos-Montréal (franquia Deus Ex, Thief, Shadow of the Tomb Raider) ficou a cargo do game, mas embora o estúdio seja uma subsidiária da Square Enix tal qual a Crystal Dynamics, que ficou responsável por Marvel’s Avengers, a aventura de Senhor das Estrelas, Gamora, Drax, Rocket e Groot é um jogo fechado em si, livre de recursos de GaaS (Jogos como um Serviço).

Mais uma grande encrenca

A trama de Marvel’s Guardians of the Galaxy é contida em si mesmo e não está ligada sequer a Marvel’s Avengers (subentende-se que cada game se passa em um universo diferente). A galáxia está se recuperando de uma guerra de larga extensão, e nesse cenário, sempre há aqueles tentando explorar meios de fazer fama e fortuna. Os Guardiões da Galáxia são mais um desses grupos de oportunistas, procurando ganhar a vida com trabalhos sujos, contrabando, o de sempre.

No jogo a equipe é relativamente nova, com Gamora e Drax, o Destruidor sendo as mais recentes adições. No início eles mal se entendem, Quill não consegue se impor como líder, vivendo às turras com Rocket. Já o guerreiro 120% literal não confia nem um pouco na assassina e filha de Thanos, o Titã Louco, e faz questão de deixar isso claro o tempo inteiro. E o Groot é… bem, o de sempre.

Marvel's Guardians of the Galaxy (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

Marvel’s Guardians of the Galaxy (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

O jogo abre com o que parece ser uma missão simples de invasão em um espaço restrito, busca e apreensão de um alvo, mas como nada na vida dos Guardiões é fácil, mesmo esse trabalhinho vai degringolar em uma série de acontecimentos problemáticos, chegando ao ponto de uma catástrofe universal. Cabe aos 5 encrenqueiros se entenderem, arrumarem a bagunça que fizeram e, de quebra, salvarem a galáxia.

“Something good? Something bad?”

Marvel’s Guardians of the Galaxy é um jogo de ação em terceira pessoa, em que o jogador assume o controle de Peter Quill e conta com os demais Guardiões como suporte nos confrontos e exploração. É uma mecânica bem parecida com a usada em outro título da Square Enix, Final Fantasy XV, onde o jogador pode realizar ações de comando para dar ordens aos seus aliados, mas para quem desejava controlar os demais diretamente, fica uma pontinha de decepção.

Cada membro do grupo possui uma habilidade específica de exploração. Groot, por exemplo, é capaz de usar suas vinhas para criar pontes em determinados pontos, ou elevar plataformas específicas, ajudando Quill a chegar a lugares mais altos. Drax tem à disposição sua incrível força física, que lhe permite derrubar paredes, abrir buracos no chão e mover maquinário pesado.

Rocket é capaz de hackear terminais e se esgueirar em passagens pequenas, que os outros não podem acessar, e Gamora usa sua espada para abrir caminho, cortando cabos e galhos bloqueando passagens, ou se fixando em paredes para dar um impulso extra a Quill, lançando-o para plataformas mais altas.

Peter Quill tem suas pistolas à disposição, capazes de disparar projéteis elementais (gelo, eletricidade, vento, etc), botas a jato que lhe permitem pular mais alto e planar, e o visor para escanear o cenário e analisar de tudo, inclusive inimigos.

Marvel's Guardians of the Galaxy (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

Marvel’s Guardians of the Galaxy (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

Em combate, cada integrante do time também possui suas especialidades. Rocket é o especialista em demolição, possuindo habilidades que causam dano em área e uma excelente para abertura de combos; Drax conta no início com um golpe especial que causa um grande impacto na barra de atordoamento nos inimigos, Groot é capaz de restringir o movimento de oponentes, e Gamora inicialmente é a finalizadora, com uma habilidade de dano massivo um único alvo.

Já Quill pode usar os disparos elementais para aumentar a barra de atordoamento, abrindo a defesa para os ataques especiais dos demais Guardiões, acionados com o L1/LB + botão (uma para cada personagem) e mais um botão para escolher a técnica. E sim, o Senhor das Estrelas também possui suas habilidades especiais, acionadas apertando o analógico esquerdo/L3.

As mecânicas de Marvel’s Guardians of the Galaxy estimulam o jogador a usar a cabeça nos combates. Os adversários frequentemente virão em hordas enormes, mesmo no modo Normal de dificuldade, e os mais poderosos usam escudos e podem ter até mesmo ter mais de uma barra de energia. Basicamente, é atacar, esquivar, abrir a defesa de inimigos e acionar os golpes especiais.

Adquirir mais habilidades não é tão difícil (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney) / guardians of the galaxy

Adquirir mais habilidades não é tão difícil (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

O game mede o desempenho do jogador não só ao eliminar inimigos, mas também o de trabalho em equipe, para conceder mais pontos de experiência. Você ganhará um ponto de habilidade sempre que subir de nível, e estes serão usados para comprar as demais habilidades de cada um.

Estas são as únicas características que o jogador pode incrementar nos aliados de Quill, enquanto que o próprio, por ser o único personagem controlável, tem outros truques à disposição. É possível comprar beneficiadores de diversos tipos, que fortalecem o tiro, diminuem o tempo de recarga, anulam o tempo de resfriamento das pistolas e concedem mais energia, entre outros.

Para adquiri-los, é preciso coletar componentes espalhados pelos cenários, alguns deles bem escondidos. Feito isso basta acessar uma bancada, seja na Milano, a nave dos Guardiões, ou em certos pontos das fases, para que Rocket possa trabalhar em seus equipamentos.

Marvel's Guardians of the Galaxy (Crédito: Reprodução/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

Marvel’s Guardians of the Galaxy (Crédito: Reprodução/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

Além de componentes, o jogador também deve ficar de olho em diversos colecionáveis espalhados pelo game, que adicionam novas linhas de diálogo com Quill e os demais Guardiões na Milano, e caixas que contêm trajes variantes para os personagens, que incluem visuais clássicos das HQs, do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), e outros.

No fim das contas, a Eidos-Montréal entregou uma jogabilidade sólida e consistente. O progresso é orgânico e não depende de fatores externos, diferente do que aconteceu com Marvel’s Avengers, visto que a Crystal Dynamics quebrou promessas e enfureceu jogadores no processo.

Tecnicamente, Marvel’s Guardians of the Galaxy conta com gráficos muito bons, com belos visuais de locações, personagens e etc, um som geral bem competente e um desafio equilibrado. Os controles são bem simples e você irá dominá-los rapidamente, ao ponto que de sair muito bem mesmo durante os confrontos mais frenéticos.

Marvel's Guardians of the Galaxy (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

Marvel’s Guardians of the Galaxy (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

Com uma família como essa…

James Gunn entendeu que para fazer o público se importar com os Guardiões da Galáxia, um time composto de personagens para lá de secundários, era preciso organizá-lo como uma família (insira meme do Don Toretto aqui), e das bem desajustadas. A Eidos-Montréal não teria para onde correr nem se quisesse, mesmo com Marvel’s Guardians of the Galaxy contando eventos mais próximos de histórias das HQs, logo, a mesma fórmula é usada aqui.

As personalidades dos heróis são essencialmente as mesmas dos filmes, onde Rocket está mais interessado em si mesmo do que nos outros, Drax relutando em aceitar a presença de Gamora, por sua ligação passada com aquele que massacrou sua família, e Quill sendo um líder bem banana, que ninguém respeita.

Isso se reflete na jogabilidade de várias maneiras, e uma delas são as árvores de diálogo, algo que quem jogou a série Mass Effect conhece muito bem. Em determinados momentos, Quill poderá selecionar respostas em conversas que levam a desdobramentos diversos, que podem surtir efeitos vantajosos, como facilitar o acesso a certas áreas, ou irritar os outros, que se tornarão menos cooperativos.

Mas talvez a mais interessante mecânica, tendo como base as dificuldades de diálogo dos Guardiões, é a do “Huddle Up”, ou Agrupamento. Conforme progride em combates, uma barra especial vai enchendo, e uma vez completa e com os 4 aliados disponíveis para uso, aperte os botões L1 + R1/LB + RB ao mesmo tempo, para reunir o time.

Discurso motivacional? Tem, e funciona (Crédito: Reprodução/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney) / guardians of the galaxy

Discurso motivacional? Tem, e funciona (Crédito: Reprodução/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

Os Guardiões dizem algumas coisas e palavras-chave flutuam ao fundo. O jogador deverá ficar de olho nelas, escolher a frase certa para motivar corretamente o time, e se você fizer direito, todos ganharão buffs de combate. Se falhar, apenas Quill receberá um boost e os demais não ficarão nada felizes, mas todos recuperarão seus status independente do resultado.

A partir desse ponto, a batalha seguirá com uma música aleatória como tema, e por falar nisso…

3º acerto, já pode pedir música

Se as trilhas dos dois Guardiões da Galáxia do MCU são excelentes, a do game não fica muito atrás. Na falta de James Gunn e suas seleções esotéricas e inesperadas, o diretor sênior de áudio da Eidos-Montréal Steve Szczepkowski se focou em clássicos, ainda que um tanto óbvios, do pop e rock dos anos 1980, época em que o Senhor das Estrelas ainda era um adolescente na Terra.

A trilha de músicas licenciadas conta com Blondie, Blue Öyster Cult, Frankie Goes to Hollywood, Hot Chocolate, Pat Benatar, Bobby McFerrin, A-ha, Rick Astley, Billy Idol e vários outros, e originais compostas por Szczepkowski e o designer de áudio Yohann Boudreault, que criaram a banda de heavy metal fictícia… Star-Lord Band.

Por fim, vale o aviso: se você pretende transmitir suas partidas em serviços como Twitch, YouTube e etc, ligue o Modo Streamer nas configurações de áudio. Isso desligará todas as músicas licenciadas e as substituirá por canções seguras, teoricamente à prova de strikes por direitos autorais.

Conclusão

Marvel’s Guardians of the Galaxy não é o primeiro game estrelado por Peter Quill e cia, mérito esse que ficou com o adventure episódico da Telltale Games, mas este é um título de ação por excelência, com uma boa dose de humor, momentos dramáticos e uma história muito bem contada. A jogabilidade é boa e há fator replay, até para encontrar todos os colecionáveis e trajes variantes. E a trilha sonora é um deleite.

Talvez o ponto negativo fique por conta de não ser possível controlar diretamente os outros Guardiões, com o jogador ficando restrito ao Senhor das Estrelas e dar ordens aos demais em campo, mas considerando os prós e contras, talvez tenha sido melhor assim para fazer a história, que é muito boa, fluir melhor.

Você confiaria o destino da galáxia a essa turma? (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney) / guardians of the galaxy

Você confiaria o destino da galáxia a essa turma? (Crédito: Divulgação/Eidos-Montréal/Square Enix/Marvel Entertainment/Disney)

O novo título da Eidos-Montréal pode até não ser o melhor game de ação de 2021, visto que a concorrência é pesada, mas é definitivamente um game divertido, com uma boa narrativa e mecânicas autocontidas, que reduzem bastante as chances de irritar o público com mudanças de última hora.

Chega a ser engraçado que nos games, assim como nos filmes, os Guardiões da Galáxia se saíram melhor do que os Vingadores.

Marvel’s Guardians of the Galaxy — Ficha Técnica

  • Plataformas — PS5, Xbox Series X|S, PS4, Xbox One, Nintendo Switch, Windows e Nvidia GeForce Now (analisado no PS5, com cópia cedida pela Square Enix);
  • Desenvolvedora — Eidos-Montréal;
  • Distribuidora — Square Enix;
  • Classificação Indicativa — 14 anos.

Pontos fortes:

  • Jogabilidade sólida e desafio equilibrado;
  • Narrativa original mais próxima das HQs do que do MCU;
  • Trilha sonora perfeita para as crias dos anos 1980;
  • Nada de GaaS.

Ponto fraco:

  • Não dá para controlar todos os guardiões diretamente.
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