Mercado Livre faz 15 anos e diretor para o Brasil dispara: ‘Concorrência é bom’

O MercadoLivre, popular e-commerce latino
americano, que nasceu há 15 anos como um site de leilão, fechou o ano
fiscal de 2014 cheio de expectativas. Com alta na receita líquida de 17,8% sobre o ano anterior, o gigante acumula hoje serviços como Mercado Pago, Mercado Envios e Mercado Shops, faz investimentos em aplicativos móveis e não balança com a presença e o crescimento de rivais. “Concorrência é bom, nos faz trabalhar melhor”, dispara Helisson Lemos, diretor geral para o Brasil.  Para alcançar o sucesso e a liderança no setor, de 1999 até 2015, foram
lançados e aprimorados serviços, que fizeram o site sair da categoria de
leilão para marketplace, reunindo lojas, incluindo serviço de pagamentos e envios. De acordo com a Comscore, o ML já o 11º site mais visitado do Brasil e, como marketplace, é líder em visitas no e-commerce, superando nomes de peso como Lojas Americanas, o rival OLX , Netshoes, o concorrente Bom Negócio e outros como Submarino e Walmart. Helisson Lemos, diretor geral do Mercado Livre para o Brasil, com livro sobres os 15 anos do site “Histórias que Inspiram” sobre vendedores (Foto: Melissa Cruz/TechTudo) Concorrência e liderança  Questionado sobre o crescimento de rivais nos últimos anos, como OLX e Bom Negócio (adquirido pela OLX) no ano passado, Lemos demonstra encarar a concorrência com naturalidade. O executivo lembra que o site passou por mudanças e sobreviveu a ondas do mercado, como a febre da compra coletiva. “Em 1999, quando o Mercado Livre começou, havia mais de 40 sites de leilão. O site sobreviveu e mudou o posicionamento, ampliando serviços para marketplace e pagamentos. Na época do sucesso da compra coletiva, todos sempre nos perguntavam se iríamos apostar nisso”, recorda. Para Lemos, há algo de positivo em disputar o mercado com outros sites de venda, que abrigam produtos novos e usados e recursos semelhantes. “Concorrência é bom. Desde que seja séria, é sempre bom, faz a gente trabalhar melhor”, diz. O executivo vê vantagens indiretas na concorrência. “[Os rivais] Quando querem cutucar o líder, vêm com um orçamento de marketing bem agressivo. Isso
faz com que indiretamente nossa operação cresça, pois são mais
consumidores online. O Mercado Livre pode ser a primeira experiência de compra, mas também pode ser a segunda”, diz. Otimismo para 2015 O site revelou ainda uma pesquisa feita em parceria com o Ibope Conecta, com 520 vendedores cadastrados na plataforma. De acordo com o levantamento, 85% deles apostam que o setor de
comércio eletrônico crescerá no país no próximo ano. O grupo aposta no aumento da penetração da Internet no Brasil (principalmente no Nordeste e no Centro-Oeste), no aumento da
segurança e confiança na compra e venda online, além da popularização de smartphones, tablets e aplicativos. Entre os entrevistados mais pessimistas, que somam 16% dos vendedores, as
justificativas para o desânimo estampam as páginas dos jornais. Eles temem a atual situação política e econômica do país, o aumento de
impostos e tributos, além da alta do dólar sobre os produtos que sofrem com a variação. “Quem pratica comércio eletrônico não pode ter uma visão de curto prazo.
[O câmbio] Dificulta, mas não impede. É um cenário que pode ser reverter muito
rapidamente”, rebate Lemos. Concorrência é bom. Desde que seja séria, é sempre bom, faz a gente trabalhar melhor  Helisson Lemos, diretor geral do Mercado Livre para o Brasil O executivo encerra abrindo um leque de oportunidades para o novo ano. “São várias as estratégias, não há uma grande aposta”, diz. De acordo com Lemos, há uma infinidade de aplicações da API do Mercado Livre em outros sites, assim como implementação do Mercado Pago em outros aplicativos para fazer pagamentos eletrônicos de produtos e serviços como corridas de táxi. O site ainda não revelou números para compras feitas via celular, outro investimento que promete ampliar as vendas. Além disso, o Mercado Livre espera expandir o número de lojas oficiais, com espelhamento de ofertas em sites externos e os serviços Pago, Envios e Shops disponíveis no Brasil para outros países. Atualmente, o site opera vendas e transações em 13 países, incluindo a América Latina e Portugal. Resultados financeiros  O MercadoLibre, que nasceu na Argentina em agosto de 1999 pelas mãos do CEO Marcos Galperin e hoje opera em 13 países, revelou números para a América Latina. A loja que reúne produtos novos e usados chegou a 101,3 milhões de itens vendidos no ano. A receita líquida atingiu US$ 556,5 milhões, um crescimento de 17,8% comparado a 2013. A quantidade de itens vendidos também viu alta de 22%. Outro braço importante, a plataforma de pagamentos MercadoPago, chegou a 46,3 milhões de transações, crescimento de 46,7%. Dados que são puxados por cerca de 50% de participação do Brasil.

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