Com o dia 8 de novembro se aproximando e com ele a estreia de Doutor Sono (também conhecido como a continuação d’O Iluminado), nada melhor do que aproveitarmos a oportunidade para relembrarmos alguns dos melhores filmes do Stephen King.
Nascido em 1947 e tendo publicado mais de 60 romances, além de ter escrito duas centenas de contos, muitas das obras de King foram transformadas em séries para TV ou filmes. Isso fez com que embora fossem criadas algumas adaptações muito boas, outras ficassem abaixo da crítica, tornando-se fácil nos decepcionarmos com filmes medíocres baseados em boas histórias do Rei do Horror.
Na lista abaixo você encontrará aqueles que considero os melhores filmes baseados em histórias do King, sem que estejam numa ordem específica e sem que eles necessariamente tenham sido fiéis a obra original. Como sempre, é impossível incluirmos tudo numa seleção como esta, então os comentários estão aí para para que sejam dadas opiniões, discordâncias e criticas.
À Espera de um Milagre
Embora seja mais conhecido pelas suas histórias de terror, em À Espera de um Milagre Stephen King mostrou que sabia contar um bom drama, mas nem por isso sem uma generosa dose do sobrenatural.
Já o filme está repleto de boas atuações e com uma ótima direção de Frank Darabont, cosneguindo levar magistralmente para as telas a tocante história de John Coffey. Preso por supostamente ter matado duas garotinhas, o gigante recebeu a pena capital e o longa conta como a prisão reagiu à sua passagem pelo corredor da morte.
Contado como um flashback, o enredo nos apresenta a diversos personagens inesquecíveis, entre eles o guarda Paul Edgecomb, interpretado brilhantemente por Tom Hanks.
Um Sonho de Liberdade
Baseado no conto Rita Hayworth e a redenção de Shawshank presente no excelente livro Quatro Estações, eu não acho que seja exagero afirmar que Um Sonho de Liberdade é muito mais do que apenas um dos melhores filmes do Stephen King.
Também dirigido por Darabont e também passado numa prisão, neste conhecemos Andy Dufresne, um banqueiro que ficará preso por toda a vida por ter matado sua esposa e o amante — apesar de sempre ter negado o crime. Mesmo assim, ao chegar na Penitenciária Estadual de Shawshank ele conhece o contrabandista Ellis “Red” Redding e nasce ali uma das relações de amizade mais fantásticas do cinema.
Além de um enredo fascinante, destaque para as atuações de Tim Robbins e Morgan Freeman, além do fato de o filme ser praticamente idêntico a aquilo que temos na história original.
It: A Coisa
O medo que muitas pessoas tem de palhaços é bem antigo, mas se há um responsável por potencializar a coulrofobia, foi Stephen King. Em seu livro de 1986 ele falou sobre sete crianças que eram aterrorizadas por uma entidade que explorava os medos das pessoas e para atrair e caçar suas vítimas, muitas vezes ela se disfarçava como o palhaço Pennywise.
O livro foi adaptado para o cinema em 1990, ficando conhecido por aqui como It: Uma Obra Prima do Medo, mas na minha opinião o remake lançado em 2017 mostrou-se um filme muito melhor. Com uma qualidade de produção bem superior, o palhaço vivido por Bill Skarsgård é muito assustador e esta versão ainda tem o mérito de ter apresentado o King à uma nova geração.
Agora é aguardar o It: Capítulo Dois e torcer para que James McAvoy e Jessica Chastain usem seus talentos para tornar a continuação ainda melhor.
Pet Sematary (O Cemitério Maldito)
Mais uma história de Stephen King que deu origem a dois filmes, mas neste caso não acho que o remake tenha superado o original. Em ambos acompanhamos o casal Louis e Rachel Creed, que na tentativa de desacelerar suas vidas, se mudam para uma pequena cidade do Maine. Lá o médico descobre que nas proximidades existe um cemitério muito antigo que tem a capacidade de ressuscitar quem ou o que for enterrado no local, mas não sem que um alto preço seja cobrado pelo milagre.
Do filme lançado este ano gostei da atmosfera mais sombria e do final alternativo, mas nunca esquecerei o medo que eu tinha do original quando era criança. Aquele maldito gato me aterrorizará pelo resto da vida!
Conta Comigo
Adaptação do conto O Corpo, que também foi publicado no livro Quatro Estações, tenho uma admiração quase irracional por este filme. Quando moleque eu adorava assistir a aventura daqueles quatro meninos que, na tentativa de ver o corpo de outro garoto que desapareceu na cidade de Castle Rock, embarca numa aventura que lhes desenvolvem a coragem, amizade e amadurecimento.
Para mim, era difícil não querer fazer parte daquele grupo e ser amigo de Gordie, Chris, Teddy e Vern, mesmo sabendo que aquilo me colocaria em sérios apuros — incluindo sanguessugas. Já hoje vejo aquela adaptação como um trabalho impecável, extremamente fiel ao original e que sempre cito quando dizem que filmes baseados em livros invariavelmente são inferiores à fonte de inspiração. Neste caso ele não é nem melhor, nem pior, é igual!
PS: outro conto do Quatro Estações e que também foi muito bem adaptado é o Aluno Inteligente, que por aqui ficou conhecido como O Aprendiz. Ele fala sobre um garoto que descobre que o seu vizinho é um nazista fugido da Segunda Guerra e que acaba lhe servindo de mentor. Embora o filme dirigido por Bryan Singer dê uma boa suavizada nos eventos mostrados no livro, só a fantástica atuação de Ian McKellen já seria suficiente para indicar o longa.
Carrie, a Estranha
Trazendo uma jovem Sissy Spacek como Carrie White, o filme dirigido por Brian de Palma falava sobre uma adolescente que era vítima constante de bullying na escola. O que as pessoas não sabiam é que a garota tinha poderes psíquicos e quando ela chega ao limite… Bom, melhor não entrar em detalhes.
Além de ter muita qualidade, o filme responde como a primeira adaptação de uma história do King e ainda hoje é apontado como um dos melhores filmes de terror já feitos. Em 2013 a história até reapareceu nos cinemas, com a Chloë Grace Moretz como protagonista, mas este sinceramente não vale o seu tempo.
O Iluminado
Eu sei que muita gente vai querer me matar pelo o que direi, mas apesar de considerar O Iluminado um ótimo filme, como adaptação ele nunca me agradou. Sim, o trabalho realizado por Stanley Kubrick na direção e por Jack Nicholson como protagonista são primorosos, mas sempre me incomodou a maneira como o longa mudou muito a história original.
O próprio Stephen King já teria reclamado no mesmo sentido, mas no fim das contas essa é uma questão de gosto e ignorar a importância de um filme como este seria cometer um grande erro. O ideal portanto é que você leia o livro e depois assista a visão de Kubrick para a história. E se quiser uma terceira opção, há uma minissérie de 1997 que apesar de ser mais fiel ao livro, não tem a mesma qualidade artística do primeiro filme.
Na Hora da Zona Morta
Pegue um diretor como David Cronenberg, dê o papel principal para Christopher Walken e aproveite uma ótima história repleta de mistério. Este é Na Hora da Zona Morta. No filme conhecemos John Smith, um professor que após sofrer um acidente de carro e ficar cinco anos em coma, acorda para descobrir ter ganho o poder de saber detalhes das pessoas (tanto do passado quanto do futuro) ao tocar nelas.
Este talvez seja um dos filmes do Stephen King mais subestimados da história e por mais que o roteiro tenha alguns problemas, como um desfecho que muitos podem considerar súbito, trata-se de um thriller/drama sobrenatural de altíssima qualidade.
Anos depois o livro deu origem a uma série, que no Brasil recebeu o nome O Vidente, mas que nem de longe foi tão boa quanto este filme.
O Nevoeiro
Stephen King sempre foi muito bom em usar o sobrenatural para abordar conflitos humanos e com O Nevoeiro ele repetiu a dose. Neste romance ele fala sobre a cidade de Bridgton, Maine, que misteriosamente é coberta por uma densa névoa que esconde os mais terríveis monstros. A coisa se torna mais interessante por falar sobre um grupo de pessoas que ficam presas em um mercado e que rapidamente começam a revelar como os seres humanos podem ser cruéis quando em situações extremas.
Também dirigido por Frank Darabont, o filme faz algumas mudanças em relação ao conto, especialmente no final que considero um dos mais chocantes dos últimos anos. Em 2017 a história também deu origem a uma série e embora ela até se esforce, não consegue ser tão boa quanto o longa-metragem.
Louca Obsessão
A vida do famoso escritor Paul Sheldon corria bem, até que um dia ele sofre um acidente de carro. Muito ferido, o sujeito foi resgatado por uma enfermeira aposentada chamada Annie Wilkes, mas o que ele não sabia era que o seu pesadelo estava apenas começando. Fã do autor, a mulher descobre que ele matará sua personagem favorita num próximo livro e então passa a submeter Sheldon a uma série de torturas.
Apesar de James Caan estar muito bem no papel do escritor, a atuação de Kathy Bates (e sua marreta!) neste filme foi tão impressionante que lhe rendeu um Oscar. Anos depois ela voltaria a viver outra personagem crida pelo Mestre do Horror, a Dolores Claiborne no também bom filme Eclipse Total.
Menção Honrosa: Castle Rock (série)
Tudo bem, a lista é sobre filmes do Stephen King, mas tomei a liberdade de indicar uma série que tem tudo a ver com o assunto. Isso porque Castle Rock se passa na cidade de mesmo nome e coloca num mesmo universos diversos personagens, temas e ambientações criadas pelo autor.
Com uma primeira temporada repleta de mistérios, tentar identificar as muitas referências ao trabalho de King é uma exercício que muitos fãs farão enquanto assistem e com a segunda temporada prevista para estrear no dia 23 de outubro, estamos contando as horas para sabermos quais outras surpresas os criadores prepararam.
Source link