Eram 3h25 da madrugada do dia 8 de maio quando os pedidos de “Vem meteoro!” que tanta gente tem feito neste ano foram atendidos, com um bólido incandescente riscando o céu escuro sobre a cidade de Tiros, em Minas Gerais.
Agora, sabe-se que ele é um pedaço de Vesta, um dos maiores asteroides conhecidos do sistema solar, já analisado pela sonda Dawn, da NASA.
Achar os fragmentos do meteoro que resistiram à entrada na atmosfera terrestre ficou a cargo da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), que calculou sua trajetória mais provável. Um pedaço com aproximadamente 400g foi achado por um fazendeiro à beira de uma trilha, na zona rural da cidade. Encaminhado à UFRJ, descobriu-se que ele é um condrito (um meteorito rochoso que tem as mesmas características do corpo que o originou) do tipo eucrito.
Nas profundezas do sistema solar
Segundo comunicado da BRAMON, “os eucritos são meteoritos rochosos oriundos de regiões profundas da crosta do asteroide Vesta. Acredita-se que grande parte dos eucritos foram lançados ao espaço por um impacto gigantesco no polo sul de Vesta na criação da cratera Rheasilvia, proporcionalmente uma das maiores do sistema solar.”
O grupo ainda faz buscas nas cercanias de Tiros, à procura de mais fragmentos, mas não tem muita esperança de achá-los. “Meteoritos como o de Tiros trazem consigo material de um asteroide a centena de milhões de quilômetros da Terra. São como peças de um quebra-cabeças que nos ajudam a compreender não só o asteroide Vesta, mas todo o sistema solar e o universo à nossa volta”, diz o grupo.
Nomeado como meteorito de Tiros, ele ainda não tem uma classificação ou mesmo registro oficial – é preciso que uma amostra com pelo menos 20g seja enviada para alguma instituição de pesquisa, como o Museu Nacional ou o de Mineralogia Luís Englert. Mesmo assim, ele já entrou para o rol de meteoritos brasileiros, como o Bendegó e o Putinga.
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