Microsoft, retrocompatibilidade e a preservação de games

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Quando a Microsoft anunciou que o Xbox One passaria a rodar jogos do seu antecessor, eu fui um dos que ficou ressabiado com a novidade. Depois de ter me decepcionado com a pequena lista de títulos do primeiro console da empresa que rodavam no Xbox 360, fiquei com medo de que a retrocompatibilidade novamente não fosse levada muito a sério, mas felizmente eu estava errado.

A retrocompatibilidade na família Xbox

Crédito: Divulgação/Microsoft

Com o Xbox One a Gigante de Redmond não só fez um excelente trabalho ao permitir que os jogos das gerações anteriores funcionassem nele, como garantiu que muitos rodassem, muito melhor, principalmente quando executados no modelo mais poderoso daquele console. Tal movimento fez com que várias pessoas voltassem a se interessar por títulos que poderiam ter sido esquecidos e quando os Xbox Series S e X foram anunciados, veio a promessa de que neles o resultado seria ainda melhor.

De ganhos na resolução até taxas de frames maiores (e principalmente, estáveis), temos na 9ª geração diversos jogos rodando em suas melhores versões, mas acima de tudo, graças ao investimento da Microsoft na retrocompatibilidade, hoje sabemos que pelo menos uma parte da história dos videogames está preservada. O melhor de tudo é que de acordo com declarações recentes dadas por executivos da empresa, a tentativa de não deixar os jogos desaparecerem é algo que eles pretendem levar adiante.

Um dos que levantou esta bandeira foi Craig Duncan, responsável pela Rare e que em uma entrevista ao canal da companhia, foi questionado sobre a importância do recurso para que os games continuem sendo acessíveis, tendo dito o seguinte:

Há um monte de complexidade inerente quando gerações e plataformas mudam e poder reviver games que você jogou anteriormente e que lembra com carinho é importante. Esses jogos contêm memórias e momentos que você pode compartilhar com os outros e poder fazer isso rapidamente apenas ao selecionar o jogo no Xbox Game Pass é fácil e funciona sem complicações. A alternativa é ligar um console antigo, encontrar todos os cabos e preservar os discos para que assim eles ainda funcionem (o que os colecionadores fazem como um hobby). Tornar a história dos games disponível a todos e deixar a sua biblioteca de jogos a um clique de distância é fantástico!

Embora haja um pouco de divulgação do serviço de assinatura na declaração, ela é verdadeira e serve para mostrar o quanto a Microsoft tem aproveitado os catálogos dos seus estúdios para encorpar o Game Pass através da retrocompatibilidade. Isso consequentemente acaba sendo um excelente chamariz e porque não, um presente para quem gosta de revisitar — ou mesmo conhecer jogos lançados antigamente.

Já pelo Twitter, a conta oficial da marca aproveitou um elogio feito por um seguidor para reforçar o quanto a Microsoft acredita na preservação dos jogos antigos. Por lá eles disseram que “conforme o tempo passa, se torna mais importante do que nunca garantir que os ícones dos games e os clássicos sejam preservados, tanto para novos, quanto para antigos jogadores.

O que torna esta posição tão significativa é o fato dela ter sido fincada justamente numa época em que temos discutido tanto o passado quanto o futuro dos jogos eletrônicos. Um dos motivos foi que poucos dias depois do surgimento de um rumor que falava sobre o fim das vendas digitais de jogos para PSP, PlayStation 3 e PS Vita, a Sony confirmou a informação e assim, logo só poderemos jogar aquilo que já tivermos em nossas bibliotecas.

Crédito: Divulgação/Nintendo

Porém, não pense que este é um problema da família PlayStation. Lá pelos lados da Nintendo tivemos um caso que talvez seja ainda pior, que foi a retirada do Super Mario 3D All-Stars das lojas virtuais. Embora a princípio a situação possa parecer a mesma, a coletânea só começou a ser vendida há cerca de seis meses e como era de se esperar, cópias físicas do jogo já começam a ser vendidas por valores muito superiores ao sugerido pela fabricante.

De acordo com um desenvolvedor anônimo que lançou alguns jogos para o Switch, a Nintendo teria dados que mostram que relançamentos tendem a perder força nas listas de desejos dos consumidores com o passar do tempo e para garantir a maior quantidade possível de vendas, a empresa japonesa teria optado por explorar essa janela temporária. Goste ou não desta estratégia, ela parece ter dado resultado, pois até o dia 31 de dezembro 8,32 milhões de cópias do jogo já haviam sido vendidas.

Mas se você achou absurda esta postura da Nintendo, há ainda os casos do Fire Emblem: Shadow Dragon & the Blade of Light e do Super Mario 35. Lançados apenas digitalmente, enquanto o primeiro sumiu do eShop no dia 31 de março, o outro simplesmente deixou de funcionar no mesmo dia, data que não coincidentemente é aquela em que se encerra o ano fiscal da companhia.

Ou seja, no fim das contas tudo se trata de negócios: retrocompatibilidade, remakes, remasterizações, coletâneas, vendas digitais… apenas meras formas de tentar aumentar o faturamento das empresas. Mas apesar dos executivos estarem certos ao pensarem no lucro como objetivo, acho que ao conhecermos as estratégias adotadas por cada um deles fica bem claro qual delas é muito melhor para nós, consumidores e principalmente, apaixonados por games.



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