Missão No Russian dividiu equipe do Modern Warfare 2

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A história dos games está repleta de casos polêmicos. Eu nem preciso listar aqui os muitos jogos que foram duramente criticados pelas suas representações de violência, mas um dos mais comentado quando saiu certamente foi o Call of Duty: Modern Warfare 2. Não bastasse todo o tiroteio característico da série, aquele título ainda contava com uma das missões mais controversas de todos os tempos, a No Russian.

Modern Warfare 2- No Russian

Nela assumíamos o papel de um agente da CIA chamado Joseph Allen, que para tentar conquistar a confiança de um grupo terrorista russo, precisava participar de um assassinato em massa no aeroporto de Moscou. O nome da fase vem de um comando dado pelo líder dos terroristas, Vladimir Makarov que manda seus homens não falarem russo e no final ficamos sabendo que o seu plano era, após matar o nosso personagem, deixar o seu corpo no local para dar a entender que foram os americanos que orquestraram o ataque.

Apesar de em momento algum o jogo nos obrigar a puxar o gatilho contra os civis, ao nos colocar no meio de um atentado terrorista o Modern Warfare 2 chamou atenção até mesmo de pessoas que nunca deram muita bola para os videogames e não foi surpresa ele ter sido mais um título a ser acusado de formar psicopatas.

Em situações assim alguns tendem a achar que a inclusão de uma fase como esta acontece com a pura intenção de atrair os holofotes, mas de acordo com o diretor de arte Joel Emslie, o conceito de No Russian era tão complicado que chegou a causar resistência mesmo entre a equipe que trabalhava na Infinity Ward.

No Russian polarizou esse estúdio. Havia uma lado do estúdio que sentia que ela deveria ser jogada pelo perspectiva de um segurança que foi pego no meio [do tiroteio] e havia o outro lado que gostou da maneira como ela estava ficando. Lembro de ter feito todos os civis para a No Russian e eu simplesmente não… houve um momento em que estávamos discutindo o quão sangrento seria para as pessoas que estavam sendo baleadas. Eu recuei e disse, ‘vocês não precisam disso. As pessoas estão sendo baleadas e explodindo; já está bom.’

Mas se aquilo que vimos aos jogar o Modern Warfare 2 não foi amenizado pelo receio do diretor, Emslie explicou que a responsável por termos uma missão mais graficamente mais violenta foi a sua esposa. O sujeito contou que após mostrar a cena, ela perguntou onde estava todo o sangue e tripas. Por ser advogada e ter uma visão diferente das coisas, ela recomendou que o artista deixasse de besteira e retratasse a situação de maneira mais condizente com a realidade.

Essa não foi a primeira vez que uma das pessoas que trabalhou na criação daquele jogo falou sobre como a No Russian poderia ter sido diferente. Em 2012 o designer Mohammad Alavi afirmou que a princípio a ideia seria acabar a missão logo após a morte do grupo de civis que se encontra na saída do elevador, mas eles acharam que isso não seria legal, já que flertaria com algo brutal e desconfortável, mas sem ter coragem para abordar melhor tal situação.

Com quase uma década tendo se passado desde a polêmica causada pela No Russian, ela voltou à tona devido a proximidade do lançamento da edição deste ano da série, que também está sendo desenvolvida pela Infinity Ward e se chamará Call of Duty: Modern Warfare. Isso tem feito com que algumas pessoas se perguntem se o jogo contará com algumas passagens marcantes, mas de acordo com o diretor de narrativa da campanha, Taylor Kurosaki, a ideia é criar uma história que conte com tantas situações memoráveis que fará com que todo o game seja lembrado.

A partir de 25 de outubro os donos de um PlayStation 4, Xbox One ou PC terão a oportunidade de saber se o estúdio conseguiu alcançar algo tão bom quanto aquilo que tivemos no Modern Warfare 2. Em todo caso, penso que desde que o novo jogo não force a barra, com as situações mostradas nele tendo motivos para existirem, bem que ele poderia trazer algo tão impactante quanto foi aquela muito debatida missão.

Fontye: GameInformer.

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