Neuralink: o que faz a empresa de Elon Musk?

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A apresentação que Elon Musk fará sobre os progressos de sua empresa Neuralink, nesta sexta-feira (28), começa às 19h (horário de Brasília) via streaming. Ele já avisou que haverá uma sessão de perguntas e respostas — basta postar sua dúvida no Twitter.

Não sabe o que perguntar? Acompanhe abaixo um resumo que fizemos para você entender o que a menos conhecida das empresas de Elon Musk faz (spoiler alert: envolve uma simbiose entre o ser humano e Inteligência Artificial sem a mediação de um computador, usando chips inseridos dentro da cabeça do usuário).

Se você achou isso muito ficção científica, acompanhe.

O que é e o que faz a Neuralink?

1. A abordagem científica

Em agosto do ano passado, Elon Musk publicou, no repositório de artigos científicos bioXiv, o que seria seu “link neural”: “As interfaces cérebro-máquina (IMC) são promissoras para a restauração da função sensorial, motora e o tratamento de distúrbios neurológicos […].”

No artigo, Musk descreveu “[…] as primeiras etapas do Neuralink em direção a um sistema Brain Computer Interface (BMI) escalável e de grande largura de banda. Construímos matrizes com até 3.072 eletrodos cada, distribuídos em 96 fios, e um robô neurocirúrgico capaz de inserir 6 fios (192 eletrodos) por minuto. Cada fio pode ser inserido individualmente no cérebro com precisão de mícrons para evitar a vasculatura da superfície e atingir regiões cerebrais específicas[…]”.

2. O que a Neuralink produz

O chip N1 é hermeticamente encapsulado e encaixado em um cilindro de 8 mm x 0,25 mm. Cada chip mede 4 mm x 4 mm e usa 1.024 eletrodos com capacidade de leitura e gravação.

3. Como os chips são implantados

As sondas usadas têm 5 mícrons de espessura (3 a menos do que um glóbulo vermelho e 95 a menos do que um fio de cabelo). 

A incisão precisa ter 2 mm, extensível para 8mm; a cirurgia duraria menos de uma hora.

4. As partes do sistema

Cada paciente receberia 3 chips N1 nas áreas motoras e 1 no córtex sensorial somático, todos ligados a uma bobina indutiva atrás da orelha, conectada à bateria e ao sistema Bluetooth acima da pele.

5. Como o sistema seria usado

Para que “você não tenha fios saindo da sua orelha”, foi desenvolvido um aplicativo para iOS. “É Bluetooth para o seu telefone”, declarou Musk.

. Neuralink/MetaLab/Divulgação 

Não há informação sobre uma versão do Android (mas Musk já apontou a possibilidade de uma loja própria de aplicativos no futuro).

6. Os primeiros testes

O protótipo do chip evoluiu (da direita para a esquerda):

A evolução do chip, da esquerda para a direita. Neuralink/Divulgação 

Os primeiros resultados vieram da implantação do N1 em animais (segundo Musk, um macaco controlou um computador com seu cérebro).

. Neuralink/Divulgação 

7. A interface homem-máquina

Segundo Elon Musk, os ensaios clínicos deverão acontecer antes do fim de 2021, com pacientes tetraplégicos. Como é preciso a aprovação das agências regulatórias americanas, pessoas sem deficiência só terão acesso ao chip da Neuralink daqui 1 década.



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