A apresentação que Elon Musk fará sobre os progressos de sua empresa Neuralink, nesta sexta-feira (28), começa às 19h (horário de Brasília) via streaming. Ele já avisou que haverá uma sessão de perguntas e respostas — basta postar sua dúvida no Twitter.
We’ll be doing a live Q&A session during tomorrow’s event. If you have a question you’d like to ask, tweet it tagged #askneuralink
— Neuralink (@neuralink) August 28, 2020
Não sabe o que perguntar? Acompanhe abaixo um resumo que fizemos para você entender o que a menos conhecida das empresas de Elon Musk faz (spoiler alert: envolve uma simbiose entre o ser humano e Inteligência Artificial sem a mediação de um computador, usando chips inseridos dentro da cabeça do usuário).
Se você achou isso muito ficção científica, acompanhe.
O que é e o que faz a Neuralink?
1. A abordagem científica
Em agosto do ano passado, Elon Musk publicou, no repositório de artigos científicos bioXiv, o que seria seu “link neural”: “As interfaces cérebro-máquina (IMC) são promissoras para a restauração da função sensorial, motora e o tratamento de distúrbios neurológicos […].”
No artigo, Musk descreveu “[…] as primeiras etapas do Neuralink em direção a um sistema Brain Computer Interface (BMI) escalável e de grande largura de banda. Construímos matrizes com até 3.072 eletrodos cada, distribuídos em 96 fios, e um robô neurocirúrgico capaz de inserir 6 fios (192 eletrodos) por minuto. Cada fio pode ser inserido individualmente no cérebro com precisão de mícrons para evitar a vasculatura da superfície e atingir regiões cerebrais específicas[…]”.
2. O que a Neuralink produz
O chip N1 é hermeticamente encapsulado e encaixado em um cilindro de 8 mm x 0,25 mm. Cada chip mede 4 mm x 4 mm e usa 1.024 eletrodos com capacidade de leitura e gravação.
3. Como os chips são implantados
As sondas usadas têm 5 mícrons de espessura (3 a menos do que um glóbulo vermelho e 95 a menos do que um fio de cabelo).
A incisão precisa ter 2 mm, extensível para 8mm; a cirurgia duraria menos de uma hora.
4. As partes do sistema
Cada paciente receberia 3 chips N1 nas áreas motoras e 1 no córtex sensorial somático, todos ligados a uma bobina indutiva atrás da orelha, conectada à bateria e ao sistema Bluetooth acima da pele.
5. Como o sistema seria usado
Para que “você não tenha fios saindo da sua orelha”, foi desenvolvido um aplicativo para iOS. “É Bluetooth para o seu telefone”, declarou Musk.
Não há informação sobre uma versão do Android (mas Musk já apontou a possibilidade de uma loja própria de aplicativos no futuro).
6. Os primeiros testes
O protótipo do chip evoluiu (da direita para a esquerda):
Os primeiros resultados vieram da implantação do N1 em animais (segundo Musk, um macaco controlou um computador com seu cérebro).
7. A interface homem-máquina
Segundo Elon Musk, os ensaios clínicos deverão acontecer antes do fim de 2021, com pacientes tetraplégicos. Como é preciso a aprovação das agências regulatórias americanas, pessoas sem deficiência só terão acesso ao chip da Neuralink daqui 1 década.
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