No Brasil, 150 empresas já aceitam Bitcoin; moeda ‘pode mudar o mundo’

Bitcoin é uma moeda virtual, criada em código livre, para uso em operações financeiras. Em outras palavras, é um “dinheiro de mentirinha”. Entretanto, para Wladimir Crippa, palestrante do 16º Fórum Internacional Software Livre ( FISL ) e administrador da comunidade Brasil Bitcoin, o uso da nova moeda, que já é aceita por 150 empresas de todos os tipos no Brasil, pode mudar o mundo de verdade.  Como assistir as palestras do FISL 16 online “Hoje, um Bitcoin vale entre R$ 750 e R$ 800. Ele oscila um pouco, mas é por aí, parece que está se estabilizando por esse valor”, explica Crippa, para espanto de qualquer possível cético do dinheiro virtual presente no auditório. Na quarta-feira (8), o especialista explicou que sim, existem pessoas dispostas a pagar essa quantia de dinheiro por um Bitcoin. Dinheiro de verdade. Mas, por quê?  Wladimir Crippa em palestra no FISL: ‘Bitcoin pode mudar o mundo de verdade’, diz (Foto: Giordano Tronco / TechTudo) 150 empresas já aceitam Bitcoin no Brasil “Qualquer moeda é uma convenção social”, explica o entusiasta. As pessoas usam uma nota de R$ 2 como dinheiro porque acreditam que aquele pedaço de papel vale R$ 2. Logo, se lojas e serviços passam a aceitar Bitcoins como forma de pagamento, eles estão reconhecendo o Bitcoin como moeda, com valor de verdade. Isso já está acontecendo: no Brasil, há 150 pequenas empresas que aceitam Bitcoin, como empresas de tecnologia, bares e até taxistas. No mundo, milhões de pessoas entraram na onda, principalmente na China (onde estão cerca de 70% das reservas de Bitcoin do mundo, apesar do governo local restringir o seu uso). A fabricante de computadores Dell já aceita que você faça compras online com Bitcoins. E, se uma empresa do tamanho da Dell já entrou nessa onda, é porque a coisa é séria. Mas, qual é o grande barato do Bitcoin? O mesmo que o dos softwares livres: quem tem o controle é o usuário. O dinheiro virtual não passa por bancos, nem é regulado por governos. Quem gerencia a movimentação de dinheiro é a própria comunidade virtual. Usuários podem emprestar Bitcoins uns aos outros, mediante suas próprias taxas de juros e seus próprios prazos. O empréstimo é descentralizado. Bitcoin é tema de debate no FISL (Foto: Divulgação/FISL) Descentralização da moeda Descentralizada também é a fabricação da moeda. Quem “imprime” o  Bitcoin são os próprios usuários, através de uma atividade chamada “mineração”. Na teoria, qualquer um pode minerar bitcoins, o que exige apenas capacidade de processamento do computador. No caso, muita capacidade: para evitar que todo mundo fique rico e que, por consequência, o Bitcoin perca seu valor, há um limite de 21 milhões de Bitcoins em circulação. Além disso, o Bitcoin funciona de um modo que, quanto maior o número de usuários existentes, mais pesado é o processamento da mineração e mais energia é gasta para isso. Logo, somente aquelas pessoas que investirem somas vultuosas de dinheiro para comprar vários computadores dedicados a minerar bitcoins 24 horas por dia conseguirão obter algum lucro da atividade. “Minerar bitcoins é um investimento. Tem que investir de um milhão para cima. Em lugares como o Brasil, que a energia é cara, não compensa. É como ter vários chuveiros elétricos ligados em casa o dia inteiro”, explica Crippa. saiba mais FISL 16: expert compara regiões e revela cidade com pior Internet do Brasil Vai começar! 10 coisas que você precisa saber para curtir o FISL 16 Software Livre: Lista tem 12 nomes de destaque que estarão no FISL 16 Dinheiro virtual, ajuda real Um dos usos mais legais do dinheiro virtual é para realizar doações internacionais a pessoas que vivem em situações de vulnerabilidade ao redor do mundo. Tem vírus no Linux?  Descubra essa e outras curiosidades no Fórum do TechTudo. Segundo Crippa, cerca de US$ 700 milhões em doações são enviados à Uganda todo ano por ex-moradores às suas famílias, mas as taxas de transferência abocanham de 10% a 20% desse valor. Como o Bitcoin não é regulado, não há taxas, e o valor que chega à outra ponta é integral. Dinheiro virtual, problemas reais Mas nem tudo são flores: um dinheiro completamente desregulado e virtual gera alguns problemas, como os listados abaixo: 1) Por serem de difícil controle, moedas virtuais são um ótimo meio para lavar dinheiro; 2) Governos não têm como cobrar impostos sobre a moeda virtual. Isso pode virar um problema num possível futuro onde o uso da moeda virtual rivalizar com o da moeda real, a ponto de prejudicar a arrecadação pública; 3) O valor do Bitcoin é volátil. O câmbio da moeda ainda não está estabilizado. Em 2013 houve uma valorização de 5.000% no valor do Bitcoin, e nada indica que isso não possa acontecer de novo. Bitcoin, onde encontrar? Quer saber mais? Crippa sugere ainda alguns sites e entusiastas locais como Bitkoins ,  TV Bitcoin Brasil no YouTube, a  Bitpédia , uma enciclopédia virtual do Bitcoin em português, Weusecoins, site para começar a sua carteira de moedas virtuais,  Mercado Bitcoin, para compra e venda de Bitcoins e o trio BTC Lending , BTCLend e BTCJam , que são sistemas de empréstimo de Bitcoins online.

× Consulte-nos!