Para empresas e corporações de grande porte, a fita magnética ainda é uma das mídias mais usadas na hora de fazer backup de grandes quantidades de dados. Nós usuários também usamos fitas K7 como mídia, antes e/ou paralelamente aos disquetes, visto que a mídia mais moderna era mais cara.
Para os clientes corporativos, as fitas nunca foram abandonadas e continuaram evoluindo, o que nos traz à nova empreitada da IBM: em parceria com a FujiFilm, a companhia anunciou uma nova mídia capaz de armazenar 317 Gb/pol2, o que em uma fita tradicional, pode significar uma mídia com impressionantes 580 TB de espaço.
A fita magnética foi a primeira mídia de armazenamento criada para computadores, tendo surgido em 1952, 5 anos antes dos discos rígidos. Embora bem antiga, sempre houve demanda para o formato graças a seu custo final, que é relativamente baixo, e a quantidade de dados insana que elas podem comportar. As primeiras disponibilizadas podiam guardar até 2 MB, o que era considerado um absurdo para a época.
Assim, gigantes como Sony, FufiFilm e principalmente a IBM, entre outras, investiram pesadamente na evolução das fitas magnéticas ao longo dos anos. O mais recente avanço, divulgado em 2017, foi o de uma mídia que alocava 201 Gb/pol2, o que em uma fita normal, resultaria em uma mídia de 330 TB. O produto foi apresentado pela IBM em parceria com a Sony, diferente da atual, fabricada por outra parceira japonesa, a FujiFilm.
A atual densidade por polegada quadrada de 317 Gb foi alcançada usando uma fita híbrida composta por estrôncio e ferrita, enquanto as tradicionais usam uma composição de bário e ferrita. Este segundo material possui capacidades magnéticas, e é o mesmo usado naqueles núcleos instalados em cabos USB.
Ao trocar o bário pelo estrôncio, a FujiFilm e a IBM conseguiram reduzir o volume das partículas da fita magnética em até 60%, enquanto que a disposição delas nas camadas apresentou uma relação sinal-ruído bem mais alta (quanto maior, menor a interferência).
Na prática, a nova composição das fitas aumentou consideravelmente a densidade por polegada quadrada, cerca de 27 vezes em relação às fitas de bário e ferrita tradicionais. Colocando em perspectiva, uma única fita de 580 TB tem a mesma capacidade de armazenamento que 786.977 CDs. Se empilhados, teríamos uma coluna de 944 metros de altura.
A título de comparação, o Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, mede 829,8 metros de altura.
A FufiFilm usou também um novo tipo de cabeçote, que permite o uso de mídias mais flexíveis, e que reduz a fricção na fita. Combinado aos notovos materiais usados, a densidade linear de leitura subiu para 702 Kbpi (kilobits por polegada). Novos servo-atuadores também foram introduzidos, que possuem uma maior precisão de leitura, chegando a até 3,2 nanômetros.
Para a IBM, as fitas magnéticas permanecerão não só como a mídia de preferência de grandes empresas, que precisam armazenar quantidades mastodônticas de dados, mas também se mostram extremamente úteis para virem a ser a memória da nuvem, tanto por empresas de internet, quanto por instituições acadêmicas.
Ainda que novos formatos vira a mexe continuem surgindo, ainda é difícil argumentar contra um formato barato e funcional, que não parou de evoluir em seus quase 70 anos de história.
Referências bibliográficas
FURRER, S. et. al. 317 Gb/in2 Recording Areal Density on Strontium Ferrite Tape. TechRxiv, versão prévia, 13 páginas, 18 de dezembro de 2020.
Fonte: IBM, ExtremeTech
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