Recentemente, a Netflix lançou um novo filme de suspense para os seus assinantes. Trata-se de O Culpado (The Guilty, no original), protagonizado por Jake Gyllenhaal em uma narrativa potente e cheia de tensões. Contudo, trata-se de uma versão de um filme dinamarquês de mesmo nome, escrito por Gustav Moller e lançado comercialmente em 2018.
Do mesmo modo angustiante, o público assiste cerca de noventa minutos de um único personagem se articulando intensamente por meio de um telefone. Embora tudo parecesse simples na trama, em um primeiro momento, no final das contas, as coisas eram mais complexas do que pareciam.
Portanto, saiba tudo sobre o filme lendo nossa crítica completa!
(Netflix/Reprodução)Fonte: Netflix
O Culpado: exorcizando demônios em meio a vozes de pessoas que não são vistas em momento algum
Do ponto de vista estético, o filme da Netflix é extremamente interessante. Mas ele não apresenta nenhuma novidade, pois outras produções como Locke (2013) e Chamada de Emergência (2013) já utilizaram o mesmo recurso de unidade dramática totalmente ligada a um único personagem durante todo o tempo de projeção.
Mas de forma alguma isso é um demérito, afinal, a direção precisa de Antoine Fuqua consegue conduzir Gyllenhaal para diversos caminhos e eleva sua performance a uma nova potência.
Em linhas gerais, o filme conta a história de um ex-detetive que, por conta de diversos problemas ligados ao seu lado emocional e também físico — seu problema com a asma é mostrado em diversos momentos —, ele é, de alguma maneira, rebaixado no serviço de emergências e passa a trabalhar como um atendente de chamados do tipo.
Joe Baylor está quase sempre diante de seu computador, tentando resolver todos os tipos de problemas e encaminhando os mais complexos a outras unidades — apesar disso, ele está sempre sozinho e todas as interações ocorrem por meio das vozes de outros personagens. No entanto, conforme o tempo passa, a rotina começa a se tornar um problema. Porém, um caso verdadeiramente desafiador surge em sua linha telefônica.
De forma frenética, Fuqua concentra-se em ilustrar muito bem o desgaste energético de seu protagonista e, com pequenos movimentos concisos, Gyllenhaal demonstra tudo isso para o público de um jeito convincente.
Apesar da narrativa estar sempre pautada à figura de Baylor, criando pontos interessantes para a tensão do suspense, há algumas sequências que seriam melhor aproveitadas se outros recursos fossem utilizados, como é o caso dos flashbacks.
A atmosfera é bastante crua, nesse sentido, provocando um distanciamento forçado dos espectadores, que precisarão estar sempre muito atentos a todos os detalhes para conseguirem se envolver em todas as proposições dramáticas colocadas na tela. Mesmo com esse detalhe crucial e de cunho mais cinematográfico, a produção é eficiente em criar um bom suspense com o que tem em mãos.
De maneira mais exploratória, o filme também é carregado pela atuação de Gyllenhaal. O ator está muito bem no papel, entretanto, fica a sensação de que o personagem poderia demonstrar um pouco mais de emoção em determinadas passagens do que aquilo que consegue entregar.
(Netflix/Reprodução)Fonte: Netflix
Sabe-se que o detetive tem grandiosos problemas internos, traumas latentes e outras questões mal resolvidas. Nada disso ganha muita profundidade em uma análise mais ampla, o que, certamente, adicionaria mais elementos para a narrativa e também para a construção do personagem.
Mesmo assim, o longa impressiona por todos os bons elementos de filmes do gênero, apresentando um suspense capaz de fazer o público, literalmente, roer as unhas. Vale lembrar que o projeto foi todo filmado durante onze dias, seguindo todos os protocolos de segurança contra o coronavírus — um feito bastante impressionante, considerando todos os modelos de criação em grandes produções.
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