De uma hora para outra, milhares de profissionais no Brasil e no mundo se viram saindo do escritório e trabalhando remotamente, em home office, tanto que fornecedores de soluções de conectividade remota tiveram um verdadeiro disparo em valor. A própria Trend Micro adotou o home office como prática oficial e nem sequer patrocina eventos presenciais por enquanto, para reforçar as práticas de distanciamento social e evitar a disseminação do vírus.
Contudo, as vacinas estão aí, com muitos países já tendo grandes parcelas da população imunizadas e com os índices da pandemia em queda em boa parte do mundo, incluindo o Brasil, as regras de distanciamento e restrições começam a cair. E isso significa que as pessoas podem retomar atividades presenciais com mais flexibilidade, o que inclui voltar ao escritório. A questão é: elas querem?
O que, em um primeiro momento, foi uma mudança abrupta e de difícil adaptação, hoje é uma prática bem recebida e até preferida por muita gente. Mesmo endereços mundialmente conhecidos estão sofrendo para recuperar seus inquilinos e preencher seus espaços novamente. Os motivos existem dos dois lados: as empresas apreciam a contenção de custos do home office, enquanto alguns colaboradores gostam da liberdade de trabalhar em casa e da economia de tempo no trânsito. Por outro lado, parte da equipe sente falta da proximidade humana e da praticidade de ter o colega na mesa ao lado. Como, então, a liderança deve lidar com isso?
É nítido que a definição de “equipe” não tem mais a ver com o espaço físico ou o contato presencial, ao menos do ponto de vista de eficiência operacional. De novo: o processo foi duro, mas foi assimilado e hoje é seguro dizer que as coisas funcionam. Mas a natureza humana pede contato e, por mais adaptados que estejam os profissionais, a impossibilidade de se ter contato pessoal com os colegas tem seus aspectos negativos, sobretudo do ponto de vista emocional. Assim, como em tantos aspectos do mundo corporativo, cabe aos líderes enxergar o caminho do equilíbrio, o que, neste caso, pode significar um modelo híbrido, algo que deve crescer segundo estudo da PwC.
Neste formato, o time tem encontros presenciais regulares, ficando na outra parte do tempo em trabalho remoto. Isso manterá o aspecto humano e pessoal sempre renovado, enquanto capitaliza em cima das economias e facilidades do home office. Aos gestores, cabe a percepção sobre o mood, o estilo da equipe, sentindo quanto tempo é ideal em cada ambiente para os profissionais atuarem da melhor forma possível. Mais do que isso, cabe a eles transformarem os momentos presenciais ricos em interação e troca de experiências, extraindo o máximo desses momentos. Não é um trabalho fácil, já que devem ser pesados os aspectos técnicos, gerenciais, logísticos e pessoais de forma muito específica, mas, geralmente, os desafios da liderança raramente são simples.
Neste momento de mudanças, então, os líderes vão precisar entender profundamente suas equipes para orquestrar este modelo híbrido, aliando o melhor dos mundos para a empresa emergir desta pandemia mais eficiente, unida e humana do que nunca.
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Marisa Travaglin, colunista quinzenal do TecMundo, é líder de marketing da Trend Micro Brasil.
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