Redes sociais. É raro hoje em dia alguém que não tenha uma conta em ao menos uma rede ou app – de clássicas como Facebook e Twitter às que vêm ganhando espaço mais recentemente, como TikTok, ou mesmo mais específicas, como Tinder. O mundo está conectado, e os apps e as mídias sociais são parte importantíssima disso. Infelizmente, porém, nem tudo são flores neste universo.
O ótimo documentário “Dilema das Redes” (no Netflix, recomendo assistir) traz um olhar sobre o aspecto viciante e comercial destas plataformas – algo que deve ser considerado no dia a dia, sem dúvidas.
Mas existe um aspecto a mais neste tema, que o filme pode nos ensinar: a exposição pessoal e as ações de criminosos e indivíduos mal-intencionados. Na busca por maior popularidade (sejam likes, seguidores, shares ou qualquer outra medida de interação e engajamento), os usuários são incentivados – muitas vezes indiretamente – a expor cada vez mais detalhes pessoais de forma pública sobre suas vidas.
Entre os milhões de usuários, há muita gente má intencionada que busca ativamente vítimas
E qual é o problema disso? Afinal, não é para isso que muita gente está lá? A questão é: não são apenas familiares e amigos que estão lá. Entre os milhões de usuários, há muita gente má intencionada que busca ativamente vítimas, pessoas que deixam detalhes de rotina, preferências pessoais e relacionamentos.
Informações que podem ser – e frequentemente, são – usadas em ações criminosas. De posse de dados pessoais, criminosos podem realizar ações de phishing e engenharia social, fazendo se passar por organizações e indivíduos legítimos; assim, enviam emails com malwares variados, solicitações de envio de dados pessoais e até mesmo doações, tudo com a aparência de conteúdos confiáveis, o que aumenta sua eficiência.
Sendo o nosso país um dos mais ativos nas redes, não é surpresa que o Brasil apareça entre os países que mais sofrem com ataques e golpes por e-mail, por exemplo. A enorme quantidade de usuários, junto com a falta de cuidados específicos em segurança no uso de apps sociais, gera um mercado enorme para o submundo dos meios digitais. A solução, felizmente, é simples, e pode ser adotada por qualquer usuário doméstico.
O que você pode fazer?
Primeiro e mais importante: tenha bom senso, cuidado e atenção. Todas as redes e apps têm configurações de privacidade de dados, e elas devem ser sua primeira prioridade. Observe exatamente quem tem acesso a seus dados, e garanta que só pessoas cujas contas você conferiu e tem certeza de que são legítimas, podem ter acesso às suas postagens pessoais.
Ao adicionar pessoas de pouco contato (colegas, fornecedores casuais, conhecidos, etc.) tenha cuidado para não deixar no mesmo grau de exposição de pessoas próximas, que você quer que tenham acesso à sua intimidade. Ao receber contatos suspeitos por WhatsApp, email ou qualquer outro meio, desconfie e, na dúvida, não aceite. Procure confirmar a identidade real do remetente antes de realizar qualquer ação.
Finalmente, mantenha seu software de segurança atualizado no computador e no celular. Criminosos digitais vão buscar todo tipo de vulnerabilidade junto a seus alvos, e aparelhos desprotegidos são uma porta de entrada importante para eles, por isso garanta que todos os seus aparelhos estão atualizados e protegidos. Tendo consciência e cuidado, e usando as ferramentas certas, você e sua família poderão curtir o melhor das redes, sem se tornarem vítimas de cibercriminosos.
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Marisa Travaglin, colunista quinzenal do TecMundo, é líder de marketing da Trend Micro Brasil.
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