Como nosso primeiro visitante intelestelar, o Oumuamua (“batedor”, em havaiano) chegou ao sistema solar levantando uma imensa onda de especulações sobre sua origem. Agora, a teoria da vez diz que ele é um gigantesco “coelhinho de poeira” (aquelas bolas de pó que rolam sobre os móveis) cósmica, segundo um estudo publicado agora no The Astrophysical Journal Letters,
Segundo a astrônoma da Universidade de Oslo e líder da pesquisa, Jane Luu, a origem dessa estranha rocha espacial interestelar seria um cometa de “longo período” (assim chamado porque leva muito tempo para circundar as estrelas e se afastar delas), viajando fora de nosso sistema solar.
ESA/Hubble/NASA/ESO/M. Kornmesser Ao ser ejetado, um grande pedaço de rocha agregou em torno de si a poeira e as partículas de gás que escaparam para longe do núcleo do cometa. Conforme o Oumuamua crescia, o gás empurrou a rocha para o espaço por conta da radiação solar.
De ETs a hidrogênio sólido
O Oumuamua foi avistado pela primeira vez em outubro de 2017, e logo todos os telescópios do planeta se voltaram para a estranha rocha alongada, que viajava pelo espaço a uma velocidade bizarramente incomum: 92 mil km/h.
Se uma das primeiras teorias dizia que ele deveria ser formado de hidrogênio sólido (que, à medida que ele se aproximou do Sol, se transformou em gás, impulsionamento o charuto de rocha), logo surgiram outras, que afirmavam ter o Oumuamua a forma de um disco (daí para ele ser uma sonda alienígena foi um pulo) ou mesmos restos de um grande planeta.
O que se sabe hoje sobre ele
- Ele veio de fora do sistema solar. Segundo astrônomos da NASA, o objeto já entrou no sistema solar em alta velocidade, não sofrendo ação da gravidade de nenhum planeta ou do Sol.
- Ele segue uma trajetória hiperbólica (e bizarra), ou seja, sairá do sistema solar e nunca mais voltará.
- Ele não se parece em nada com um cometa, mas se comporta como tal. O Oumuamua apareceu nas imagens de telescópios como um único ponto de luz – se primeiro pensaram que ele era um cometa, passaram a classificá-lo como um asteroide.
- Ele acelerou espaço afora, e isso seria explicado pela liberação de gás estelar em sua superfície, quando apenas a gravidade de nosso sistema solar é levada em consideração.
- Sua forma alongada foi determinada pela variação de seu brilho. Ele deve ter cerca de 800 metros de comprimento e 80 metros de largura (uma forma jamais vista).
NASA/JPL-Caltech - Ele gira em dois eixos, completando uma rotação a cada 7,3 horas, enquanto rola pelo espaço.
O que ainda é um mistério
- Sua aparência permanecerá uma incógnita. A única imagem que se tem do Oumuamua é a que mostra um minúsculo ponto de luz. A única coisa que foi possível deduzir é que ele é alongado – mais nada.
NASA/JPL-Caltech - Do que ele é feito é outra pergunta que ficará sem resposta. Pode haver gases como monóxido ou dióxido de carbono sendo ejetado e formando uma cauda, mas tudo permanece como especulação.
- De onde ele veio tem uma meia resposta: de outro sistema estelar na galáxia – mas qual? Com base em sua velocidade, imagina-se que o Oumuamua pode ter vindo de um sistema com uma estrela jovem. Ou pode estar vagando pela galáxia há bilhões de anos – como saber?
- Onde ele está é apenas uma projeção. Em janeiro de 2018, se tornou invisível aos telescópios, mesmo espaciais. Agora, o futuro do Oumuamua no espaço somente a ele pertence.
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