Padrões moleculares podem ajudar a identificar vida alienígena

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Cientistas desenvolveram uma nova técnica capaz de identificar padrões de moléculas para confirmar a existência de vida extraterrestre no Sistema Solar. A abordagem experimental é fundamentada em espectrometria de massa (MS), combinada com aprendizado de máquina (machine learning) — método que analisa um conjunto de dados para elaborar de modo autônomo novos modelos — para avaliar misturas orgânicas complexas e classificá-las como biológicas ou abiológicas.

O estudo foi conduzido pelo Earth-Life Science Institute (ELSI), órgão de pesquisa científica no Japão, em parceria com o National High Magnetic Field Laboratory (MagLab), um dos mais poderosos laboratórios nos EUA. A equipe mediu espectros de massa de uma variedade de amostras teste com um equipamento de ultra-alta resolução, conhecido como Fourier-Transform Ion Cyclotron Mass Spectrometry (FT-ICR MS).

O aparelho tem o potencial de avaliar compostos derivados de matérias orgânicas encontradas na Terra. Dentre eles, meteoritos, microrganismos criados em laboratório e petróleo não processado, derivado da composição de seres ao longo do tempo geológico.

Após alimentar os algoritmos com dados brutos da potência de análise de instrumentos a bordo de naves espaciais, os pesquisadores foram surpreendidos pela capacidade de o sistema classificar com precisão — em torno de 95% — as amostras como vivas ou não vivas, detentoras de “impressões digitais”. Segundo eles, o resultado está relacionado com processos biológicos que modificam compostos orgânicos e fornecem condições para a evolução da vida.

Estudo utilizou análises do FT-ICR MS com informações de aprendizado de máquinaEstudo utilizou análises do FT-ICR MS com informações de aprendizado de máquinaFonte:  Wikipedia/Reprodução 

“Embora seja difícil caracterizar cada pico em uma mistura química complexa, a ampla distribuição de componentes pode conter padrões e relações que são informativos sobre o processo pelo qual ela surgiu e se desenvolveu”, disse Nicholas Guttenberg, autor do estudo, em comunicado divulgado pelo site EurekAlert. “O trabalho abre muitos caminhos interessantes para o uso de espectrometria de massa de ultra-alta resolução para aplicações astrobiológicas”, adicionou Huan Chen, membro do MagLab.

Além da técnica utilizada no novo trabalho, existem outros métodos para a detecção de vida alienígena. Dentre as principais maneiras, há aparelhos dispostos para identificar sinais de rádio de civilizações no espaço profundo, bem como o estudo da composição atmosférica e de amostras de solo e gelo em planetas ao redor de outras estrelas. Contudo, essa última categoria ainda necessita de uma instrumentalização analítica química mais avançada, para descartar a possível influência de contaminações nas amostras.

Nesse contexto, a pesquisa também destaca a importância de vindouras missões de exploração no Sistema Solar. Para esses programas, o interesse na busca de vida extraterrestre teve início em 1976 com o projeto Viking 2, da NASA, o qual retornou sinais positivos para a vida em Marte, mas nenhuma evidência baseada em medições de MS. No Planeta Vermelho, dados mais recentes fornecidos pelo rover Curiosity também sugeriram a existência de compostos orgânicos na superfície, que devem ser mais avaliados pelo Perseverance ainda em 2021.

Além desses, vale lembrar outras iniciativas como a Europa Clipper, missão da agência espacial americana para coletar gelo da lua de Júpiter — com lançamento previsto para 2024. Já a Dragonfly enviará em 2027 uma sonda octacóptero de aterrissagem em Titã, principal lua de Saturno. “Esse tipo de análise relacional pode oferecer amplas vantagens para a busca de vida no Sistema Solar, e talvez até mesmo em experimentos de laboratório projetados para recriar as origens da vida”, comentou Jim Cleaves, pesquisador do ELSI.

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