Arthur Clarke dizia que qualquer ciência suficientemente avançada é indistinguível de magia. No caso das aplicações de Inteligência Artificial, ou IA, vou mais além, elas não são indistinguíveis, elas são a mais pura macumbaria druída.
Há uma velha história de Internet aonde uma moça vai a um quiosque de fotografia que promete retoques via Photoshop, e pede para melhorarem uma foto do pai. A moça sai contrariada quando o atendente diz que não dá pra fazer. O que ela queria? Que ele aparecesse de frente em uma foto aonde estava de costas.
Um dos argumentos usados antigamente contra a possibilidade de efeitos assim é que o computador não tem como criar informação do nada, não tem como saber a aparência do pai da moça, e redesenhá-lo. Só que com a IA, o Machine Learning, isso foi contornado.
Os computadores são ensinados via IA a entender como os objetos, pessoas ou paisagens são compostos. Digamos assim: Se você receber uma imagem de uma bola de basquete faltando um quadrante, consegue facilmente deduzir o resto da imagem e desenhá-lo.
Os algoritmos aprendem por exemplo como um corpo humano funciona, quais juntas se movem de qual jeito, e de que forma um corpo tridimensional se apresenta em uma imagem bidimensional. Assim temos algoritmos como o Photo Wake-Up, desenvolvido por cientistas do Facebook e da Universidade de Washington:
Outro grupo de pesquisadores, dessa vez da Samsung desenvolveu um algoritmo que cria um modelo baseado em alguns frames do “alvo”. Um vídeo-guia é usado então para gerar uma versão do “alvo” falando e se movimentando de acordo com o desejado.
Agora uma variação dessas técnicas foi apresentada, desta vez pelo site MyHeritage, em um recurso chamado Deep Nostalgia™. É bem simples: Você sobe uma foto, e o software usa Deep Learning e IA para criar um modelo tridimensional do rosto, animado. Sim, lembra totalmente as pinturas de Harry Potter, e sim, a tecnologia funciona com pinturas e até mesmo estátuas.
Aqui alguns exemplos usando imagens completamente aleatórias achadas na Internet:
Esta é a imagem original usada como fonte:
Este é o resultado, devidamente animado. Repare que até os defeitos da imagem foram animados.
Segundo exemplo, com outra imagem obtida através de seleção aleatória:
Quem quiser brincar, é só acessar o site do My Heritage. Eles pedem um cadastro, as primeiras 10 ou 15 fotos são gratuitas. Aí você pode assinar o serviço, ou se for um menino malvado, apagar os cookies e criar um cadastro com outro email.
O David de Michelângelo bate no fundo do Vale da Estranheza, mas lembre-se: Isso tudo é uma brincadeira, é uma demonstração de uma técnica que ainda estamos nos primórdios, claro que os vídeos não ficam perfeitos, calma.
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