Pennyworth: resenha – a improvável série do Alfred

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Pennyworth à primeira vista exemplifica o “excesso” de filmes de super-heróis é algo que vem sendo satirizado desde 2001, com Jay and Silent Bob Strike Back, e não passou em branco no deliciosamente retardado Teen Titans Go To The Movies, de 2018. O que ninguém imaginava é que a piada se tornasse realidade, e de primeira qualidade.

Alfred Pennyworth - Quem diria viraria mesmo série

Quando noticiei aqui a série, confesso que o fiz com certa má-vontade, afinal de contas… Alfred? Será que não há mais nenhum personagem que mereça uma série antes dele?

Depois de muito aporrinhado por meu Baiano de Estimação, dei uma chance a Pennyworth, assistindo o piloto com umas quatro pedras na mão. Resultado? Meninos, eu vi!

Alfred Pennyworth, o ótimo Jack Bannon

Alfred Pennyworth, o ótimo Jack Bannon

Em Pennyworth Jack Bannon (Fury, Medici) é Alfred, um jovem ex-oficial da SAS, unidade de Forças Especiais. Ele mora com os pais e ganha a vida como porteiro de boate, enquanto tenta juntar dinheiro pra abrir uma agência de investigações com dois amigos igualmente veteranos.

Ele acaba se envolvendo com Esme, uma das dançarinas da boate, mas infelizmente acaba se envolvendo com Thomas Wayne, um ianque que atraiu uma tal de Sociedade do Corvo, um grupo de terroristas subversivos que quer derrubar o governo. Trabalhando com Wayne há Martha Kane (MARTHAAA!!! – ela mesma) uma agente da CIA.

Alfred aos poucos começa a ganhar dinheiro e monta um cafofo para morar com Esme, mas as missões se tornam cada vez mais perigosas, Esme é sequestrada por Peggy Sykes, uma madame inglesa clássica e psicopata, que é agente da Sociedade do Corvo, mas isso tudo não é importante.

O Clima em Pennyworth É a Chave

Pennyworth à primeira vista se passa na Inglaterra dos Anos 60, mas aos poucos vamos percebendo que há algo… diferente. a ambientação criada por Bruno Heller (Gotham, O Mentalista) mostra uma Londres meio distópica, mais cinza, com polícia e autoridades agindo quase como vitorianos.

Em uma cena há prisioneiros no meio da rua, em pelourinhos de madeira, esse troço aqui:

Em outro momento uma vilã vai ser executada (escapa ou não? Sem spoilers!) e os condenados são enforcados em praça pública. Assim que a corda estica um carrasco estripa o coitado com um golpe de cima a baixo abrindo o sujeito como um peixe, as tripas caem no chão, para delírio da platéia. Depois são esquartejados. E isso é transmitido PELA TELEVISÃO!

Alfred e Esme (Emma Corrin)

Alfred e Esme (Emma Corrin)

Visto de longe (bem de longe) você pode até achar que é Downton Abbey, mas Pennyworth é violenta, visceral (às vezes literalmente) e crua. Personagens são torturados de forma incomumente violenta, 13/10 na Escala Bauer, E por mais que Alfred seja um bom garoto, a disputa é mais entre Lado A e Lado B do que entre Bem e Mal.

A Londres Vitoriana dos anos 1960 parece muito mais apegada a carvão do que a versão da nossa realidade, com inúmeras chaminés escurecendo o céu. As ruas de noite parecem propícias a Jack o Estripador, mais do que a Londres dos Beatles.

A Sinistra Gotham, digo, Londres de Pennyworth

A Sinistra Gotham, digo, Londres de Pennyworth

Ao contrário de Gotham, que vivia à sombra do Batman e irritava por ter um monte de vilões conhecidos mas nenhum cruzado embuçado, Pennyworth não depende das referências, ela funcionaria perfeitamente bem se o sobrenome do mordomo fosse Manuel. É agradável ver as referências, com Thomas Wayne, mas a trama se sustenta sozinha.

O suspense é constante, a tal organização secreta (na verdade mais de uma) tem tentáculos até dentro do Palácio de Buckingham, é muito mais do que um thriller de Guerra Fria como foi vendido.

Alfred Pennyworth por sua vez não é um salvador da pátria mas também não é aquele personagem chato que não quer estar ali. Ele é o Herói Relutante, que faz o que tem que ser feito, primariamente por estar sendo pago pra isso.

A série tem uma estrutura linear e focada na mitologia, mas já rolou pelo menos um episódio semi-isolado, com direito a uma versão quase didática de um novo Alan Turing, e pelo visto esse tal “computador” ainda não era popular no passado alternativo meio steampunk dos anos 60 de Pennyworth.

Veiculada lá fora pelo canal Epix, a série deve chegar ao Brasil até o final do ano, via algum serviço de streaming.

Trailer original de Pennyworth

Cotação:

Alfred E. Newman

3,5/5 Alfreds.

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