Um estudo revelou que não há lugar na Terra onde os astrônomos possam observar as estrelas sem a interferência luminosa de satélites e de lixo espacial. Atualmente, dezenas de milhares de objetos estão na órbita do planeta.
“É um pouco surpreendente. À medida que o espaço fica mais lotado, a magnitude desse efeito será apenas mais, não menos”, diz John Barentine, diretor de políticas públicas da International Dark-Sky Association e um dos colaboradores do estudo.
Os astrônomos estão preocupados com as “megaconstelações” de satélites na órbita da Terra. Desde 2019, a SpaceX lançou mais de mil satélites do serviço global de internet Starlink e há planos para lançar outros milhares que expandirão a rede nos próximos anos.
Assim, as trilhas brilhantes de satélites podem atrapalhar as observações astronômicas mais sensíveis e a olho nu. Em resposta, a companhia aeroespacial já anunciou que diminuirá um quarto do brilho dos objetos dos próximos protótipos.
Constelação de satélites da Starlink.Fonte: Star Walk/Reprodução
Brilho dos satélites vai esconder áreas do Cosmos?
Os astrônomos também temem que a nuvem de satélites em cima da Terra possa espalhar a luz de volta para a atmosfera. Isso poderia adicionar um brilho de fundo ao céu noturno, dificultando a observação de locais mais imperceptíveis do Cosmos.
Mesmo nos locais mais escuros do planeta, o próprio céu tem um brilho natural na atmosfera devido às partículas ionizadas. Além disso, é estimado que os objetos em órbita podem adicionar cerca de 10% a mais de luz difusa.
O cálculo realizado em meados dos anos 1990 se baseia em várias suposições do número, distribuição e tamanho dos objetos espaciais. Por sorte, ele extrapola a crescente aglomeração e, desde então, adivinhou o quão reflexivos eles seriam em média.
Poluição luminosa tornará os projetos astronômicos mais caros.Fonte: SciTech Daily/Reprodução
Sem espaço para novos observatórios
Ainda assim, a aglomeração pode atrapalhar a construção de novos observatórios. Em 1979, a União Astronômica Internacional sugeriu que os locais deveriam ser situados em áreas onde a poluição luminosa fosse menor que 10% da luz do brilho do céu natural.
Além disso, as pesquisas em busca por pistas da formação das galáxias podem se tornar mais caras. Apesar do olho humano detectar diferenças de contraste tão pequenas, os instrumentos de astronomia não possuem essa evolução.
Então, para que as galáxias fracas se destaquem do brilho do céu, os astrônomos já precisavam de longas exposições nos maiores telescópios nos locais mais escuros. Com a poluição luminosa, esse tempo dedicado deve aumentar e encarecer as imagens.
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