Privacidade pode estar perto do fim? CPBR8 debate reconhecimento facial

Reconhecimento facial parece coisa de filme, não é? Mas é uma tecnologia que está cada dia mais avançada e faz mais parte de nossas vidas do que imaginamos. Um exemplo disso foi a Copa do Mundo 2014, quando a Polícia Militar de São Paulo utilizou três mil câmeras que monitoraram áreas públicas. Na Campus Party 8, o debate foi além: o reconhecimento facial está sendo combinado com dados (big data) e já é possível descobrir ainda mais coisas sobre todos nós. Acompanhe a Campus Party 2015 minuto a minuto Aos campuseiros, foram apresentadas novidades e práticas atuais na Internet e em banco de dados público. Já existe uma tecnologia, por exemplo, chamada Deep Face que detecta, alinha, representa e classifica uma pessoa. Com mais de 120 mil parâmetros, o sistema é capaz de reconhecer alguém com 97,25% de precisão. Para se ter noção, um humano tem média de precisão de 97,53%. Ricardo Galvão demonstra prós e contras do reconhecimento facial (Foto: Laura Martins/TechTudo) NGI, o projeto americano Presente no painel “Reconhecimento Facial e o Fim da Privacidade” realizado na Campus Party 2015, Ricardo Kléber Martins Galvão, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, cita um dia crucial para o assunto: 15 de setembro de 2014. Foi esse dia que o governo americano disse que havia terminado seu programa de reconhecimento facial por fotos e vídeos. Chamado NGI (Next Generation Identification), o projeto teve investimento de US$ 1 bilhão e possui o cadastro de todos os cidadãos americanos cadastrados, com dados como rostos, digitais, íris, tatuagens e cicatrizes. Além disso, há informações sobre DNA, registros de gravação de voz, dados pessoas e perfis de comportamento. O sistema é compartilhado com mais de 18 mil agências e parceiros autorizados. Para Ricardo, esses parceiros são o perigo.”Que empresas teriam o interesse em ter tantos dados de uma pessoa?”, pergunta. A indagação pode trazer diversas opiniões, uma vez que as companhias envolvidas e interessadas não foram divulgadas pelo governo americano. Burlando as câmeras saiba mais Campus Party 2015 inspira mulheres a desenvolver e crescer no ‘setor tech’ Campus Party 8 confirma mais dois nomes e cancela com ‘pai do MP3′ App da Campus Party 2015 já está disponível também para iPhone;baixe Sem ingresso para a Campus Party 8? Saiba como curtir a feira de graça Qual é a melhor atração da Campus Party 2015?  Comente no Fórum do TechTudo. Para tentar impedir que empresas utilizem seus dados, algumas pessoas estão criando projetos contra o reconhecimento facial. Um deles é um “óculos da privacidade” que com luz infravermelha impede a captura de imagens pelas câmeras. O outro, explica Ricardo Galvão, é um estudo de Adam Harvey (artista premiado na área de design e inovação) que estudou reconhecimento e está criando maquiagens e penteados para que uma pessoa não seja reconhecida . Evidente que sempre há um lado bom. O professor destaca dois projetos que podem usar a tecnologia para melhorar a vida das pessoas. Um deles foi realizado em Canoas (RS), onde duas câmeras foram instaladas nas centrais de trem e ao combinar o reconhecimento facial com o banco de dados de foragidos, se tornam capaz de reconhecer alguém que está sendo procurado pela polícia. O outro já foi e está sendo implementado em diversos aeroportos no mundo. A substituição de digital por reconhecimento na imigração ajuda a diminuir fraudes em viagens internacionais.

× Consulte-nos!