O Razer Viper é o mais novo mouse da fabricante de equipamentos para gamers, criado em parceria com jogadores profissionais de eSports para atender às suas necessidades. Ele usa sensores ópticos nos botões principais, que transmitem o clique de forma mais rápida que switches mecânicos, além de ser leve e verdadeiramente ambidestro.
Descubra o que achamos dele após uma semana de testes.
Nota de transparência: dado o pouco tempo para analisar o produto, conforme acordado com a Razer para sincronizar a publicação deste review com o lançamento do Razer Viper no Brasil, não foi possível avaliá-lo quanto à durabilidade e resistência, como também não pudemos nos aprofundar em testes de ergonomia e conforto.
Design
O Razer Viper foi desenvolvido conforme sugestões de diversos jogadores profissionais, o que num primeiro momento fez deste mouse um acessório bastante leve. Com apenas 69 g e tamanho compacto, ele é mais amigável para pessoas com mãos pequenas, mulheres principalmente (cartas para Charles Darwin), mas também é fácil de usar por pessoas com dedos mais longos, como eu.
Outro ponto importante levado em conta foi a acessibilidade: embora provavelmente tenham pensado primeiro em jogadores canhotos (eu sou, mas uso o mouse com a mão direita), disponibilizar dois botões laterais de cada lado e desenhá-lo em um formato ambidestro, levemente ergonômico e com laterais emborrachadas o faz ganhar pontos com quem precisa usar um mouse de maneiras diferentes. Claro, todos os oito botões são customizáveis.
Temos aqui dois botões principais com os tais sensores ópticos (mais a seguir), quatro botões laterais, com dois de cada lado, a Clickwheel e o botão de ajuste de DPI, que fica embaixo do Razer Viper e não no topo, como boa parte de seus concorrentes ou de outros mouses da empresa. A explicação, para isso, é novamente o feedback dos jogadores, que reclamaram de cliques acidentais enquanto jogam, porque tais controles entram em contato com a palma da mão.
Para quem precisa de um mouse para trabalho, colocar o controle de DPI na parte inferior é contra-produtivo. Como o foco são o gamers, isso não foi considerado um problema tão grande. O mesmo pode-se dizer que o botão só avança no ajuste, é preciso continuar clicando até ele “dar a volta” e retornar a valores menores, se você quiser diminuir a resolução.
Os switches dos botões laterais e da Clickwheel são firmes e possuem um bom retorno tátil. Embora eles não tenham sido identificados pela Razer, é bem provável que sejam os mesmos usados no DeathAdder Elite, respectivamente ChangeFeng Black e um tátil genérico, por passarem a mesma sensação de uso.
As laterais emborrachadas permitem uma pegada firme e o cabo Speedflex de 2,1 m é bem resistente, mas dada a minha mesa antiquada e esquisita, o tal fator “anti-arrasto” não pôde ser avaliado com precisão. Para mim, é como qualquer outro cabo revestido, mas posso ser eu o errado.
Por fim, apenas o logo da Razer usa retroiluminação RGB, portanto, o Viper não será nenhuma balada na sua mão.
Desempenho
Vamos começar pelo destaque, os sensores ópticos dos botões principais. A Razer substituiu os switches mecânicos (no DeathAdder Elite eram o proprietário OMRON 50M) por um feixe infravermelho, que envia o sinal através de um obturador e direto para o computador. A fabricante afirma que esse método reduz o tempo de resposta para ridículos 0,2 milissegundos, mas mesmo que ele não chegue a tanto, o Viper é bem rápido.
Em meus testes, com jogos de FPS, RTS e 4X, o mouse se mostrou consideravelmente mais veloz no clique do que outros acessórios de boa qualidade disponíveis no mercado, como o Pulsefire Surge da HyperX, um de seus principais concorrentes.
E temos o sensor óptico 5G de 16.000 DPI, muito similar ao Pixart PMW 3389 presente no DeathAdder Elite e no Pulsefire Surge, mas que de acordo com a Razer, traz algumas novidades. O Viper alcançaria uma velocidade de rastreio de até 450 IPS (~11,4 m/s) e uma aceleração de até 50 G (~49 m/s²), ambos em superfícies otimizadas, aliado à sua leveza.
Como dá para notar, são valores altos demais e a menos que você seja o Flash, não vai conseguir reproduzir uma aceleração de 50 G no mundo real, mas Razer sendo Razer, exageros são lugar comum. Saiba apenas que o sensor possui um controle muito bom mesmo em resoluções altas, como 10.000 DPI, além de contar com uma taxa de frequência de até 1.000 Hz, que o torna bastante preciso.
Para controle fino do Razer Viper, o software Razer Synapse continua sendo um caso de 8 ou 80: preciso e com várias opções de customização, desde funções específicas para cada botão e controlar a retroiluminação RGB (como produto Chroma, o Razer Viper pode emitir luzes em sincronia com outros periféricos da empresa), mas continua problemático ao exigir login e encrencar com atualizações.
Como particularidade, o programa permite controlar quantos DPIs cada clique no botão de ajuste irá adicionar no ciclo, enquanto o próprio mouse possui armazenamento interno para salvar até cinco configurações de resolução, para usá-las onde quiser.
Conclusão
O Razer Viper é um mouse bem leve, customizável e amigável para canhotos, o que é sempre bom, mas o que importa mesmo é sua velocidade. Diferente de certas marmotagens do passado, os sensores ópticos de fato fazem diferença em jogos que exigem resposta rápida, mesmo para alguém (como eu) que não joga no PC com teclado e mouse com frequência.
Gamers que devoram MOBAs e FPS poderão extrair muito mais do acessório, que pode fazer a diferença nas partidas.
O problema, como sempre, é o preço. R$ 599 é um valor puxado que só faz sentido para quem joga de forma competitiva, o público-alvo deste mouse em primeiro lugar. Para todos os demais, talvez seja melhor investir ou no “irmão” DeathAdder Elite (~R$ 320), ou no HyperX Pulsefire Surge (~R$ 199), ambos também com sensores de 16.000 DPI.
Agora, se você estiver disposto a gastar uma boa grana em um mouse rápido e leve, o Razer Viper pode vir a ser uma boa opção.
Mouse Razer Viper — Ficha Técnica
- Design: ambidestro, com laterais emborrachadas;
- Botões: oito (dois principais, quatro laterais, um dedicado ao ajuste de DPI e Clickwheel), todos programáveis;
- Sensor: óptico 5G proprietário, com resolução real de até 16.000 DPI;
- Velocidade: até 450 IPS;
- Aceleração: até 50 G;
- Switch dos botões principais: óptico, proprietário;
- Switch da Clickwheel: não identificado;
- Switch dos botões laterais: não identificado;
- Taxa de frequência (Polling Rate): até 1.000 Hz;
- Retroiluminação: tecnologia RGB proprietária Razer Chroma, com 16,8 milhões de cores;
- Conexão: cabo USB (2,1 m);
- Extras: armazenamento interno para configurações de DPI;
- Dimensões: 12,7 × 6,6 × 3,8 cm;
- Peso: 69 g (sem o cabo USB).
Pontos Fortes:
- Ambidestro, ponto para a acessibilidade;
- Excelente tempo de resposta;
- Armazenar configurações de DPI localmente é uma boa ideia;
- Sensor tão bom quanto o do DeathAdder Elite.
Ponto Fraco:
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