Se você odiou os dois primeiros episódios de WandaVision, tudo bem. A série não é pra você. Ainda, mas aguarde, seu momento vai chegar. Já se você está adorando, parabéns, você gosta mais de TV do que de filmes de super-heróis.
Wanda Maximoff no MCU sempre foi meio injustiçada. Ela começou como uma rata de laboratório que ganhou poderes de soltar foguinho vermelho e injetar LSD no cocoruto alheio. Nos quadrinhos Wanda é filha de Magneto, uma mutante Nível Ômega e uma das criaturas mais poderosas do Universo.
No arco Decimantion Wanda sozinha usou seus poderes e alterar a Realidade e com três palavras eliminou os poderes de praticamente todos os mutantes do Universo.
Só que não há (ainda) mutantes no MCU, e Wanda ganhou seus poderes de experimentos da Hydra com o Cajado de Loki, que continha uma das Jóias do Infinito. Aos poucos nos filmes foi mostrado que Wanda era capaz de manipular o poder da Jóia da Mente, que estava contida no cajado, mas também o das outras jóias.
Em Guerra Infinita a Feiticeira Escarlate finalmente começa a mostrar a que veio, a ponto de conseguir destruir a Jóia da Mente, ligada ao visão, enquanto detia Thanos, que a atacava com cinco outras jóias.
Mesmo assim os Vingadores perderam, Visão morreu e mesmo com os eventos de Endgame, ele continuou um ex-sintezóide, e Wanda, bem.. o que aconteceu com Wanda?
WandaVision conta o que aconteceu com Wanda, mas de uma forma que nunca vimos antes.
O conceito da série é mostrar Wanda e Visão como um casal perfeito, um casal de televisão, talvez e provavelmente como Wanda em sua infância em Sokovia imaginava ser a realidade dos Estados Unidos, assistindo antigas séries de televisão.
Os dois primeiros episódios foram filmados em preto e branco, com platéia, igual às primeiras SITCOMs, usando e abusando da estética de programas como I Love Lucy e o Dick Van Dyke Show.
O resultado foi visualmente brilhante, com figurinos, cenários, tudo de época, o vídeo é em formato 4:3 e o texto é repleto do humor simples e da clássica comédia de situação dos anos 1950/1960, com direito a muitas referências aos clichês desse tipo de programa. Visão por exemplo trabalha em um escritório, mas não faz idéia do que a empresa produz, e nenhum de seus colegas também sabe.
A cidadezinha para onde Wanda e Visão de mudaram, Westview, é uma daquelas cidadezinhas suburbanas aonde todo mundo se conhece, todos os vizinhos são amigos, inclusive a família negra, pois na América Idealizada da Televisão não existe racismo se só houver uma família “diferente”.
Além das referências aos programas de TV, há referências constantes ao MCU, com propagandas da Hydra e Wanda sendo imigrante da Sokovia. Visão agora tem poder de assumir forma humana, e em WandaVision Wanda usa seus poderes para tarefas domésticas.
Essa talvez seja a parte mais gratificante pros técnicos de efeitos especiais; todos os efeitos nessa fase são práticos, as coisas levitam usando fios, quando algo aparece ou desaparece há um nítido corte de câmera.
O primeiro episódio, com uma pegada mais Anos 60 é bem I Love Lucy, mas a grande mudança acontece quando um intruso, vestido de apicultor aparece, Wanda percebe como inimigo e com um gesto mágico retrocede a fita, caímos no segundo episódio, com uma abertura em animação diretamente inspirada n’A Feiticeira. A Samantha, não a moça com avantajadas tuberosidades calipígias que era uma espécie de hipster do Coronga, usando máscara bem antes que todo mundo.
O terceiro episódio passa a ser em Technicolor, com direito a muita “mágica” com efeitos práticos, mas também percebemos que há algo errado na vida perfeita de WandaVision.
Wanda engravida e dá a luz em praticamente dois dias. Tá certo que o Visão é uma máquina, mas tudo tem limite. Os personagens coadjuvantes, os vizinhos, são transportados para as novas histórias, e parecem estar cientes disso. Um deles quase sai do papel para alertar Visão de que há algo errado. Ninguém consegue sair da cidade, tudo gira em torno de Wanda. Quando Visão comenta com a esposa que está sentindo algo errado, ela simplesmente o recria, sem aquela dúvida.
Uma das vizinhas é Monica Rambeau, que se apresenta como Geraldine. Monica é filha de Maria Rambeau, vista em Capitã Marvel e se tornará Fóton, uma super-heroína. Aliás antes disso ela assume o nome Capitã Marvel, tecnicamente sendo a primeira, Carol Danvers é bem mais antiga mas se chamava Ms Marvel.
Monica usa um colar com o símbolo da SWORD (Sentient Weapon Observation and Response Division), uma divisão da SHIELD que nos quadrinhos se dedica a enfrentar ameaças espaciais, mas no MCU aparentemente lida com meta-humanos E aliens superpoderosos.
Wanda acaba expulsando Monica de seu pequeno paraíso na Terra. Literalmente, ela é jogada para fora de um campo de força que cerca WestView.
Aparentemente WandaVision é uma realidade de bolso criada por Wanda, que é monitorada por Agentes da SWORD através de… televisão. É um reality forçado fora da realidade, o que faz sentido se você tem controle sobre as Jóias do Infinito, mas aparentemente as pessoas na cidade são moradores reais de WestView, forçados a atuar para o mundo de Wanda.
É uma premissa muito Além da Imaginação, e base de ótimas histórias de terror. Mesmo no primeiro episódio, lendo nas entrelinhas dá para sentir todo um clima de suspense, toda uma angústia dos outros personagens. A própria Wanda parece se esforçar para manter sua realidade perfeita funcionando.
O que WandaVision Não Tem:
Não tem navinha pewpewpew, não tem gigantes verdes se pegando na porrada com robôs, e não há sequer um antagonista claro. Não sabemos se a SWORD é amiga ou inimiga. WandaVision é um exercício de gente que ama televisão, e está revivendo sua História.
Dizem que a Disney não ousa, mas apostar em uma série com estéticas e narrativas extremamente defasadas, com DOIS episódios em preto e branco, a um público acostumado a espetáculos visuais tipo Game of Thrones e Endgame? Isso é MUITO ousado, WandaVision é mais ousado do que o Mandalorian, mas ao mesmo tempo os riscos são menores.
A série vai agradar com toda certeza os boomers (os de verdade, os Baby Boomers, nascidos em 1946 e 1964) e a Geração X (1965-1980) e se a molecada pós-Fortnite não gostar, azar.
O provável é que quando os episódios atingirem épocas que toquem no saudosismo das novas gerações elas experimentem as mesmas sensações que a turma mais antiga está tendo. WandaVision é entre outras coisas um experimento sociológico-televisivo.
WandaVison – Para Onde Vai?
A série terá repercussões para o filme do Dr Estranho “Multiverso da Loucura”, e Elizabeth Olsen (Wanda) já foi mais que confirmada no elenco. Há rumores que ela pode ser a vilão do filme, ao menos no começo. Também especula-se que ela irá criar os mutantes no MCU, abrindo caminho para X-Men e outras franquias.
Dificilmente ela se tornará a nova grande vilã do MCU, não dá pra vender tantos bonecos, desculpe, action figures de personagem malvada, talvez ela seja apenas a porta de entrada para o verdadeiro vilão, que está sendo visto pelos sites especializados em pequenas dicas e referências, tanto em WandaVision quanto no trailer de Loki.
Quem será esse vilão? Bem, nos quadrinhos Wanda e Visão engravidam, e tem gêmeos, Tommy e Billy. Como Visão pode ter até o hardware mas não tem o software pra transformar seu código-fonte em DNA, ele tecnicamente não pode ser pai, mas como pai é quem cria e a Feiticeira Escarlate manipula a realidade, Wanda usa seus poderes e cria os dois bebês, do nada.
Exceto que ela precisa dar almas a eles, e usa fragmentos da energia vital de… Mefisto.
Tommy e Billy já apareceram em WandaVision. Se seguirem a mesma linha de história, logo-logo a série e o MCU como um todo vai estar do jeito que o Diabo gosta.
Aonde Assistir WandaVision:
WandaVision passa no Disney+
Trailer:
Cotação:
5/5 Veras Fischers
Bônus:
Essa referência é pra mostrar como eles estão fazendo agrado nos fãs mais antigos. NINGUÉM com menos de 30 ou 40 anos vai pegar.
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