O Philco Hit P12 é o mais recente smartphone lançado pela Philco no mercado brasileiro. A companhia entrou no segmento mobile em maio de 2020, e de lá para cá, apresentou uma série de dispositivos de entrada, indo do mais básico possível às opções mais completas, com design alinhado para o mercado atual.
O Philco Hit P10, lançado 1 ano atrás, é a base por trás do Hit P12, em que as principais diferenças são uma tela ligeiramente maior (mas não muito) e a adição de uma câmera macro na traseira, mas um celular dessa categoria vale mesmo R$ 2 mil?
Como o Philco Hit P12 se sai em tarefas básicas e e outras um pouco mais exigentes? Eu o testei por duas semanas e conto o que achei dele a seguir.
Nota de transparência
Desde 2004, o Meio Bit sempre publicou análises opinativas com o intuito de ajudar os leitores a tomarem sua própria decisão de compra, seja de um gadget, um game ou um serviço/software/app.
Nós sempre fomos francos em nossas opiniões e destacamos pontos positivos e negativos dos produtos de igual maneira, não importando a natureza dos mesmos, como forma de manter a integridade e transparência do site.
Ninguém externo à redação do Meio Bit teve acesso a este texto de forma antecipada, e não houve qualquer tipo de interferência ou direcionamento da Philco, ou de terceiros, em relação ao seu conteúdo.
O Hit P12 foi fornecido pela Philco por empréstimo; ele será devolvido à empresa após os testes.
Design
O Philco Hit P12 é essencialmente igual ao Hit P10, e você vai ver muito essa comparação por aqui. O corpo plástico permanece, agora com uma traseira com efeito glossy nas cores azul e rosa (ou Dark Blue e Rose Gold, como a fabricante as chama), bordas comportadas na frente, com exceção do “queixo” na parte inferior, e o recorte em forma de gota na parte superior da tela, para acomodar a câmera selfie.
As traseiras são dispostas exatamente como no modelo anterior, acomodadas do lado esquerdo e uma embaixo da outra, em um arranjo até discreto. Na caixa, a Philco inclui o básico para usuários de entrada, sendo o carregador de 10 W, o cabo USB-A/USB-C, o fone de ouvido, a capinha de proteção e uma película.
Ao lado das câmeras e acima do logo da Philco, está o leitor de impressões digitais, que oferece uma boa sensibilidade e ainda será o melhor método para desbloqueio do aparelho, ainda que alguns prefiram que ele fosse deslocado para a lateral, talvez sobre um dos botões. Falando neles, há os tradicionais Liga/Desliga e controles de volume do lado direito, e uma novidade do esquerdo, um botão programável para atalhos.
A conexão principal do Philco Hit P12 é feita via 4G, e a bandeja do lado esquerdo permite o uso de até dois chips SIM simultaneamente, mas por ser híbrida, o usuário deverá escolher entre ter dois números de celular, ou usar apenas um e expandir a memória com um cartão microSD.
A porta P2 foi deslocada para a parte inferior do celular, ficando ao lado da entrada USB-C, que é um avanço e tanto frente aos seus antecessores, que até então vinham com portas micro USB; por outro lado, a conexão é apenas USB 2.0, então não se empolgue muito.
Tela e som
O Philco Hit P12 conta com um display de 6,52 polegadas, pouca coisa maior que o presente no Hit 10, de 6,2″, mas com a mesma resolução HD+ (1.520 x 720 pixels). Em termos de reprodução de conteúdo, as cores são boas e o preto convence bem, mas dependendo do que for consumir, a proporção 19:9 acaba criando bordas bem grandes nas laterais.
Em conteúdos adaptados para o formato da tela, o “queixo” inferior ainda incomoda, pois poderia ter sido mais área a ser ocupada pela tela.
O som é mais uma vez mono, fraco e que distorce bastante em volumes mais altos. Como de praxe, prefira usar o fone de ouvido que acompanha o aparelho, ou caixas de som Bluetooth.
Software
A Philco acerta muito ao incluir o Android 11 quase puro em seus aparelhos, visto que seus dispositivos de entrada sofreriam bastante com bloatwares. Ao tirá-lo da caixa, você terá acesso à suíte de apps do Google, bem como um app de Rádio FM e um gravador de som, além dos recursos padrão da atual versão do robozinho verde.
A particularidade do Philco Hit P12 é o botão programável, que a fabricante chama de tecla/botão inteligente. Ele é basicamente um botão de atalho, que abre o aplicativo a ele relacionado quando o usuário o apertar e segurar.
Nas configurações, é possível selecionar qualquer aplicativo ou jogo instalado no celular para ser aberto pelo botão de atalho; por padrão, o sistema o liga ao app do Google.
Resta saber se a Philco irá atualizá-lo para o Android 12 no futuro, já que a fabricante, assim como fez com modelos passados, não garantiu nada.
Hardware, desempenho e autonomia
A Philco repetiu o exato mesmo hardware presente no Hit P10. O processador segue sendo o Unisoc SC9863A, um octa-core com clock de até 1,6 GHz, aliado a 4 GB de RAM e 128 GB de espaço interno expansível até 512 GB, via cartões microSD.
É fato que alguns modelos de celular de entrada da Samsung não oferecem tanta RAM e espaço, e nisso o Philco Hit P12 acerta. Claro que estamos falando de um celular de entrada, o chip Unisoc dá conta de tarefas básicas, e até pode ser forçado um pouco, mas não espere uma performance estelar dele.
Apps básicos como navegadores e redes sociais, ou o Gmail, funcionam sem nenhum tipo de engasgo e fluem confortavelmente no multitarefa. Jogos mais simples funcionam sem problemas, e mesmo alguns mais pesados, como Asphalt 9: Legends, podem ser curtidos com os gráficos no mínimo, com momentos de lentidão apenas em momentos com muitos elementos na tela.
O mesmo tipo de revés surgiu em Azur Lane, que por ser um shoot ’em up, é baseado em momentos em que a tela fica tomada por inúmeros elementos. Neste caso, o Philco Hit P12 apresentou lentidão nas cenas de ação mais exigentes, mesmo sendo um game 2D e não 3D. Ainda assim, o kit SoC/RAM/espaço interno permite que o usuário rode uma lista considerável de games sem esforço.
A bateria do Hit P12 é, de novo, a mesma presente no Hit P10, com 4.000 mAh, e graças ao hardware menos exigente, aguenta um dia inteiro de uso sem esforço. Em meus testes, eu tirei o celular da tomada às 8:00 e segui com 2 horas de streaming de vídeo, 2 horas de streaming de áudio, 2 horas de jogos (Asphalt 9: Legends e Azur Lane, 1 hora cada), além de navegação e redes sociais, sempre no 4G ou Wi-Fi, com o brilho no automático.
Às 18:00, a bateria chegou a 33%, o que é uma excelente marca e ideal para consumidores de entrada, que precisam de um celular robusto para as tarefas do dia e que aguentem algumas extravagâncias. O carregador de 10 W, que acompanha o kit, levou 2 horas para injetar uma carga completa no Philco Hit P12, de 0 a 100%, algo esperado.
Câmeras
O Philco Hit P12 possui um kit quádruplo de câmeras na traseira. Temos a principal de 13 megapixels, uma Ultrawide de 8 MP (a do Hit P10 era de 5 MP) e um sensor de profundidade de 2 MP. A novidade em relação ao modelo anterior fica por conta da adição de uma macro, também de 2 MP.
Na prática, o conjunto não é dos melhores.
A câmera principal consegue tirar fotos boas em situações com muita luz disponível, principalmente em cenas ao ar livre; em ambientes fechados ou em dias com pouca luz, os resultados podem ser bem decepcionantes.
O pós-processamento é de mão pesada e há grande saturação e ruído em fotos internas, ou com pouca luz, além de que o HDR pode se comportar de maneira estranha, às vezes. A câmera Ultrawide segue a mesma linha, com resultados que podem não agradar.
Em cenas noturnas, o aparelho não tem como fazer mágica por não contar com um modo adequado; em ambientes fechados, é possível ver a perda de detalhes em elementos próximos, e o HDR também não faz muito.
O sensor de profundidade, com apenas 2 MP, também não oferece grandes resultados em fotos no modo Retrato.
A câmera macro, com apenas 2 MP, é também fraca para entregar resultados com boa definição. Ainda que ela consiga capturar detalhes, há saturação e ruídos pesados, que prejudicam o resultado final.
A câmera selfie, com 8 megapixels, não fica muito longe das demais. Há ruídos ao fotografar em um ambiente com muita luz, e mesmo com o software de embelezamento desativado, ela tenta suavizar o resultado de modo agressivo, reduzindo marcas e imperfeições.
Ela também é usada para o reconhecimento facial, mas espere por momentos em que ela não irá reconhecê-lo. No fim das contas, eu preferi usar o leitor de digitais.
Conclusão
O Philco Hit P12 é um celular básico, essencialmente o Hit P10 vitaminado. Embora ele ofereça um bom upgrade ao trocar a porta micro USB por uma USB-C, ele continua pecando nas câmeras, que são bem ruins.
De resto ele é essencialmente igual ao seu antecessor, inclusive no processador, RAM e espaço interno, e consequentemente, na performance, e a tela aumentou muito pouco para ser considerada uma vantagem. Dito isso, o preço sugerido pela Philco de R$ 2 mil é irreal.
Claro, desde o início você pode comprá-lo no varejo por aproximadamente R$ 1,5 mil, ou um pouco menos.
Por um valor próximo, o Motorola Moto G50 5G entrega uma performance similar, mesma RAM e espaço interno, câmeras melhores, uma bateria de 5.000 mAh e suporte a 5G. Se não quiser gastar, uma opção é o antecessor Philco Hit P10, que pode ser adquirido por cerca de R$ 760. Seu grande ponto fraco, claro, é a porta micro USB.
No futuro, é possível que o Philco Hit P12 se torne uma opção interessante, mas na minha opinião, isso só acontecerá quando seu preço chegar próximo dos mil reais. De resto, fique de olho nas promoções e na concorrência.
Philco Hit P12 — Ficha Técnica
- Processador: SoC Unisoc SC9863A, octa-core Cortex-A55 com 4 núcleos de 1,6 GHz e 4 de 1,2 GHz;
- GPU: PowerVR IMG8322 / GE8322;
- Memória RAM: 4 GB;
- Armazenamento interno: 128 GB;
- Armazenamento externo: expansível via microSD de até 512 GB (bandeja dedicada);
- Tela: LCD IPS de 6,52 polegadas, proporção 19:9 e resolução de 1.520 x 720 pixels (258 ppi);
- Câmeras traseiras:
- Principal: 13 megapixels;
- Ultrawide: 8 megapixels;
- Sensor de profundidade: 2 megapixels;
- Macro: 2 megapixels;
- Câmera selfie: 8 megapixels;
- Sensores: Acelerômetro, proximidade, giroscópio, leitor de digitais;
- Extras: Rádio FM, reconhecimento facial;
- Conectividade: 4G Dual-SIM (cartões microSIM), Wi-Fi 802.11b/g/n, Bluetooth 4.2, A-GPS, AD2P, BLE;
- Bateria: 4.000 mAh;
- Alimentação: Carregador de 10 W;
- Portas: USB Type-C 2.0 e P2 para fone de ouvido;
- Sistema operacional: Android 11;
- Dimensões: 165 x 76,5 x 9 mm;
- Peso: 185 g;
- Cores: Dark Blue, Rose Gold.
Pontos fortes:
- Android limpo é bola dentro;
- Bateria aguenta o dia inteiro;
- Porta USB-C, já era hora.
Pontos fracos:
- Celular de entrada por R$ 2 mil não tem condições;
- Não espere nada das câmeras.
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