No mês passado, o Brasil completou um ano da pandemia e, durante o período, foram criadas diversas iniciativas para ajudar a mitigar o impacto da covid-19 no país. Entre as áreas que mais se destacaram na busca de soluções para combater o vírus está o setor de tecnologia, que proporcionou ferramentas mais eficientes para o diagnóstico e tratamento de pacientes.
Um exemplo disso é a Robô Laura, uma inteligência artificial que já atuava em hospitais brasileiros originalmente para prevenir casos de infecções generalizadas, a chamada sepse. No entanto, com o início da pandemia, a startup Laura, proprietária da tecnologia, decidiu expandir seu serviço para atender a nova demanda e ajudar a evitar a superlotação dos hospitais.
P.A Digital
O Pronto Atendimento Digital, lançado em abril do ano passado, funciona como uma triagem virtual. Por meio de uma conversa em um chatbot, a Robô Laura analisa as respostas do usuário, identifica sintomas, alerta casos suspeitos e orienta casos graves, sem a necessidade de sair de casa. Após a triagem, a ferramenta “acompanha” o paciente por 14 dias via WhatsApp, fazendo o monitoramento do quadro clínico e, em caso de piora, recomendando que a pessoa receba atendimento médico.
Todos os procedimentos indicados pela IA seguem parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde.
O sistema foi doado para a Prefeitura de Curitiba no início da pandemia e pode ser consultado no site de forma gratuita
“Quando a pandemia começou a se intensificar, ficou claro a importância de acompanhar os pacientes também fora dos hospitais e possibilitar o acesso à saúde de modo digital”, explica o CEO da startup, Cristian Rocha. “Foi aí que adaptamos toda a tecnologia no nosso portfólio para criar a solução do Pronto Atendimento Digital para aproximar os serviços de saúde ao paciente”.
Até o momento, o P.A Digital já realizou mais de 356 mil atendimentos de triagem e mais de 2,4 milhões de interações na plataforma. O serviço está disponível nos sites das prefeituras de São Bernardo do Campo-SP, Teresina, Aracaju, Caruaru-PE, Catanduva-SP e Curitiba; e nos hospitais AC Camargo (São Paulo); Hospital das Forças Armadas (Brasília); e Hospital Santa Marta (Taguatinga Sul, DF).
Ao clicar na opção “sintomas” no chatbot da IA, o usuário é encaminhado para a página de triagem virtual
Planos
Segundo Rocha, o P.A, impactou de maneira significativa o olhar da startup, que já tem vários lançamentos previstos para os próximos meses, com o objetivo de observar a jornada completa do paciente, dentro e fora do hospital.
A startup Laura foi uma das vinte iniciativas da América Latina escolhidas para receber aporte financeiro do BID Lab, laboratório de inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O investimento de R$ 700 mil será utilizado para expandir a inteligência artificial para mais cinco municípios e implementar até dez unidades do P.A Digital.
Além disso, com o aporte, o sistema também passará a oferecer o P. A. Generalista, tecnologia que fará uma primeira triagem de outras doenças, analisando sintomas mais simples, como dores de cabeça ou de barriga. Rocha explica que o objetivo é otimizar o atendimento e diminuir a sobrecarga em hospitais.
Sepse
Antes da pandemia, a startup trabalhava exclusivamente com a tecnologia cognitiva que identificava de forma precoce os riscos de deterioração clínica de um paciente e alerta a equipe médica responsável. Segundo dados divulgados pela startup, a inteligência artificial reduziu em 25% a taxa de mortalidade hospitalar e ajudou a salvar cerca de 24 mil vidas desde 2016.
Em 2017, o TecMundo conversou com o idealizador da IA, Jacson Fressatto, para entender melhor a tecnologia. Confira:
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