Rolls-Royce testa turbinas de avião com combustível 100% renovável

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Mesmo que o preço do petróleo tenha despencado por conta da pandemia de covid-19 juntamente com o interesse no uso de biocombustíveis, uma mudança radical no abastecimento do setor aéreo deve começar já em 2021: a Rolls-Royce está usando combustível 100% sustentável em testes com seus motores para avião.

Desde 2011, o chamado Sustainable Aviation Fuel (combustível de aviação sustentável, ou SAF) é misturado ao querosene em até 50%. A proposta da Rolls-Royce é usar o SAF puro, gerando uma redução de mais de 75% nas emissões de dióxido de carbono.

A Rolls-Royce está testando combustível 100% renovável em seus motores Trent 1000.A Rolls-Royce está testando combustível 100% renovável em seus motores Trent 1000.Fonte:  Roll-Royce/Andrew Rokita/Divulgação 

Segundo o diretor de tecnologia da Rolls-Royce, Paul Stein, “a aviação precisará de 500 milhões de toneladas de SAF por ano até 2050, e por isso sua produção precisa crescer”.

O biocombustível que a empresa britânica está usando nos motores Trent 1000, desenvolvido especialmente para ela pela americana World Energy, é comercializado pela Shell Aviation. Os testes da Rolls-Royce acontecem até o fim deste ano em Derby, no Reino Unido.

Só 12%

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) tem feito audiências públicas para regulamentar o uso do chamado “diesel verde”, um novo combustível cuja produção está sendo testada pela Petrobras em uma refinaria no Paraná.

Ele tem como base vegetais como a soja e mais outros insumos, como óleo de fritura e gordura animal. Na verdade, são dois os combustíveis gerados na produção do diesel verde: o Hydrotreated Vegetable Oil (HVO) e o H-BIO, cuja patente pertence à Petrobras. Enquanto o HVO é considerado pela ANP um diesel verde (ou renovável), o H-BIO tem mais de 90% de material de origem fóssil.

. Petrobras/Reprodução 

O HVO, porém, não vai substituir o diesel comum e sim, ser adicionado a ele, dentro do hoje obrigatório percentual de 12% de conteúdo renovável (esse valor deve crescer para 15% até 2023).  Sua formulação, porém, permite que ele também seja usado puro pelos veículos hoje em circulação.

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