A Samsung afirma ter encontrado uma alternativa para um dos maiores defeitos dos SSDs, a sua durabilidade: as novas linhas de discos sólidos PM1733 e PM1735, voltados a clientes corporativos trazem uma nova tecnologia “antimorte”, que recupera dados gravados em chips NAND que se desgastaram com o tempo.
Trocar um HD por um SSD pode ser uma experiência tão desconcertante que quem o faz não volta atrás, mas isso só diz respeito ao uso de sistemas operacionais e programas que exigem velocidade de escrita e leitura. Quando o assunto é armazenamento de dados, não só o preço por GB ainda não é muito amigável (mesmo para empresas) quando comparado aos discos rígidos, como há o problema que um disco sólido dura menos.
O problema reside em como um SSD funciona: cada célula de memória Flash é composta por um controlador, que faz a comunicação com o computador e um transístor de porta flutuante (ou floating gate), que armazena as informações. Quando uma carga elétrica é aplicada no controlador, a tensão empurra elétrons para o floating gate, que os armazena graças a duas camadas de óxido de silício, isolando o circuito.
Os dados são escritos dessa forma e podem ser lidos várias vezes, enquanto outra carga não for aplicada; o problema é que com o tempo, o floating gate vai perdendo sua capacidade de reter cargas e uma vez que isso acontece, o chip de memória não consegue mais gravar dados. É assim que um SSD “morre”, basta uma célula pedir arrego.
No entanto os chips ainda podem ser lidos (tecnicamente eles viram uma memória PROM), que é onde entra a nova tecnologia da Samsung, chamada FIP (de “Fail In Place”): o software do equipamento é capaz de detectar quais células V-NAND perderam a capacidade de escrita, lê os dados armazenados nelas e os transfere para outra célula, que esteja funcionando bem. Assim, o chip problemático é isolado do circuito.
A Samsung informa que o FIP atua durante o uso, assim, não é preciso interromper a operação normal para que os dados sejam movidos de uma célula “morta” para outra sadia. Tudo é feito automaticamente, sem que o cliente precise mover um dedo. Se ainda assim houver o desejo de trocar o SSD (algo que precisará ser feito em algum momento de qualquer forma), poderá fazê-lo durante a manutenção periódica de seus servidores.
A Samsung introduziu nesta quinta-feira (19) duas linhas, a PM 1733 e a PM1735, que estão em produção desde agosto; ambas serão comercializadas no formato U.2 SATA de 2,5 polegadas, que possui velocidade de leitura de 6.400 MB/s e de escrita de 3.800 MB, e na versão HHHL (placa), com respectivamente 8.000 MB/s e 3.800 MB/s.
As capacidades de armazenamento de cada modelo são as seguintes:
- PM1733 U.2: 0,96 TB, 1,92 TB, 3,84 TB, 7,68 TB, 15,36 TB e 30,72 TB;
- PM1733 HHHL: 1,92 TB, 3,84 TB, 7,68 TB e 15,36 TB;
- PM1735 U.2: 0,8 TB, 1,6 TB, 3,2 TB, 6,4 TB e 12,8 TB;
- PM1735 HHHL: 1,6 TB, 3,2 TB, 6,4 TB e 12,8 TB.
Ambos modelos possuem recursos de virtualização, que dividem os SSDs em unidades menores para acesso simultâneo de múltiplos usuários, e um sistema baseado em aprendizado de máquina para confiabilidade de dados em operações de leitura rápidas.
A única diferença entre o PM1733 e o PM1735 é DWPD (Drive Writes Per Day), parâmetro que indica a quantidade média de operações de gravação total (100% de sua capacidade) diárias que SSD suporta durante sua vida útil; o primeiro possui 1 DWPD, enquanto o segundo conta com 3 DWPD. De qualquer forma, todos os produtos possuem cinco anos de garantia.
A Samsung não informou preços, até porque tratam-se de ferramentas exclusivas para o mercado corporativo, vendidas em lote e nesses contratos, os valores costumam flutuar bastante. Não há previsão de quando a tecnologia FIP chegará aos SSDs da Samsung para usuários finais.
Com informações: Samsung Newsroom.
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