O Samsung Style S51 Pen (2019) é um notebook 2 em 1 que vem com a S Pen, sendo a segunda tentativa da companhia sul-coreana em se sair bem no segmento. O modelo de 2018 tinha alguns problemas complicados, como uma bateria fraca e um preço um pouco puxado para o que oferece, pontos que tese deveriam ser revistos nesta versão.
Afinal, a Samsung consertou os problemas presentes no modelo do ano passado? Descubra no review a seguir.
Design
Visualmente, o S51 Pen não mudou nada em relação ao modelo de 2018. Ele continua com a construção em “Metal 12”, uma liga de magnésio e alumínio que lhe confere um corpo extremamente leve, com apenas 995 g, mas que por outro lado, passa a sensação de fragilidade e acabamento feito nas coxas, pois ele parece muito, mas MUITO com plástico.
Não é, mas como dizia um antigo comercial, a primeira impressão é a que fica. Ele é um produto bem acabado, sólido e, segundo a Samsung, bem resistente, mas isso só o tempo dirá (quem possui o modelo de 2018, por favor se manifeste).
Por ser bem compacto, o S51 Pen (2019) é bem econômico nas conexões: do lado esquerdo temos a porta de energia, uma saída HDMI, uma porta USB-C e o conector P2 para fone de ouvido e/ou microfone, o básico.
A porta USB-C pode ser usada como conexão de energia, tanto para alimentar o notebook quanto para fornecer energia a outros dispositivos, como smartphones com velocidade, o que é algo muito bom.
Já do lado direito encontramos o botão Liga/Desliga, um leitor para cartões de memória microSD (compatível com o padrão UFS) e uma porta USB-A 3.0, nada mais. Como o foco aqui é produtividade e versatilidade (além de leveza), não havia por que incluir mais portas.
No mais, a Samsung julga essa quantidade de portas como suficiente para a maioria dos casos.
É importante lembrar que o S51 Pen (2019) é um produto voltado para mobilidade e trabalho, assim, ele precisa ser econômico de modo a continuar leve, mas sem abrir mão da potência.
Sobre o som, as duas saídas ficam na parte inferior frontal e são bem potentes, ainda que os graves não sejam lá muito fortes. De novo, lazer não é o foco.
Teclado e touchpad
De novo, sem mudanças. O combo plástico/Metal 12 deu certo em 2018 e foi repetido em 2019, mas de novo o padrão é o americano, sem cedilha. É estranho que por dois anos seguidos, a Samsung prefira montar um notebook no Brasil usando um layout que não o ABNT. O Windows 10 por padrão vem configurado com o teclado brasileiro, logo, você vai ter que mudar para o US e se acostumar com os atalhos de acentuação.
A construção no entanto é bem firme, o teclado é bastante confortável e as teclas são espaçadas e firmes, com um retorno tátil muito bom. Para quem gosta de mais segurança, há o leitor de digitais logo abaixo da tecla Enter.
A retroiluminação também não mudou: o mesmo tom verde-claro usado anteriormente está de volta, o que pode ser um problema: o tom é muito fraco e dependendo da intensidade do brilho da tela ou das luzes do ambiente, é bem capaz que você não o note. Mesmo em situações com pouca luz, ele não é forte o bastante.
Na minha opinião, a Samsung deveria ter escolhido um tom branco ou ter reforçado o brilho; do jeito que está, continua menos que o ideal.
O touchpad segue também igual: bem grande e espaçado, firme ao toque mas suficientemente flexível para permitir um manuseio agradável e preciso, na medida do possível. Claro que um mouse é sempre a melhor opção, mas para quem não faz questão de andar com um modelo sem fio, o componente dá conta do recado.
Para uma situação de trabalho remoto, o conjunto teclado e touchpad devem atender boa parte dos usuários.
Tela e S Pen
A tela é um LCD LED touchscreen de 13,3 polegadas, com resolução Full HD. Ainda que as bordas não sejam muito finas, o tamanho do display é mais do que o suficiente para trabalhar sem ter que apertar os olhos. Por padrão, o Windows 10 ajusta a resolução em 125%, mas mesmo em 100% ele é bastante confortável.
Você não terá muitos problemas com visualização em ângulos inclinados, além do fato de que o brilho mesmo em modo de alimentação interna é bem forte.
A resolução em si é um problema frente ao preço pedido pela Samsung. Por mais que uma tela Quad HD fosse mais comilona, considerando o valor estre seria um acréscimo muito bem vindo, além do mais, a autonomia desse bichinho não é das melhores (mais a seguir).
Claro, por se tratar de um modelo 2 em 1 você pode usar o S51 Pen (2019) em quatro posições diferentes: notebook, tenda, apresentação e tablet; o sistema operacional pode ser ajustado para alternar os modos automaticamente, ou permitir que você o faça de forma manual. Como de praxe, teclado e touchpad são desligados ao rotacionar a tela a partir de um certo ângulo.
Por falar em tablet, é aqui que entra a S Pen. O acessório é essencialmente o mesmo visto no modelo de 2018, logo, é igual à incluída no Galaxy Note 8. Isto é um problema pelo simples fato de que ela é pequena demais para ser usada com um notebook, ao ponto que trabalhar com ela chega a ser… desconfortável.
Claro, ela ainda é um acessório muito bom, com ponta de 0,7 mm e capaz de reconhecer até 4.096 pontos de pressão, mas ela deveria ser um pouquinho maior, além de estar posicionada melhor: o slot fica na parte inferior direita frontal (igual ao modelo de 2018), para retira-la é preciso empurrar, levantar o notebook e então puxar.
Na boa, o que a Samsung tem contra colocar a S Pen na lateral?
Ao remover a stylus, você tem acesso aos apps proprietários de escrita da Samsung, mas pode também usar outros, como o Windows Ink da Microsoft e soluções de terceiros. Ainda assim, ainda acho que a melhor forma de usar a tela touch deste notebook é com uma stylus maior.
Software, desempenho e bateria
Agora é que são elas. O Style S51 Pen (2019) vem com o Intel Core i7-8565U, processador Intel de 8ª geração (linha Whiskey Lake) com clock de 1,8 GHz e GPU integrada UHD Graphics 620, além de 8 GB de RAM DDR3 e um SSD de 256 GB.
Basicamente é uma repetição do que vimos na versão de 2018, embora o processador seja novo, a performance dos dois é bem parecida. Para o bem e para o mal.
Sendo bem direto: nem sonhe em usa-lo para jogos pesados. A ausência de uma GPU dedicada deixa claro que a presença de um Core i7 se faz necessária para torna-lo um notebook potente para trabalho remoto e produtividade, especialmente em edição de textos e tarefas simples para intermediárias, com um pouco de multitarefa. O S51 Pen (2019) também não é indicado para rodar programas de edição de vídeo e áudio.
Em meus testes, eu rodei alguns jogos mais exigentes, como Bloodstained: Ritual of the Night e Hellblade: Senua’s Sacrifice e ele lerdou bonito, enquanto alguns simples, como Cuphead, Hollow Knight ou Asphalt 9: Legends, nada a reclamar. Já Civilization VI ele até rodou, embora tenha suado bastante e exibido alguns momentos de lentidão.
Para sair da caixa, instalei o Memu Play (emulador Android) e rodei alguns títulos; enquanto Azur Lane rodou sem problemas, em Dissidia Final Fantasy: Opera Omnia o Style S51 Pen (2019) quase pediu água.
Já a bateria de 39 Wh podia ser melhor. Em meu teste eu rodei duas horas de Netflix, duas horas de trabalho com Chrome e editor de texto, com o Spotify para desktop tocando música ao fundo, e 30 minutos do jogo River City Girls via Steam, tudo com o brilho no máximo. Depois de tudo isso, a energia foi de 100% para 15%. Por outro lado, a recarga foi de 0 a 100% em 1h50m, o que é uma boa marca.
Conclusão
O Style S51 Pen (2019) é basicamente o modelo de 2018 com um processador “novo”, que entrega a mesma performance, no bom e no mau sentido. Ele não adiciona nada relevante, nenhuma função nova, nenhum ganho expressivo de performance e não corrige nenhum de seus defeitos.
Ele é um autêntico Mais do Mesmo, sem tirar nem por.
Isso posto, o preço inicial sugerido de R$ 8.499 depõe fortemente contra o notebook, ainda mais quando comparado com o S51 Pro (2019), que vem com a GPU GeForce GTX 1650 da nVidia e 16 GB de RAM, por R$ 1.100 a mais (preço de lançamento).
Hoje o S51 Pen (2019) pode ser encontrado por R$ 6,3 mil na rede varejista, ainda puxado mas bem mais em conta quando comparado ao seu “irmão”, que ainda não sofreu uma redução para menos de R$ 9 mil. O teclado americano e a bateria fraca também depõem contra, todos problemas herdados da versão anterior. É complicado recomenda-lo, mesmo sabendo que design tem um preço, vide o Odyssey Z (ele AINDA custa R$ 14 mil).
Minha sugestão é: se você quer um notebook 2 em 1, pesquise bem antes de fechar negócio; se você não gostou do Style S51 Pen de 2018, não é o modelo de 2019 que o fará mudar de ideia.
Samsung Style S51 Pen (2019) — Ficha técnica
- Processador: Intel Core i7-8565U, quad-core Whiskey Lake com clock de 1,8 GHz, TurboBoost de até 4,6 GHz e 8 MB de memória cache;
- Placa de vídeo: Integrada, Intel UHD Graphics 620;
- Memória: 8 GB de RAM DDR3;
- Armazenamento: SSD de 256 GB, não removível;
- Tela: LED LCD touchscreen retroiluminada de 13,3 polegadas;
- Resolução: 1.920 x 1.080 pixels;
- Teclado: ABNT, padrão americano e retroiluminação na cor verde-clara;
- S Pen: Ponta de 0,7 mm, carregamento por indução e suporte a 4.096 pontos de pressão;
- Câmera: 720p;
- Conectividade: Wi-Fi 802.11 ac e Bluetooth 5.0;
- Portas: Saída HDMI, porta P2 para fone de ouvido/microfone, uma USB-A 3.0, uma USB-C, leitor de cartões microSD;
- Bateria: 39 Wh;
- Dimensões: 31,1 x 20,6 x 1,65 cm;
- Peso: 995 g;
- Sistema operacional: Windows 10 Home.
Pontos fortes:
- Leve e compacto, fácil de transportar;
- Performance muito boa para trabalho remoto.
Pontos fracos:
- A S Pen podia ser maior;
- Teclado de padrão americano;
- Bateria um tanto fraca.
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