O satélite russo e o foguete chinês que corriam o risco de colidir no espaço, na noite de ontem (15), a 991 km de altitude, acabaram passando perto um do outro com segurança, de acordo com a empresa de rastreamento de detritos espaciais LeoLabs.
“Sem indicação de colisão. O CZ-4C R / B passou pelo LeoLabs Kiwi Space Radar 10 minutos após o TCA. Nossos dados mostram apenas um único objeto como esperávamos, sem sinais de detritos”, escreveu a companhia em seu perfil oficial no Twitter. Em outro tweet, ela afirma que continuará monitorando as duas naves nos próximos dias, para fornecer detalhes mais completos sobre o evento.
O objeto “CZ-4C R / B” mencionado na mensagem é o corpo do impulsionador lançado pela China, enquanto “Kiwi Space Radar” diz respeito ao rastreador. Já o termo “TCA” se refere ao momento de maior aproximação entre os dois lixos espaciais.
Animação mostra a aproximação entre os dois equipamentos.Fonte: Twitter/LeoLabs
Anteriormente, a LeoLabs havia calculado o risco de colisão entre o satélite e o foguete em até 20%. Conforme a empresa, o possível choque aconteceria sobre o Atlântico Sul, na região da costa da Antártida, gerando uma grande quantidade de entulhos no espaço.
Nuvem de destroços seria enorme
Com as duas naves viajando a quase 53 mil km/h e apresentando uma massa combinada de 2,8 mil quilos, o choque entre elas seria bastante destrutivo. Segundo o astrônomo e rastreador de satélites do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics Jonathan McDowell, a colisão geraria um aumento de até 20% na quantidade de detritos na órbita terrestre baixa.
Estima-se que atualmente há cerca de 34 mil objetos com mais de 10 centímetros de largura girando em torno da Terra, além de 900 mil medindo entre 1 e 10 centímetros e 128 milhões na faixa de 1 milímetro a 1 centímetro. Toda essa quantidade de entulhos traz grandes riscos para os satélites e até para a Estação Espacial Internacional.
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