O número de contaminações pelo novo coronavírus continua a crescer mundialmente; foram registrados aproximadamente 300 mil novos casos somente em 27 de julho, e infelizmente uma segunda onda está chegando à Ásia — a China enfrentou, no dia 26, a maior taxa desde março. Devido à situação, Hong Kong anunciou a retomada de restrições para conter infecções, assim como a cidade de Danang, no Vietnã, que relatou a primeira transmissão comunitária no país desde abril.
Maria Van Kerkhove, epidemiologista de doenças infecciosas da Organização Mundial da Saúde (OMS), explica a situação: “Muitos locais vivem uma transmissão intensa, enquanto outros mantêm níveis baixos. No entanto, alguns começam a testemunhar o ressurgimento de casos e surtos em determinadas áreas geográficas ou associadas a certos tipos de indústrias, como boates”.
Hong Kong e Vietnã aplicam medidas restritivas para conter nova onda da covid-19.Fonte: Sky News
Pesquisadores já alertavam que, com o relaxamento das medidas restritivas, eram esperados o aumento das transmissões e novas respostas temporárias. Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, ressalta que, no total, mais de 16,5 milhões de casos e mais de 650 mil mortes já fazem parte das estatísticas oficiais.
Um panorama preocupante
Ainda de acordo com Adhanom, diversas nações realizaram um bom trabalho de controle, todas baseadas em fortes lideranças políticas, testes e rastreamentos eficazes, distanciamento social, higiene e uso de máscaras: “Nosso mundo mudou, a reposta não. Onde quer que essas medidas sejam seguidas, o número de contaminações diminui; se não são, aumenta”.
Relaxamento de ações está diretamente ligado ao aumento de casos.Fonte: Amanda Perobelli/Reuters
Enquanto países continuam lutando contra a covid-19 com quarentenas e outras ações, Michael Ryan, também da OMS, ressalta que manter fronteiras internacionais fechadas não é uma estratégia sustentável para a economia mundial. De qualquer modo, cuidados são necessários. “É fato que o vírus está em todo lugar e que pode se deslocar”, afirma. “Temos que prestar atenção nos riscos de a doença se mover de locais com altas taxas de transmissão para aqueles em que ela já foi controlada. É isso o que preocupa governos neste momento”.
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