É inevitável, com a chegada de uma nova geração de consoles, a velha discussão sobre o aumento no custo de desenvolvimento de games sempre é reiniciada. Eis que depois do atual CEO da Sony Interactive Entertainment ter afirmado que criar para o PlayStation 5 deverá custar mais, foi a vez de um ex-funcionário da empresa defender algo parecido, mas em relação aos jogos de grande porte, também conhecidos como AAA.
Tendo sido o responsável pelo PlayStation Worldwide Studios pelos últimos 25 anos, Shawn Layden deixou a companhia em outubro de 2019 e ao participar do evento Gamelab Live, lembrou da época em que gastava-se cerca de US$ 1 milhão no desenvolvimento de um jogo. Usando a teoria de que esse custo dobra a cada geração, se na atual era preciso algo entre US$ 80 milhões e US$ 150 milhões para criar um título AAA (sem contar o custo com divulgação), na próxima esses jogos deixarão de ser viáveis.
“O problema é que este modelo simplesmente não é sustentável. Eu não acho que na próxima geração você poderá pegar esses números, multiplicá-los por dois e achar que poderá crescer. Penso que a indústria como um todo precisa sentar e partir para ‘Tudo bem, o que nós estamos construindo? Qual a expectativa do público? Qual a melhor maneira de divulgar nossa história e dizer o que precisamos dizer?’
É difícil para todo jogo de aventura atingir um marco de 50 a 60 horas, porque isso será tão mais caro para alcançar. E no fim, você poderá tirar alguns interessantes criadores e suas histórias do mercado, se esse for o tipo de limite que eles precisam atingir… Nós precisamos reavaliar isso.”
Layden continuou justificando sua linha de raciocínio ao dizer que, apesar do custo de produção dos jogos AAA ter aumentando 10 vezes desde que ele entrou para a indústria, o preço de um lançamento continua na casa de US$ 60. Por isso ele acredita que se permanecer não havendo mais elasticidade no preço de venda e tivermos essa enorme volatilidade no custo de produção, “esta geração verá uma colisão entre esses dois imperativos.“
Mas então qual seria a solução? Para o ex-executivo, o melhor seria que os jogos AAA voltassem a ter algo entre 12 e 15 horas de duração, já que além disso permitir que um número maior de pessoas possa chegar ao fim das campanhas, os estúdios gastariam menos e poderiam melhorar suas “expressões criativas”.
Já para o analista Mat Piscatella, o número de vendas para jogos com a duração sugerida por Layden e que levam entre dois e três anos para serem produzidos deixou de justificar sua existência. Segundo ele, isso só funcionaria no caso dos serviços de assinatura passarem a dominar a indústria.
Only way this works is if subscription services become dominant.
10-15 hour games just don’t sell in the quantities to pay for 2-3 years of development.
I’d like this too… but that’s not how people spend their money on gaming anymore. https://t.co/XC2I3Qqfbu
— Mat Piscatella (@MatPiscatella) June 24, 2020
Como disse antes, este é um debate antigo e que pelo jeito voltará sempre que uma geração estiver para mudar ou quando um título AAA não alcançar um bom resultado comercial. As empresas por sua vez tem tentado diminuir os riscos ao incluir microtransações nos seus jogos ou até apostar na criação de jogos mobile, com eles podendo servir para bancar o desenvolvimento desses games de grande porte.
Da minha parte, continua com torcendo para que as superproduções não estejam com os dias contados, pois seria terrível ter que viver sem elas.
Fonte: GamesIndustry.
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