Decidir por qual caminho seguir na hora de criar um remake ou remasterização não é uma tarefa das mais simples. Enquanto algumas empresas preferem ter o menor trabalho possível e simplesmente disponibilizar suas criações em máquinas atuais, outras optam por praticamente recriar seus jogos do zero, adaptando gráficos, sons e jogabilidade, para que eles fiquem mais parecidos com títulos modernos. Pois no caso da Take-Two, eles afirmam que estariam mais interessados na segunda opção.
Quem falou sobre a maneira como a companhia tende a tratar os relançamentos foi Strauss Zelnick, que durante uma palestra na empresa de serviços financeiros Morgan Stanley, explicou o esforço que a Take-Two tem feito para se diferenciar dos demais nesta área. Ao ser questionado sobre como se sentia em relação as remasterizações terem se tornado a maior parte da editora, o CEO disse:
“Eu não tenho certeza sobre ter se tornado a maior parte da nossa estratégia. As remasterizações sempre fizeram parte da nossa estratégia. Fizemos de forma diferente da concorrência — nós não apenas adaptamos jogos, na verdade usamos o tempo necessário para fazer o melhor trabalho que pudermos, tornando o título diferente para o novo lançamento, para a nova tecnologia em que estamos lançando. Então, nós melhoramos a tecnologia, incrementamos o visual e fazemos melhorias na performance. E é por isso que acho que as nossas remasterizações se saem tão bem.”
Para ilustrar sua opinião, Zelnick citou o excelente trabalho realizado pela Hangar 13 no Mafia: Definitive Edition. Lançado originalmente em 2002, o jogo recebeu um remake em 2020 e concordo que o resultado tenha ficado espetacular. Com uma qualidade visual no nível do que temos visto ser lançado hoje em dia, a nova versão até pode ter alguns problemas em sua jogabilidade, mas ao manter o excelente enredo e a atmosfera do primeiro jogo, foi muito bom poder revisitar a cidade de Lost Heaven.
Mas se o trabalho realizado ao modernizar o primeiro jogo pode ser considerado louvável, o mesmo não pode ser dito do segundo. Tendo ficado sob os cuidados da D3T Ltd, o Mafia II: Definitive Edition trouxe poucas mudanças em relação ao original, fazendo com que a nova versão pesasse um pouco contra o discurso do executivo, pois coloca a Take-Two no mesmo patamar das empresas conhecidas por remasterizações preguiçosas.
Sendo assim, se uma editora consegue ser bipolar dentro de uma mesma série, o que podemos esperar dos futuros relançamentos que ela pretende fazer? No caso da Take-Two, no momento todas as atenções em relação a isso estão voltadas para o Grand Theft Auto V, jogo que deverá chegar ao PlayStation 5 e Xbox Series S|X durante o segundo semestre deste ano.
De acordo com o pessoal da Rockstar, esta nova versão deverá contar com diversas melhorias e por se tratar de um jogo que já está indo para sua terceira geração de consoles, tenho certeza que os jogadores não ficarão contentes caso ele receba apenas uma maquiagem aqui ou ali. Segundo Zelnick, ele está convencido de que o estúdio entregará uma ótima experiência, o que não seria possível “se você fizer apenas uma simples adaptação.”
Tendo vendido mais de 140 milhões de cópias até o momento, sendo que durante 2020 o jogo vendeu mais do que em qualquer outro ano (exceto por 2013, que foi quando ele chegou ao PS3 e Xbox 360), é muito provável que esta chegada do GTA V a nova geração fará com que muita gente o adquira mais uma vez, principalmente se os envolvidos conseguirem fazer com que o jogo fique ainda mais bonito nos atuais consoles.
Para ser sincero, eu não espero que o Grand Theft Auto V dê um salto muito significativo quando comparado a o que vimos no PlayStation 4 e Xbox One, mas se o resultado estiver no nível do que nos foi entregue com o Mafia II: Definitive Edition, este papo de que a Take-Two é diferente quando se trata de remasterizações acabará sendo usado contra a própria empresa. Pode anotar.
Fonte: Gamespot
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