The Witcher 3: como é jogar as três primeiras horas do gigantesco RPG

The Witcher 3: Wild Hunt , game para PS4, Xbox One e PC, é não só o maior lançamento para o próximo mês, como um dos jogos mais esperados de 2015. O TechTudo teve a recente oportunidade de experimentar as primeiras horas do jogo, e te contamos abaixo como foi:   The Witcher 3: Wild Hunt terá 16 DLCs gratuitos A desenvolvedora polonesa CD Projekt RED está
desenvolvendo um RPG de ação em mundo aberto inacreditavelmente
detalhado. Ele é mais de 30 vezes maior que seu antecessor em área
explorável, é recheado de conflitos, caças, e vilarejos que funcionam
como pequenas comunidades de fato – com rotinas, comércio e até
ideologias próprias. Mas como tudo isso vai funcionar na prática? The Witcher 3 terá um sistema de combate com mais liberdade (Foto: Divulgação) Um começo revelador O jogo começa em uma espécie de flashback: Geralt aproveita um banho na companhia de sua amada Yennefer (cujo rapto engatilha toda a trama da série). Ao mesmo tempo, tudo acontece em um quarto em Kaer Mohen, fortaleza que serviu como escola e casa para bruxos como ele. Veteranos da série ou quem leu os livros, vai sacar rápido que algo estranho está rolando, e vão ainda por cima aproveitar uma introdução admiravelmente cândida tanto de Geralt quanto da Ciri, uma aprendiz de Witcher que será uma personagem jogável em certas partes da aventura. Já quem está entrando agora na série pode se sentir confuso a respeito do objetivo principal de Geralt em The Witcher 3 com a introdução meio surreal. Os desenvolvedores foram enfáticos em salientar que este jogo está sendo pensado para quem já é fã da série, então pode valer a pena se atualizar a respeito de The Witcher antes do lançamento. Além de apresentar os personagens, o flashback/sonho também serve de tutorial rápido e enxuto: aqui o jogador aprende primeiro sobre o novo sistema de Instinto, que ajuda Geralt a encontrar itens de interesse, marcando-os no ambiente dependendo de sua função (objetos em vermelho são importantes para trama, enquanto os laranjas são os que você pode saquear ou colher). No caso, Geralt precisava achar uma chave para sair de seus aposentos no meio de uma bagunça de itens. The Witcher 3 (Foto: Divulgação) Uma vez fora de seu quarto e depois de um breve diálogo com seu velho mestre, o jogador tem a opção de treinar o básico do novo combate. É bem carne de vaca para quem já jogou The Witcher 2: o arsenal do bruxo ainda inclui uma espada de metal para humanos e outra de prata, que funciona melhor contra feras; há um ataque fraco, outro forte, as mesmas magias e bombas do jogo anterior. Mas há algumas mudanças importantes: a movimentação de Geralt enquanto ele ataca e desvia está mais fluida e clara, o jogo pausa completamente quando você entra no novo menu radial para selecionar que magia e explosivo equipar, e o poder de manipular mentes (Axii) também está incluso como opção ofensiva, não relegado apenas a diálogos. Em combate, ele serve para atordoar rapidamente o oponente, deixando-o aberto para ataques. Um ponto positivo destes primeiros minutos é que você pode passar quanto tempo quiser treinando, ou mesmo deixar de lado o tutorial mais detalhado e partir direto para a jornada. The Witcher 3 (Foto: Divulgação) Hora da aventura De qualquer jeito não demora para que Geralt desperte de seu sono. Descobrimos que ele e seu mestre estão acampados nos arredores de Vízima, uma região agora dominada pela guerra, cujas vilas ou foram queimadas, ou colocadas sob a guarda pesada dos invasores Nilfgaards. O campo de batalha, entretanto, coincide com a trilha de Yennefer, e Geralt sente que ele está próximo de reencontrá-la. Apertar o passo é a regra da vez, o que dá ao jogador a oportunidade de conhecer Carpeado, o primeiro cavalo cavalgável da série. O nobre corcel do Geralt é uma Epona com ares de Red Dead Redemption: você pode cavalgar em três velocidades distintas (a mais rápida delas precisa ser usada com parcimônia para não cansar o animal), ele pula obstáculos automaticamente e pode ser chamado para próximo do herói com um clique de botão. Os campos mais abertos deste jogo permitem realmente aproveitar as habilidades do Carpeado e se imergir no ambiente belíssimo de The Witcher 3: a primeira área do jogo é um enorme bosque no pé de montanhas, por onde o sol poente envia raios difusos de luz alaranjada. A folhagem balança ao sabor do vento e o fogo engole construções. Jogamos em um PS4, mas pudemos ver que o jogo está bem mais belo no PC (o detalhe de itens na distância e, claro, a resolução, são destaques). A versão para o console também sofreu de framerate inconstante, que fez o ato de lançar magias um inferno, e de crashes estranhos (três apenas nas duas primeiras horas). A versão que joguei datava de janeiro, e porta-vozes da companhia esclareceram que o que eles têm pronto para maio é anos luz melhor do que o que jogamos. The Witcher 3 (Foto: Reprodução) De toda maneira, nem tudo é pacífico: carniçais e grifos enormes rondam a floresta, animados pelo sangue derramado por soldados de ambos os lados. Mas ao invés de investir em ação desenfreada, o jogo, como o primeiro The Witcher, escancara suas primeiras horas para te contar a rica mitologia de seu universo. Passamos mais tempo sabendo sobre os hábitos alimentares do grifo e as superstições ao redor dos zumbis do que de fato enfrentando-os, e para um jogo como The Witcher, isso é imprescindível. Se há uma dica que vale deixar aqui é: separe algumas boas horas sempre que for jogar, e aproveite ao máximo toda a oportunidade de mergulhar nos diálogos e exploração. Foi o que fizemos, por exemplo, quando a estrada nos levou à taverna de Pomar Branco, uma das poucas vilas deixadas intactas no turbilhão do conflito. Geralt chega ao local pois muitos viajantes andam usando a vila como parada, e muita gente viajada significa que, hora ou outra, alguém vai saber algo sobre Yennefer. Nesse momento o jogo te deixa livre para interagir com todo mundo no bar, algo que fiz com prazer: a dublagem em português está excelente. A CD Projekt contratou um exército de dubladores para o trabalho, claramente soube dirigir a equipe, e o resultado é magnífico. Destaque especial vai não só para o texto primorosamente localizado, mas também para Sérgio Moreno, que depois de viver o ditador Pagan Min em Far Cry 4, volta aqui como o herói Geralt de Rivia, com o mesmíssimo espírito e tom da versão original em inglês. É mesmo brilhante. É apenas uma pena que não dá para dizer isso de 100% dos personagens-chave que encontramos – a atriz que fez a Yennefer, por exemplo, errou de tom em quase todos os momentos. The Witcher 3 (Foto: Reprodução) Depois de conversar com os beberrões, quis conhecer um novo passatempo opcional, o Gwent, que parece uma espécie de Magic: The Gathering em que criaturas não precisam de mana para serem invocadas, e cada qual pode ser disposta em três posições distintas na mesa (infantaria, arqueiros e máquinas de guerra). Cards de efeito diminuem a força de unidades em cada um desses fronts, e a ideia é que, quem tiver a maior força combinada quando as mãos de ambos os participantes estiverem vazias, ganha. Perguntei a um representante da empresa sentado ao meu lado se eles tinham incluído o inteligentíssimo jogo de dados de The Witcher 1 e 2 nesta nova aventura, mas ele preferiu não falar muita coisa. O que ele me garantiu é que algumas atividades desta sequência foram pensadas para agradar quem já é fiel aos RPGs da casa. Onde vivem os monstros Depois de mais bate-papo na taverna, descobri que soldados de Nilfgaard podem ter alguma dica mas, com quase duas horas de jogo até esse momento, decidimos deixar o rastro da Yennefer esfriar um pouco e ver o que o pequeno vilarejo tinha a oferecer – leia-se: colher plantas para unguentos, perseguir vacas, ouvir a conversa dos locais, a cantoria de crianças e, claro, tentar acertar uma bifa na cara de um anônimo. Por sinal, é impossível partir para a violência contra habitantes pacíficos (Geralt apenas ameaça um soco, o que faz com que as pessoas reajam com terror por alguns segundos). Mas dá para atazanar guardas da milícia local o bastante para provocar uma briga. Foi o que fizemos, e fomos rapidamente levados à lona. Tudo bem, acontece. Depois de levantar, bater a poeira das roupas e ouvir algum maluco gritar “Aberração!”, estavamos de volta à ativa, felizes em saber que certos conflitos não te levam para uma tela de Game Over. The Witcher 3 (Foto: Divulgação) Desta vez decidimos fazer um pit stop no mural de trabalhos local, instalada em uma rua de terra batida próxima da taverna. Notificações de sidequests funcionam como a de The Witcher 2: interagindo com o cartaz, você pode coletar missões do quadro e ter acesso automático a informações e localidades de interesse em seu mapa. Uma missão chamou a atenção: intitulada O Demônio do Poço, é a primeira caçada a monstro que você terá acesso no game. Elas são agora parte fundamental do quebra-cabeça. “Em The Witcher 2, você não era bem um bruxo, você era um cara fazendo política”, me diz Alex Boiret, Coordenador de Localização para a CD Projekt. “Aqui quisemos voltar ao básico, aos livros e ao primeiro jogo: você é, acima de tudo, um Witcher, um caçador de monstros. Você vai procurar a Ciri e viver sua história, mas se quiser ouro, bem, você vai ter que fazer seu trabalho.” À caça então. Um habitante da vila está se vendo às voltas com um fantasma em forma de mulher assombrando um poço próximo no sopé das montanhas. Como um Witcher, o primeiro trabalho é investigar exatamente o que está acontecendo, então a primeira parada é a casa do homem que colocou o informativo lá em primeiro lugar. Conversando com ele aprendo que o rio local, repleto de corpos de soldados, já se tornou poluído demais para o consumo, e o poço é a única esperança para água de qualidade em Pomar Branco. Acontece que os canalhas deixaram a instalação parada – e devidamente assombrada – por 20 anos. Não vai ser trabalho fácil. The Witcher 3 (Foto: Divulgação) Uma novidade neste terceiro jogo é que é possível negociar o preço pela cabeça do monstro, o que pode te render mais dinheiro, mas colocar em risco sua reputação como bruxo ou até mesmo o contrato. Como estava a fim de ação, decidimos dançar conforme a música e aceitar a oferta inicial. Depois de uma cavalgada rápida e uma parada para se esconder de um cadáver em decomposição flutuando para lá e para cá com um vestido de noiva, a coisa muda de figura: Geralt descobre que o monstro é uma Aparição Diurna, uma espécie de criatura incorpórea presa ao mundo por causa de um crime pré-nupcial não resolvido e por algum objeto de valor. Entender o que exatamente você está caçando é parte do jogo, já que o povoado tende a saber muito pouco a respeito do que eles querem mortos. Alex, da CD Projekt, apontou que o time de desenvolvimento chegou a construir crendices diferentes para cada área do mapa, de forma que o mesmo monstro possa ser conhecido de maneiras diferentes por vilas distintas. Aparição Diurna averiguada, parti para a ofensiva, mas foi em vão: a criatura desapareceu rapidamente. Neste ponto, o jogo me alertou para procurar ela em meu bestiário, uma porção deliciosamente detalhada do menu dedicada a explicar cada um dos monstros que você encontrar. Ler tudo sobre ela era completamente opcional, mas a visita ao Bestiário não foi de todo inútil: aqui você também encontra que itens ou magias funcionam melhor contra seu alvo. The Witcher 3 (Foto: Divulgação) Depois de achar dois corpos perto do poço, um diário dos dois noivos e uma cena de crime com a ajuda de seu Instinto, Geralt pula dentro d’água para procurar um último objeto da vítima. Neste momento, o jogo introduz o nado, uma maneira de explorar o universo de jogo inédita na série até então. Culpe a caverna escura ou o movimento menos ágil, mas este foi meu ponto baixo no teste – manobrar o bruxo para fazer com que ele pegue um item debaixo d’água foi, confesso, um pesadelo. Quando finalmente saí da caverna, o dia estava terminando e a noite logo ia surgir. O novo sistema de tempo dinâmico e de mudanças climáticas é um dos maiores destaques visuais do jogo e, segundo informou Alex, trará mudanças reais para a jogabilidade: a hora do dia determina que monstros vão te atacar, e as condições do tempo podem prejudicar ou aprimorar o efeito de magias e itens. Dificuldade ainda é alta em The Witcher 3, e matar sua presa é uma atividade que exige, como em Monster Hunter, uma certa quantidade de preparo: óleos e poções devem ser produzidas antes de entrar em combate, e pensados com estratégia. Prova disso? Em nosso ímpeto de enfiar minha espada na jugular de seja lá o que fosse, decidimos dar cabo da Aparição, mas sem ter feito bombas de pó de lua ou impregnado a espada com um preparo especial, o fim foi rápido e trágico. The Witcher 3 (Foto: Divulgação) A nossa vingança, entretanto, vai ter que esperar até dia 19 de maio. No momento, com as três horas que tivemos com The Witcher 3, é difícil não ficar empolgado: mesmo que as primeiras horas te fechem em uma área específica, há muito o que se fazer praticamente do minuto que você coloca os pés em Vízima. Tudo sob o verniz de visuais de ponta, animações fluidas belíssimas e um trabalho de dublagem competente como poucos. Resta ver que problemas técnicos foram sanados para o lançamento, e como o combate vai evoluir nas centenas de horas de jogo (como em The Witcher 2, você precisa gastar pontos de experiência até para ser basicamente bem-sucedido em defesa). Mas, por enquanto, estamos animados para poder voltar à pele de Geralt. O que você espera de The Witcher 3?  Comente no Fórum do TechTudo! saiba mais The Witcher 3: vídeo épico exibe gameplay totalmente em português The Witcher 3: confira todas as novidades já anunciadas sobre o RPG

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