Transtorno bipolar: o que é e quais são os sintomas

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Você já ouviu falar que uma pessoa é “bipolar”? É bem provável que sim. Afinal, no Brasil, esse termo é um modo informal de se referir a alguém com temperamento difícil, que muda de humor facilmente.

No entanto, para a psiquiatria, essa expressão ganha um significado bem mais profundo, já que é uma referência a uma doença muito séria, o Transtorno Afetivo Bipolar, que pode causar grandes dificuldades na vida do portador.

O que é o Transtorno Bipolar?

O transtorno bipolar é uma doença psiquiátrica que apresenta períodos de mania e depressão (Fonte: Shutterstock)O transtorno bipolar é uma doença psiquiátrica que apresenta períodos de mania e depressão (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

O transtorno bipolar, também chamado doença maníaco-depressiva, é um distúrbio que provoca mudanças repentinas e extremas de humor, variando desde períodos de intensa tristeza (depressão) até situações de grande euforia (mania).

No entanto, vale ressaltar que todas as pessoas enfrentam diferentes tipos de emoções ao longo do dia, semanas ou meses e isso não necessariamente caracteriza um problema de saúde. No caso da bipolaridade, a variação e o vivenciamento dos sentimentos ocorre de forma exagerada.

Existem 4 classificações principais utilizadas no diagnóstico da doença psiquiátrica:

  • Transtorno Bipolar I: nessa categoria, a intensidade dos sintomas é muito alta, causando impacto direto no comportamento do indivíduo, atrapalhando a sua capacidade de relacionamento e de trabalho. O paciente apresenta episódios de mania que persistem por, no mínimo, 7 dias e fases de depressão que podem durar vários meses;
  • Transtorno Bipolar II: há uma oscilação mais frequente entre sentimentos depressivos e eufóricos. Além disso, o período de excitação é mais brando quando comparado com o tipo I e, às vezes, é manifestado por meio de irritação;
  • Ciclotimia: as variações de humor são mais leves e, muitas vezes, podem ser consideradas como características de um temperamento instável;
  • Distúrbio Bipolar não especificado ou misto: nessa situação, existem evidências de que a pessoa possui um transtorno bipolar, mas os traços demonstrados não correspondem a nenhuma das outras classificações.

O que causa o desenvolvimento da doença?

As causas definitivas da bipolaridade ainda são desconhecidas, porém, acredita-se que é resultado de uma combinação de elementos. Entre esses, é importante destacar:

  • Fatores genéticos: um estudo da Universidade de Cardife, no Reino Unido, identificou que existe relação entre o aparecimento do transtorno bipolar e anomalias genéticas.
  • Fatores ambientais: infância conturbada, eventos traumáticos e excesso de estresse podem funcionar como gatilhos para o desenvolvimento da doença;
  • Desequilíbrios cerebrais:  uma pesquisa da Universidade da Califórnia do Sul, nos Estados Unidos, publicada na revista Molecular Psychiatry, determinou que existem alterações no cérebro das pessoas com o distúrbio bipolar, apresentando redução no volume do hipocampo.

Quais são os sintomas do Transtorno Afetivo Bipolar?

Os sintomas do distúrbio bipolar incluem desde tristeza profunda até agitação extrema e irritabilidade (Fonte: Shutterstock)Os sintomas do distúrbio bipolar incluem desde tristeza profunda até agitação extrema e irritabilidade (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

As fases do transtorno bipolar são divididas em: depressão, mania e hipomania. Nesse sentido, cada uma apresenta particularidades específicas. Confira os principais sintomas:

  • Depressão: sentimentos de culpa e inutilidade, falta de energia, tristeza profunda, isolamento social, ideias suicidas, diminuição da libido, alterações no sono, falta de concentração e desinteresse por atividades que antes davam prazer;
  • Mania: fala acelerada, sentimento de grandeza, pensamento desordenado, agitação psicomotora, irritabilidade, impaciência, agressividade, ações impulsivas, delírios e alucinações.
  • Hipomania: os sintomas são similares aos do período de mania, mas aparecem em graus mais leves.

Existe tratamento para a bipolaridade?

O tratamento do transtorno bipolar envolve não apenas o uso de medicamentos, mas também mudanças no estilo de vida (Fonte: Shutterstock)O tratamento do transtorno bipolar envolve não apenas o uso de medicamentos, mas também mudanças no estilo de vida (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

O diagnóstico do transtorno bipolar afetivo é feito por meio de consultas e exames com psiquiatras e psicólogos. Após isso, os tratamentos adequados são iniciados com o objetivo de controlar a doença, já que a bipolaridade não tem cura.

Nesse sentido, o médico pode receitar medicamentos que variam de acordo com a gravidade e manifestação de sintomas de cada paciente. Entre os remédios, há a possibilidade de prescrição de:

  • Ansiolíticos;
  • Antidepressivos;
  • Estabilizadores de humor;
  • Neurolépticos;
  • Antipsicóticos;
  • Anticonvulsivantes.

Além disso, a psicoterapia é extremamente indicada, tendo em vista que exerce um papel essencial em ajudar o indivíduo a mudar o padrão de comportamento a fim de dificultar as crises e a saber o que fazer quando não for possível evitar a sua ocorrência, minimizando os prejuízos na vida do portador do transtorno.

Também, é fundamental considerar mudanças no estilo de vida, eliminando o uso de substâncias tóxicas e incluindo hábitos saudáveis na rotina diária, por exemplo, a prática de exercícios físicos, alimentação sadia e manutenção do sono.

Em conclusão, o transtorno bipolar é uma doença psiquiátrica que causa desequilíbrio emocional, provocando oscilações de humor. Apesar de ainda não existir uma cura, a pessoa consegue ter uma melhor qualidade de vida, se mantiver o tratamento adequado. Por isso, caso haja desconfiança da doença, o ideal é procurar o auxílio de psiquiatras e psicólogos para confirmarem o diagnóstico e fornecerem as orientações apropriadas.

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