E as relações comerciais entre Estados Unidos e China continuam aos trancos e barrancos: em sua mais recente série de tweets, o presidente Donald Trump não só acusou o País do Meio de roubar propriedade intelectual e causar prejuízos a nação por anos.
Trump então mandou um recado bem claro às companhias de tecnologia do Vale do Silício: que elas procurem outro país para instalar suas manufaturas. Como esperado, as declarações tiveram efeito negativo no mercado de ações, com Apple sofrendo queda de 4% e a bolsa NASDAQ, de 2,6%.
Trump disparou mais uma vez sua metralhadora de tweets na última sexta-feira (23), pouco depois do governo chinês estabelecer uma nova rodada de tarifas em produtos americanos, no valor de US$ 75 bilhões. É importante lembrar que há uma rodada de taxação a produtos tecnológicos chineses, originalmente prevista para entrar em vigor no dia 1º de setembro, mas que foi revista em partes, principalmente por reclamações de Tim Cook, CEO da Apple.
Cook alega (com razão) que taxar os produtos da maçã resultaria em um efeito benéfico à Samsung, cuja boa parte de sua cadeia de suprimentos está instalada na Coreia do Sul e países do Leste Asiático, com quase nada vindo da China. Dessa forma Cupertino perderia poder de competir com sua maior rival, argumento esse que Trump considerou “convincente”.
O plano no entanto segue inalterado: a partir do dia 1º de setembro, produtos como computadores de mesa, fones de ouvido e smartwatches receberão uma taxa adicional de importação de 10%; no dia 15 de dezembro será a vez dos laptops, smartphones e tablets. Trump já foi bem claro com Cook que reduzir as taxas não são uma opção.
Agora, com a nova rodada de taxações da China o caldo desandou ainda mais. Em suas mensagens, Trump acusou o “parceiro” de roubar propriedade intelectual americana por anos (o que não é lá um exagero, se casos como este ou este servem de referência) e fazer muita grana às suas custas, o que não mais será tolerado.
Segundo Trump, as companhias instaladas na China serão “ordenadas” a procurarem outros países para se instalarem, incluindo os próprios Estados Unidos, opção dada no passado com isenção de taxas.
….better off without them. The vast amounts of money made and stolen by China from the United States, year after year, for decades, will and must STOP. Our great American companies are hereby ordered to immediately start looking for an alternative to China, including bringing..
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) August 23, 2019
….all deliveries of Fentanyl from China (or anywhere else!). Fentanyl kills 100,000 Americans a year. President Xi said this would stop – it didn’t. Our Economy, because of our gains in the last 2 1/2 years, is MUCH larger than that of China. We will keep it that way!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) August 23, 2019
Desnecessário dizer que a reação do mercado foi imediata, com todas as principais empresas de tecnologia e bolsas locais fechando o pregão de sexta-feira em baixa:
- Apple: -4,6%;
- Qualcomm: -4,7%;
- nVidia: -5,2%;
- AMD: -7,4%;
- Micron: -4%;
- Broadcom: -5,3%;
- NASDAQ: -2,6%;
- Dow Jones: -2,3%;
- S&P 500: -2,5%.
A pergunta que todos estão se fazendo é se Trump vai levar tais ameaças a sério, desde a taxação a produtos tech à orientação de que Apple, Microsoft e cia. ltda. deixem a China e procurem instalar suas unidades de manufatura em outras localidades, considerando obviamente uma volta para casa com incentivos fiscais. O grande problema é que o custo homem-hora do americano médio é muito mais elevado do que de um chinês, logo, o interesse em sair de lá não é dos maiores.
A verdade é que essa novela ainda está longe de acabar e como sempre, é quase certo que o consumidor irá pagar o pato no final.
Com informações: CNBC.
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