Pesquisas que buscam tecnologias para tornar a geração de energia limpa ainda mais vantajosa não param de surgir – e um projeto propõe, agora, a construção de turbinas eólicas sem pás.
O conceito pode parecer estranho em um primeiro momento, mas traz grandes vantagens em relação ao modelo convencional. Batizada de Vortex Bladeless, a estrutura é composta por cilindros oscilantes. Seu segredo reside na flexibilidade: esses postes, em vez de “coletarem” vento, vibram quando expostos a ele.
Testes promissores
“Nossa máquina não possui engrenagens, freios, rolamentos ou eixos. Não precisa de lubrificação e não possui peças que possam ser desgastadas pelo atrito. Por ser muito leve e ter o centro de gravidade mais próximo do solo, os requisitos de ancoragem ou fundação foram reduzidos significativamente em comparação com as turbinas comuns, facilitando a instalação”, conta o pesquisador.
Cerca de 100 protótipos pré-comerciais, cada um com 85 centímetros de altura, já estão em funcionamento – e os testes são promissores: tudo indica que eles são capazes de produzir eletricidade 30% mais barata do que as turbinas com cata-ventos. “Para resumir, assumimos o desafio de desenvolver o dispositivo mais simples que se possa imaginar capaz de coletar energia do vento”, finaliza.
Para cidades
Engenheiros espanhóis foram os responsáveis pelo desenvolvimento da novidade. David Yáñez, coordenador do projeto financiado pela União Europeia, está otimista com as possibilidades de aplicação no dia a dia de cidades comuns.
“Esperamos oferecer às pessoas a possibilidade de colher o vento que passa sobre seus telhados ou através de jardins e parques, com dispositivos mais baratos de instalar e mais fáceis de manter do que as turbinas eólicas convencionais”, afirma o pesquisador.
(Fonte: Vortex Bladeless Wind Power)Fonte: YouTube
Menos eficientes? Não é bem por aí
Vortex Bladeless se beneficia de um desafio comum enfrentado por arquitetos e engenheiros, o derramamento de vórtice. Quando o ar passa ao redor de estruturas, pode comprometer a estabilidade dessas construções, mas, no caso das turbinas, é a chave para a geração de energia. A oscilação causada pelo vento – um movimento mecânico – é convertida em eletricidade por um alternador localizado na base do poste.
Entre os materiais utilizados estão uma haste elástica, imãs e, claro, o próprio alternador. O cilindro em si é feito de fibra de vidro e de carbono. Por haver poucas partes móveis, a manutenção é mínima. Além disso, há outros benefícios: instalação em áreas também mínimas, geração de pouco ou nenhum ruído e facilidade de instalação. Redução de impacto visual e menos efeitos sobre vida selvagem também estão na lista.
Yáñez explica: “Embora, em teoria, as turbinas eólicas convencionais tenham desempenho aerodinâmico superior, as turbinas sem pás são capazes de se adaptar mais rapidamente às mudanças na direção do vento. Esta é uma característica especialmente interessante em ambientes urbanos com condições de vento turbulentas”. Confira o vídeo divulgado pelos responsáveis:
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